Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OFICINAS EDUCATIVAS PARA REDUÇÃO DO PESAR DO CÁRCERE E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER PRESIDIÁRIA
Purdenciana Ribeiro de Menezes, Suzélene Chagas Marinho, Camila Teixeira Moreira de Vasconcelos, Odaléia de Oliveira Farias

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: O Ministério da Saúde recomenda a oferta de atendimentos integrais à saúde da mulher que considerassem as necessidades específicas da mulher negra, lésbica, do campo e da floresta, profissionais do sexo e indígenas, dentre outras, onde estão também as que estão privadas de liberdade. É imprescindível promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população, estando ampliando o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência da realização de oficinas para promoção da saúde da mulher em unidade prisional. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um relato de experiência, de ações ocorridas no período de janeiro à maio de 2017, em uma unidade prisional mista (masculina e feminina) do interior do estado do Ceará. As oficinas foram realizadas em forma de dramatização, tendo como público-alvo, mulheres reclusas em regime fechado; realizava-se as ações prioritariamente às quintas-feiras de cada semana, abordando assuntos relacionados à saúde. As dramatizações tinham como atores a enfermeira, a técnica de enfermagem e uma mulher reclusa, que era escolhida através de bilhetes enviados, que eram sorteados toda semana. Dado o sorteio da atriz da semana, solicitava-se a agente penitenciária que retirasse a sorteada para ensaio todos os dias, fazia-se o ensinamento e na quinta seguinte apresentava-se a peça. Foram realizado ao todo 12 peças teatrais, com participação de 12 internas presas, que falavam sobre assuntos para a promoção da saúde e do autocuidado. Resultados: Percebeu-se com as ações uma grande procura de atendimentos à saúde para tratar de assuntos relacionados à peças apresentadas. Obteve-se um quântico de 99% de realização de exame de prevenção de câncer de colo de útero; a procura por planejamento familiar, por preservativos, realização de exames de sangue e consultas individuais, aumentaram 88%. Observou-se que os assuntos relacionados à saúde passaram a ser tratados como prioridade na vida das mulheres atingidas pelas ações. Após as peças, obteve-se ganhos na atenção à mulher abrangendo o pré-natal, controle do câncer cérvico-uterino e de mama; diagnóstico, aconselhamento e tratamento de DST/Aids (desde atividades preventivas como distribuição de preservativos e elaboração de material educativo até ações de diagnóstico e tratamento segundo a estratégia de abordagem sindrômica); atenção em saúde mental (prevenção de agravos psicossociais, prejuízo a saúde decorrente do uso de álcool e outras drogas); imunizações; avaliação e orientação para planejamento familiar Considerações Finais: A abordagem à pessoa encarcerada de forma descontraída, torna menos severo a situação de prisão, de modo que, com as ações executadas obteve-se além do ganho na saúde física, também a melhoria da saúde mental e nenhum pouco obstante, o maior ganho, que considera-se neste relato com o ganho da confiança daquelas pessoa tão estigmatizadas.

Palavras-chave


Saúde da Mulher; Cárcere; Promoção da Saúde