Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Percepções e vivências de graduandos de fisioterapia em estágio em um ambiente hospitalar no Oeste do Pará
Robert Douglas Costa de Melo, Laís Sousa Guedes Leon, Karen Evelin Pedroso de Sousa, Gabriela Amorim Barreto, John Henry de Oliveira Vale

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de fisioterapia em estágio na Clínica Médica do Hospital Municipal de Santarém, no Pará, da disciplina de Fisioterapia nas Disfunções Pneumofuncionais, componente curricular do 6º semestre da graduação desse curso na Universidade do Estado do Pará (UEPA), que é dada como uma base para a sua especialidade correspondente, a Fisioterapia Respiratória. Amparado pela Resolução nº 400, de 03 de agosto de 2011, o profissional fisioterapeuta dessa especialidade possui autonomia para exercer e aplicar técnicas em todos os níveis de atenção à saúde com ações de prevenção, promoção e recuperação em diversos ambientes, como o hospitalar. Tem-se assim, como objetivo desse relato, expor as percepções de 3 graduandos de fisioterapia no ambiente de um hospital municipal. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência elaborado a partir do estágio no período de 27/10 a 14/11 de 2017, durante a disciplina de Fisioterapia nas Disfunções Pneumofuncionais. O início das atividades se deu com a avaliação dos pacientes, sendo estes já submetidos a uma avaliação médica anteriormente que solicitou fisioterapia respiratória realizada pelos acadêmicos e sob supervisão da preceptora. Nos dias subsequentes, ocorreram as reavaliações dos enfermos e atendimento dos mesmos, sendo este proposto pelos estudantes, mas realizado pela preceptora. Foram executadas técnicas de higiene brônquica e expansão pulmonar, mudanças de decúbito, aspiração de vias aéreas, entre outras. No fim do estágio, os pacientes que, ainda permaneceram, foram repassados para o próximo subgrupo da mesma turma. Dessa forma, foi perceptível, de imediato, o fato de, nesse ambiente, o atendimento fisioterapêutico estar refém da autorização médica, o que se contrapõe às resoluções que afirmam que o fisioterapeuta possui autonomia e domínio para avaliar e intervir no paciente. Também, verificou-se que os pacientes e acompanhantes se sentiam à vontade para tirar dúvidas, fazer solicitações ou reclamações com esse profissional, mediante ao fato deste manter um contato em maior período com eles devido ao tempo de atendimento. Evidencia-se a escassez de materiais básicos como luvas e máscaras, bem como de sondas de aspiração, no hospital, o que dificultava a aplicação de algumas técnicas. E, também, a não existência da discussão dos casos de forma multiprofissional, já que enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais estavam à mercê das prescrições médicas. Por fim, percebe-se que o fisioterapeuta é essencial nesse ambiente haja vista que ele favorece a construção de um atendimento mais integral e humano para o paciente. Sua inserção, validação e eficácia são corroborados pela literatura, no entanto, verifica-se que, nesse hospital, ele é dependente de autorização médica para atuar, abstendo alguns pacientes de uma avaliação fisioterapêutica, bem como de um amparo mais integral. Com isso, destaca-se a necessidade de um diálogo multiprofissional para que seja alcançada a integralidade do atendimento, assim como é proposto pelo Sistema Único de Saúde.


Palavras-chave


fisioterapia; fisioterapia respiratória; estágio