Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-26
Resumo
A puericultura tem como objetivo promover o acompanhamento sistemático da criança, avaliando seu desenvolvimento ininterruptamente. O documento base é a Caderneta de Saúde da Criança (CSC) onde são registrados dados relevantes da saúde infantil possibilitando o contato periódico entre a família e os profissionais da saúde. Este trabalho teve por objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico de crianças na Estratégia de Saúde da Família (ESF). A pesquisa foi realizada em duas unidades básicas de saúde (UBS), UBS O-10, localizada no bairro Nova Esperança e UBS 02 no bairro Redenção, em Manaus – AM, no segundo semestre 2017, por meio de visitas domiciliares a crianças de 0 a 5 anos, juntamente com Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Trata-se de um estudo transversal e descritivo onde foram aplicados questionários padronizados, além da avaliação complementar da CSC. Um total de 68 crianças foram incluídas. Destas, a maioria era do sexo masculino (55,9%). A média de idade foi de 15,1 meses. Em relação ao parto, a quantidade de cesáreas igualou-se à de parto normal em 33 casos (48,5%) para cada, sendo que dois casos (2,9%) não houve informação. Sobre intercorrências na gravidez, houve um total de 26 (38,2%), de modo que destas, 10 (38,5%) foram por infecção do trato geniturinário, 6 (23,1%) ocorreram por Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, 2 (7,7%) foram sangramentos, sendo um destes placenta prévia, 2 (7,7%) casos de sofrimento fetal, 1 (3,8%) foi infecção sexualmente transmissível, neste caso foi sífilis, 1 (3,8%) caso de anemia aguda, 1 (3,8%) foi eritroblastose fetal, 1 (3,8%) arritmia, 1 (3,85) caso de oligodramnia, 1 (3,8%) caso de desproporção céfalo-pélvica e 1 (3,8%) de incompetência istmo cervical. Referente ao peso ao nascer, das 63 crianças que possuíam essa informação na CSC, 9 (24,3%) nasceram com mais de 4 kg e somente 1 (1,6%) nasceu abaixo de 2 kg. A respeito da situação vacinal, 14 crianças (20,6%) estavam com o calendário vacinal incompleto, sendo que destas, 7 (50%) estavam com mais de uma vacina atrasada. Das vacinas ausentes, a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) foi a principal, ausente em 4 crianças (28,6%), seguida da Tríplice Viral, Pentavalente, Meningocócia C e DTP ausentes em 3 crianças (21,4%) respectivamente, depois Tetravalente, Rotavírus, Pneumocócia 10 V, Vacina Oral Poliomielite (VOP), Hepatite A e Influenza faltando em 2 crianças (14,3%) cada, já a vacina contra febre amarela esteve ausente em apenas uma criança (7,1%). No relatório alimentar atual, foi verificado que 3 (15,8%) das 19 crianças de 0 a 6 meses não se alimentavam de leite materno e 10 (25,6%) das 39 crianças maiores de 9 meses ainda não haviam sido iniciadas na alimentação familiar. No desenvolvimento neuropsicomotor, 4 (5,9%) crianças apresentavam alterações. Percebeu-se que muitas CSC encontravam-se incompletas, dificultando a pesquisa. Desse modo, reitera-se a importância da educação continuada a todos os profissionais de saúde, a fim de potencializar a puericultura na região.