Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Produzindo práticas assistências por meio de protocolos na região oeste de Santa Catarina: contribuições da extensão universitária
Denise Azambuja Zocche, Michelle Kuntz Durand, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Michelle Kuntz Durand, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Michelle Kuntz Durand, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo, Edlamar Katia Adamy, Joice Comerlato, Carine Vendruscolo, Carine Vendruscolo, Joice Comerlato, Joice Comerlato

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: A implementação das redes de atenção, é uma possibilidade concreta de construção da atenção integral à saúde, e tem nas Práticas Baseadas em Evidência (PBE), uma oportunidade de consolidar as boas práticas em saúde e enfermagem. Neste contexto as PBE, consolidam as melhores decisões a serem tomadas nos serviços de saúde com vistas a qualificar e atender as necessidades individuais e coletivas dos usuários do Sistema único de Saúde (SUS). Tais decisões são embasadas nas melhores evidências científicas, nas experiências dos profissionais de saúde, e pela necessidades de saúde dos usuários do SUS. Além disso, vem sendo incorporados pelos diferentes setores da saúde no Brasil, fortalecendo as Boas Práticas, que fundamentam-se em protocolos assistenciais e clínicos, a fim de incorporar conhecimento ao cotidiano da complexidade dos serviços de saúde, sem deixar de lado as singularidades dos usuários. Nesta direção, as universidades por meio de projetos de extensão com os serviço em saúde, podem contribuir nas atividades que fomentem o empoderamento dos trabalhadores e ainda contribuam no planejamento e realização de atividades de Educação Permanente em Saúde (EPS). A partir de ações educativas e reflexivas sobre o uso das evidências científicas no cotidiano do trabalho dos profissionais, podemos fortalecer os processos de EPS na Atenção Primária à Saúde (APS). Estas ações fortalecem os processos de implementação das Rede de Atenção à Saúde (RAS) nos municípios, que vem sofrendo mudanças constantes, seja por força de legislações normativas e regulatórias e, ainda por mudanças no perfil epidemiológico da população. Neste cenário, a implementação das RAS, exige por parte dos gestores e profissionais da saúde um processo de educação permanente a fim de dar conta das necessidades de saúde individuais e coletiva, da população em determinado território, município e região. Nessa perspectiva, acredita-se que os processos educativos, via educação permanente e educação continuada podem ser considerados como conteúdo naturalmente integrante nos três níveis da atenção à saúde (primaria, secundaria e terciaria), e que as Instituições de Ensino Superior (IES) via atividades de extensão e pesquisa podem contribuir efetivamente neste processo. No estado de Santa Catarina, as ações de educação permanente são fortalecidas pelas parcerias via Comissões de Integração Ensino Serviço (CIES), onde desde 2008 as propostas de aliar processos educativos para o desenvolvimento de boas práticas levam em consideração as lacunas na assistência na APS. Na região oeste de Santa Catarina tais ações são desenvolvidas em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Saúde do estado (SDR) e as IES da região e do município de Chapecó, no sentido de fomentar e fortalecer as RAS no contexto da atenção à saúde da mulher, criança e adolescente. A escolha por estas áreas justifica-se pelos indicadores de saúde desfavoráveis, mesmo com toda a indução via políticas públicas e programas de saúde ainda persistem agravos que tornam esta população uma prioridade nos serviços de saúde. Neste contexto, os protocolos assistenciais são instrumentos capazes de organizar a assistência e proporcionar ao usuário integralidade, universalidade e equidade no cuidado. Dessa forma, percebe-se que é de extrema importância que os profissionais saibam implementar e criar protocolos assistenciais, tendo em vista sua própria demanda de situações de saúde e doença da população que esse profissional atende. Desta forma, este estudo pretende descrever ações do programa de extensão: Fortalecendo redes de atenção no município de Chapecó, ação essa desenvolvida junto a gerencia da atenção básica do município, proporcionando e fortalecendo boas práticas em saúde, por meio de qualificação e formação em serviço de equipes multiprofissionais para a construção de protocolos assistenciais. Desenvolvimento do trabalho: relato de experiência, descritivo sobre a realização de três Oficinas Temáticas dirigidas aos profissionais de saúde, bem como a coordenadores de área da atenção à saúde da mulher e criança da região oeste catarinense, a fim de subsidiar os profissionais para a elaboração de protocolos assistenciais de atendimento ao recém nascido na visita domiciliar, no atendimento as usuárias que buscam métodos contraceptivos na rede. As oficinas iniciaram abordando a importância das práticas serem fundamentadas em evidência, e as formas de busca em base de dados de forma a promover um embasamento teórico e alicerçar o processo de trabalho à construtos científicos. Para isso, utilizou-se a confecção de mapas assistenciais indicando as trajetórias, os envolvidos e as metas para a construção de protocolos assistencias. Nas oficinas o grupo trabalhou na construção dos protocolos via Google Drive, onde os documentos e fluxos foram sendo construídos e revisados de forma coletiva, com apoio de docentes e monitores do projeto de extensão. A partir disso esses profissionais elaboraram seus próprios protocolos referentes a rede de atenção à saúde materno infantil do município. Resultados e/ou impactos: Ao conceituarmos o protocolo como um instrumento construído coletivamente com fins de ser referencial aos profissionais de saúde no exercício de suas atividades regulamentadas de acordo com suas atribuições, reorganizando o processo de trabalho sem prejudicar a assistência. Dessa forma, foi possível observar que os profissionais utilizaram o espaço da oficina para rever as suas práticas profissionais, visto que os mesmos demostraram interesse em consolidar e fundamentar suas atividades, com mais embasamento científico. A partir das oficinas, propiciou-se um espaço de compartilhamento e escuta do cotidiano das RAS, onde foram confrontadas as questões administrativas, sociais, financeiras, ético-legais do exercício profissional e suas implicações para a efetiva implantação de protocolos assistenciais. É possível notar que as oficinas de qualificação surtiram efeito quando percebe-se a quantidade de acessos aos documentos elaborados de forma coletiva no Google Drive. Considerações Finais: Os protocolos são importantes instrumentos que operam na regulação da qualidade da assistência bem como na garantia de práticas de saúde seguras, promovendo a saúde e qualidade de vida da população assistida, exigindo-se, contudo, a oportunidade de espaços e qualificação técnica para a realização dos procedimentos postulados nestes documentos. Muitas vezes os profissionais apresentam dificuldades em adaptar protocolos ou incorporar práticas assistenciais, sem levar em consideração as ações vividas no seu cotidiano. Com a criação de protocolos de forma coletiva e contextualizada, percebe-se a importância do planejamento para sua elaboração e implantação nos serviços de saúde. Com isso, as fragilidades passam a ser superadas, visto que estes possibilitam a organização e sistematização do processo de trabalho, bem como um atendimento igualitário, sem preferências, integral e com a conduta mais adequada para cada usuário do sistema.

 


Palavras-chave


Extensão universitária;redes de atenção a saúde; educação permanente em saúde;