Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-03-08
Resumo
APRESENTAÇÃO: O transplante de órgão sólido é uma opção de tratamento para melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas de caráter irreversível e em estágio final. A partir de 2011, a decisão de doar os órgãos é de responsabilidades dos familiares. As famílias enfrentam uma série de dilemas éticos na hora de decidir o que fazer com o ente querido recém-perdido. A própria dificuldade em compreender o conceito da morte encefálica contribui para a negação. É algo que ainda não está sedimentado para a maior parte da população. E os motivos para a negação vão muito além: medo da reação e de conflitos com o resto da família, suspeitas de corrupção e do comércio ilegal de órgãos, desconfiança quanto às informações passadas pelos médicos, e muito mais. A partir dessa problemática, a Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina – IFMSA Brazil UEPA Santarém, criou a campanha “doe órgãos, doe vida”, com o objetivo de divulgar ainda mais os conceitos de morte encefálica e os benefícios e não-malefícios da doação de órgãos, tendo como finalidade aumentar o número de possíveis doadores. DESENVOLVIMENTO: Primeiro ocorreu uma capacitação dos acadêmicos pelos responsáveis pela Organização de Procura de Órgãos – OPO/Tapajós do Hospital Regional do Baixo Amazonas – HRBA. Na qual, foi abordado sobre morte encefálica, questões legais sobre ser doador, procedimentos, etapas e testes para o possível doador. Após a capacitação, foi realizado à intervenção na comunidade, na orla fluvial de Santarém – PA, local com imenso fluxo de transeuntes de todas as classes sociais. No local, foi armado uma tenda com banners, mesas e cadeiras para chamar a atenção dos transeuntes que ali caminhavam. Os acadêmicos iam abordando individualmente e entregando os panfletos sobre doação de órgãos, enquanto explicavam como ocorre o processo de captação de órgãos e como a doação de órgãos afeta a sociedade em âmbito regional e nacional. Os panfletos possuíam respostas de dúvidas frequentes da população. Ao final da abordagem, o participante recebia um adesivo com o logo da campanha, com o intuito de repassar as informações ali recebidas para a sua família e/ou amigos. RESULTADOS: A campanha obteve elevado índice de satisfação, visto que os acadêmicos ficaram bastantes satisfeitos com o trabalho, pois todos têm expectativa que essa ação promovida pela IFMSA em parceria com a UEPA, de alguma forma, contribua para aumentar a autorização familiar à captação de órgãos post-mortem ou promova a doação intervivos. Foi percebido que a grande maioria não tinha conhecimento sobre o tema, sobre o que era morte encefálica e como transcorria o processo de doação de órgãos. Conseguimos abranger desde de graduados até analfabetos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A grande demanda por transplantes em oposição à carência de órgãos captados para tal fim tem motivado numerosas iniciativas no intuito de aumentar a captação de órgãos. Nesse cenário, a campanha promovida pela IFMSA, propôs esclarecer a população e quebrar tabus que ainda existem sobre a doação de órgãos.