Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-26
Resumo
No contexto da saúde não se observa com frequência o cinema como instrumento de educação permanente nos serviços e pontos de atenção a saúde para os profissionais, é preciso pensar no cinema como arte que ultrapassa os momentos de lazer. Seu potencial ainda é pouco explorado como estratégia educativa mesmo nos cenários mais profícuos para sua utilização na saúde, como por exemplo, as Unidades de Saúde da Família (USF), onde encontram-se profissionais como agentes comunitários de saúde, médicos(as), enfermeiros(as) e técnicos de enfermagem que precisam regularmente de formações e atualizações sobre diversas temáticas pertinentes a seu universo de trabalho. O presente relato tem por objetivo relatar a experiência de uma equipe de residência multiprofissional com o uso do cinema como recurso na educação permanente, bem como estimular o bem estar no ambiente de trabalho com profissionais atuantes em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Recife. Trata-se de um resumo resultante de um estudo qualitativo, descritivo realizado no período de agosto a novembro de 2016 em uma USF localizada no Distrito Sanitário IV, região metropolitana de Recife-PE. Os Cines Saúdes aconteciam durante um turno, todos pela tarde, uma vez por mês durante 4 meses, em sala própria da Unidade. O ambiente era todo preparado pelos residentes que solicitavam a equipe de profissionais da USF que levassem colchonetes e almofadas para ajudar na organização da sala, bem como, era organizado um lanche coletivo com pipoca e demais comidas levadas pela equipe. Os filmes eram exibidos em aparelho projetor. Através de 4 (quatro) sessões de Cine Saúde realizadas foram discutidos os seguintes temas: 1) Os sentimentos no ambiente de trabalho, 2) A importância do brincar, 3) Saúde Mental na atenção primária, 4) Saúde da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).Após a exibição do filme acontecia um cine debate mediado pelos próprios residentes, e em alguns por convidados externos que colaboram com as discussões. As falas e comportamentos expressados pelos profissionais sobre as temáticas abordadas revelaram desgaste emocional e insatisfação no ambiente de trabalho, principalmente na atenção primária. O cinema mostrou-se como uma ferramenta que proporcionou lazer, reflexão e aprendizado de modo satisfatório na rotina de trabalho, sendo totalmente viável sua execução em serviços de saúde, mostrando assim, a importância de metodologias que envolvam os profissionais em modos não tradicionais de educação permanente, afastando-se do modelo de educação bancária e verticalizada.