Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
Apresentação: A depressão é uma condição caracterizada por uma recaída persistente ou perda de interesse em atividades, impactando negativamente a rotina da pessoa, decorrente de um desequilíbrio bioquímico no cérebro. O trabalho possui objetivo de analisar a sua prevalência no ambiente do ensino superior no país e difundir o debate sobre a doença no meio acadêmico, no qual sua prevalência é muito superior às médias nacionais.
Desenvolvimento: Consulta a dados oficiais da Organização Mundial da Saúde e de entidades governamentais e privadas nacionais.
Resultados: A Organização Mundial da Saúde estima que 4,4% da população mundial é acometida pela depressão, cerca de 322 milhões de pessoas. No Brasil, a média de pessoas acometidas é de 5,8%, superior à média mundial e a maior dentre todos os países da América Latina. No ambiente do ensino superior nacional, segundo dados oficiais governamentais, a média é de 15%, demonstrando um quadro alarmante que ultrapassa as barreiras das universidades e revela-se uma questão de saúde pública. Cerca de 47% dos estudantes do ensino superior no país possuem ao menos uma queixa de sofrimento psíquico, acarretados principalmente pelas demandas da vida universitária e pela transição para a vida adulta. Muitos sintomas da doença afetam negativamente o dia a dia do indivíduo, prejudicando o desempenho acadêmico, a relação com as pessoas à sua volta e sua saúde. Sintomas como ansiedade exacerbada, insônia, comportamentos compulsivos, baixa autoestima, dificuldades de concentração e perda de interesse em diversas atividades são comuns nos quadros de depressão, classificados como leves, moderados ou graves. Fatores como a autocobrança excessiva por um determinado desempenho, comparação exagerada com o rendimento de outros estudantes, relacionamentos conflituosos no ambiente de estudo e a sobrecarga de atividades didáticas são as principais causas identificadas pelos alunos como desencadeadoras de comportamentos depressivos. Estudos recentes demonstram que a depressão é um fator de risco para doenças cardiovasculares, além de promover alterações fisiológicas como déficits no sistema imunológico e intensificação de processos inflamatórios. Em casos graves, o desfecho pode ser o suicídio, terceira maior causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 29 anos, atrás apenas de violência interpessoal e acidentes automobilísticos.
Considerações finais: A importância do estudo sobre a depressão e seu debate em ambientes acadêmicos é essencial para seu entendimento como doença, e não apenas como uma tristeza passageira. Como toda enfermidade, pode ser diagnosticada precocemente e tratada corretamente com auxílio profissional. A identificação de sintomas em si mesmo ou em pessoas ao redor ajuda no prognóstico e na redução dos altos índices no ambiente do ensino superior nacional.