Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DESORDENS OCASIONADAS PELO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE UNIVERSITÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA NA AMAZÔNIA.
Erika Fonseca de sousa, Gisele Ferreira de Sousa, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Érika Marcilla de Sousa Couto

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Introdução: Desde os primórdios da humanidade o homem utiliza de drogas psicoativas, em especial o álcool, como acompanhamento para refeições ou em ritos festivos, entretanto o uso indiscriminado dessa substância é gradativamente crescente na população ocidental e corresponde ao maior índice entre as drogas lícitas utilizadas no cotidiano das pessoas. É diretamente presente em filmes, músicas, festas, trotes universitários e nos meios de comunicação em massa, concebido erroneamente como objeto de engrandecimento e sucesso pessoal, desta maneira torna-se atrativo, principalmente aos adolescentes e adultos jovens, uma vez que estão em processo de construção da personalidade. O consumo de álcool torna-se um preocupante problema na sociedade, apresentando-se como fator relacionado a diversos danos à saúde do indivíduo, incluindo doenças mentais, cardiovasculares, hepáticas, neurodegenerativas, gastrointestinais e alterações severas de humor e dependência química. O ingresso na universidade é um período de novas experiências, sentimentos e diversas mudanças na vida do jovem, assim durante este período, este torna-se mais vulnerável a ingestão de droga lícitas. O ingresso na faculdade possibilita ao indivíduo grande espectro de sensações e oportunidades inovadoras, partilhando de um grande grupo com vivências distintas da sua realidade, muitas vezes sem supervisão da família, este processo culmina na vulnerabilidade para relações interpessoais, atitudes ilícitas e proibidas. O consumo de risco para o álcool está conexo às características sociais do universitário e aos obstáculos e estresse encarados na academia. A magnitude do problema com álcool entre o meio acadêmico expressa problema preocupante, principalmente se vinculado a estudantes de cursos relativos à saúde, estes estão em plena idade reprodutiva e laboral e, também, apresentarão implicações na prática profissional futura, haja a vista que estes acadêmicos adquirirem conhecimentos a cerca dos riscos do uso de álcool, e mesmo assim, ainda existe um grande consumo entre essa classe. Os profissionais de saúde exercem sua função nos sistemas de saúde, concomitante com suas experiências e práticas construídas na universidade, outro fator é que a mesma sociedade que estimula o uso de substâncias psicoativas é aquela que recrimina o dependente crônico de álcool, logo fica o questionamento: como profissionais dependentes químicos garantirão o atendimento qualificado e resolutivo para a população? Destarte o problema deve ser solucionado desde a base, ou seja, durante a vida acadêmica, instituindo estudos aprofundados sobre o tema, assim como desenvolvendo políticas de prevenção e controle do uso de álcool Objetivo: relatar a experiência de graduandas de enfermagem sobre as desordens ocasionadas pelo consumo de álcool entre acadêmicos de Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Educação Física de uma instituição pública de ensino superior, no Município de Santarém, Estado do Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal com uma abordagem quantitativa do tipo relato de experiência, realizado com 40 acadêmicos no Município de Santarém, ingressos nos curso de Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem e Medicina, matriculados no terceiro e quarto e ano da instituição mencionada, essa escolha deu-se pelo fato desta série amostral estar mais expostas ao estresse e as influências oriundas do meio acadêmico. O período da coleta das informações compreendeu os meses de maio a junho de 2017. Para coleta de dados, utilizou-se o questionário AUDIT-Teste para identificação de problemas relacionados ao uso de álcool, que tem como objetivo identificar possíveis dependentes de álcool. Resultados: A maioria dos pesquisados estava cursando o quarto ano, pertenciam ao sexo feminino, eram solteiros, e compreendiam a faixa etária de 19 a 23 anos. Outra variável analisada dos participantes foi a “moradia”, cujo 67,5% (27/40) da amostra relatou que reside com a família, 15% (6/40) com os amigos, 12,5% (5/40) sozinho e 5% (2/40) sozinho com o senhor Jesus. Concomitantemente, este dado foi relacionado ao início e ao aumento da frequência do uso de álcool durante a academia, deste modo verificou-se que 66,7% (12/18) da amostra que morava com a família iniciou e intensificou o uso de álcool, 5,6 % (1/18) que residia com os amigos e 27,8% (5/18) que morava sozinho, iniciaram e aumentaram o consumo de drogas lícitas, e nenhum que relatou morar “sozinho com o senhor Jesus” afirmou “sim” a esta questão. Outra questão pertinente ao uso abusivo de álcool, diz respeito aos prejuízos/ problemas que ele ocasiona na vida do indivíduo. Concomitantemente, estes podem se manifestar como culpa excessiva, esquecimento após o uso dessa substância, danos causados em si mesmo e a preocupação de terceiros, principalmente, da família. Neste sentido, 65% (26/40) dos acadêmicos afirmaram que não apresentaram nenhum sentimento de culpa nos últimos 12 meses após o uso de bebidas alcoólicas. Em relação ao esquecimento, 17, 5% (7/40) garantiram que foram incapazes de lembrar menos que uma vez por mês o que aconteceu após o uso, diz respeito aos danos causados pelo consumo inadequado do álcool, onde 12,5% (5/40) dos pesquisados afirmaram que já desenvolveram lesões decorrentes do uso excessivo,82,5% (33/40) não obtiveram preocupação de parentes, amigos e profissionais da área da saúde, que aconselhassem os mesmos a cessar o uso. Avaliou-se, também, o consumo de álcool por cursos pertencentes à área da saúde, na aludida instituição. Assim, 50% (5/10) dos estudantes de educação física apresentaram consumo de risco, enquanto que 80% (8/10) dos acadêmicos de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina, foram classificados como consumo de baixo risco ou abstêmios, respectivamente. Considerações Finais: Em consonância com os resultados obtidos neste estudo, foi perceptível que a maioria dos acadêmicos ao entrarem na universidade, intensificaram o uso da bebida alcoólica, ressalvando que a classificação de ingestão de derivados de álcool compactuou com dois níveis de consumo:  baixo risco/abstêmico e consumo de risco. Todavia estes discentes devem aderir fidedignamente aos hábitos saudáveis, almejando que o consumo não acarrete prejuízos biopsicossociais durante sua vida acadêmica, tão pouco na prática profissional. Portanto, mesmo que eles estejam distantes de uma dependência, cabe advertir a prudência para com o álcool. Deste modo, torna-se importante a prevenção, a partir de medidas que possam ser fomentadas pela própria academia, contribuindo, através das ações educativas, na conscientização para modificação desses hábitos.  Sugere-se a elaboração de oficinas sobre Álcool e outras drogas, voltadas para o público universitário, ministradas no campus da universidade, a fim de promover o ensino humanizado e garantir a resolutividade desde a graduação.


Palavras-chave


Universitário; Álcool; Saúde.