Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-02-10
Resumo
Apresentação: O presente estudo refere-se à criação do projeto aplicativo com a finalidade de criar espaços de discussão entre os serviços de saúde mental e reabilitação que atendem crianças e adolescentes no município de Duque de Caxias. No início do curso percebemos a existência de um número significativo de profissionais da saúde mental e da reabilitação que atendem a clientela específica e que todos apresentavam uma inquietude em relação as falhas de comunicação entre os serviços e a falta de critérios na realização dos encaminhamentos de acordo com o perfil de cada unidade e qual a melhor terapêutica ou serviço a ser oferecido ao usuário. Aplicamos a experiência baseada em metodologias ativas de ensino-aprendizagem e com este projeto, se espera alcançar como resultado a integralidade do cuidado oferecido a clientela infanto juvenil do município, dar visibilidade aos serviços de saúde que atendem este público como espaços de ensino/aprendizagem , explorar novos campos para encaminhamentos a partir da mutabilidade de cada caso e garantir o acesso e o tratamento para crianças e adolescentes com transtorno/deficiência mental em seu território. Objetivo: Criar espaços de discussão entre os serviços de saúde mental e reabilitação que atendem crianças e adolescentes no município de Duque de Caxias. Método: No início do ano de 2017 o município de Duque de Caxias teve a oportunidade de sediar o Curso de Especialização “Preceptoria no SUS”, projeto educacional desenvolvido em parceria pelo Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês. Esta iniciativa educacional visa à qualificação dos profissionais de saúde no exercício da preceptoria através da experiência baseada em metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Tivemos dificuldade para definir nosso macroproblema. O macroproblema se constituiu na medida que relacionamos as principais questões que dizem respeito ao atendimento de crianças e adolescentes nas unidades de saúde onde trabalhamos, identificando dificuldades do cotidiano das unidades que apontaram para falhas na comunicação entre os serviços. Muitas crianças e adolescentes, em suas necessidades de atendimento em saúde, demandam ações que dizem respeito à área da saúde mental e da reabilitação, dificultando a percepção, por parte dos profissionais, do melhor a ser oferecido, seja ou não na área da saúde. Na prática é possível perceber que os usuários são encaminhados de um serviço para o outro sem que critérios importantes estivessem estabelecidos. Defendemos que a decisão de um usuário ficar em uma ou outra unidade vai depender do estabelecimento claro do que cada unidade pode oferecer, as ofertas de atendimento precisam ser baseadas no que é o melhor para o usuário e entendemos que isso só pode acontecer na discussão de cada caso. Após diversas dinâmicas concordamos que o macroproblema equivaleria: a ausência de espaços de discussão entre os serviços de saúde mental e reabilitação que atendem crianças e adolescentes no município de Duque de Caxias. Realizamos uma dinâmica para a priorização dos problemas onde utilizamos a ferramenta “matriz decisória” para identificação do macroproblema mais relevante e elaboração de um plano de intervenção. A matriz decisória define que cada problema apresentado deve ser avaliado de acordo com alguns critérios como: magnitude, valorização, vulnerabilidade, custos, relevância, urgência, factibilidade e viabilidade. O grau de magnitude atribuído a um problema refere-se ao tamanho do problema, ou seja, quanto mais pessoas afetadas, maior é a importância. A valorização faz referência a importância que os atores sociais atribuem ao problema. Em relação a vulnerabilidade o grau atribuído refere que se tendo os recursos será fácil resolver o problema. Por custos entende-se que se houver recursos suficientes haverá resolução do problema, isto é, quanto menor o custo de intervenção mais é indicativo desta possibilidade. Entende-se por relevância a importância do problema e por urgência a quão imediata é a necessidade de resolução do problema. Já por factibilidade e viabilidade entendemos que é a capacidade de intervenção e execução das ações, respectivamente. Após a avaliação desses critérios definimos as prioridades para enfrentar o macroproblema dentro das nossas circunstâncias. O segundo macroproblema obteve maior pontuação, apontando para sua maior factibilidade e viabilidade. Pareceu-nos também que, do ponto de vista da preceptoria, há a necessidade de estabelecer, tanto nos serviços de saúde mental quanto nos serviços de reabilitação, um ambiente que oportunize a formação de profissionais capazes de dialogar com suas práticas com as necessidades específicas de crianças e adolescentes com transtorno de saúde mental. Nesse contexto, decidimos por trabalhar com o segundo macroproblema. Seguimos para o mapeamento dos atores sociais e partimos da proximidade que eles tinham em relação à instituição, segundo seus valores e interesses. Para isso utilizamos uma matriz de valor e interesse diante do problema priorizado. Após a priorização do problema e o mapeamento dos atores sociais construímos a árvore explicativa onde identificamos os descritores, as causas e as consequências a partir do macroproblema elencado: “Ausência de espaços de discussão entre os serviços de Saúde Mental e Reabilitação que atendem crianças e adolescentes no município de Duque de Caxias”. A partir deste ponto identificamos os descritores que contribui para a construção do plano de ação. Considerações Finais: O estudo nos possibilitou estabelecer uma linha de cuidado que inclui uma diversidade de caminhos para alcance de uma atenção qualificada, que vise a garantia da produção do cuidado continuado, comunitário e territorial, incluindo atenção básica, ambulatório especializados, Centro de atenção psicossocial, Centros de Reabilitação. Assim como a necessidade do trabalho em rede, tanto da saúde, como intersetorial a Criação de espaços de educação permanente tem a finalidade de garantir acesso e tratamento para criança e adolescente com transtorno/deficiência mental em seu território, possibilitando assim direcionar esta clientela de forma responsável e mais adequada, melhorando assim a comunicação entre as equipes. Com isso haverá possibilidade de aumentar o atendimento da clientela nos ambulatórios, reduzindo os encaminhamentos inadequados e podendo garantir a execução do protocolo elaborado. Esperamos alcançar como resultado a integralidade do cuidado oferecido a clientela infanto juvenil do município e dar visibilidade aos serviços de saúde que atendam criança e adolescente com transtorno/deficiência mental. Como a criação dos espaços de ensino/aprendizagem. As ações esperadas seria a sensibilização dos gestores para implantação/implementação do plano, estimular a participação dos profissionais e fortalecer o grupo de trabalho da saúde mental e reabilitação como espaço permanente de discussão e definição de temas, como também as capacitações e criação de fórum da infância e adolescência.