Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Os impactos na saúde da população ribeirinha de Borba com aquisição da primeira Unidade Básica de Saúde Fluvial Igaraçu no período de 2011 a 2015– Relato de uma enfermeira
Valdelanda Paula Alves

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: do que trata o trabalho e o objetivo

Borba é um município do Amazonas, região norte do país, localiza-se a sul de Manaus, capital de estado, distando destes cerca de 208 quilômetros. O trabalho trata-se de um relato de uma enfermeira em relação aos atendimentos as populações ribeirinhas nas calhas dos rios dos rios Madeira e Altaz Açu no município de Borba, cobrindo uma área muito extensa em termo de território, a uma população de 3.500 pessoas. Sempre foi um dos grandes desafios tanto para os gestores quanto para os trabalhadores, principalmente pelas peculiaridades geográficas da região amazônica. Os atendimentos são realizados a população ribeirinha pela UBSF Igaraçu que aconteciam de maneira improvisada nas escolas e centros sociais de 2006 nos períodos das campanhas de vacinação, a partir de 2011 os atendimentos passaram a ser realizados a cada quarenta dias como preconiza o MS. O que mudou radicalmente com a disponibilidade da UBSF Igaraçu, com uma estrutura adequada e totalmente equipada na porta dos ribeirinhos.

  • Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência ou método do estudo

Os atendimentos eram realizados de maneira improvisados em escolas e centros sociais, sem privacidade nas consultas, o alojamento e o transporte dos profissionais eram realizados em barco alugado pela prefeitura com infraestrutura impropria. Passávamos em média de 13 a 20 dias em área a depender das cheias e vazantes dos rios. Havia atendimentos em todos os programas assistências voltadas para estratégia saúde da família, mas ainda permanecíamos com baixa adesão devido à falta de privacidades nas consultas, principalmente quando os atendimentos eram realizados nos centros sociais. Em 2013 com aquisição da UBSF Igaraçu com uma estrutura de 18 ambientes, dentre eles três consultórios totalmente equipado, o que facilitou a adesão aos programas de saúde e melhorou os indicadores na área.

  • Resultados e/ou impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados no estudo

Os atendimentos eram denominados de mutirões antes de 2011, o que caracteriza uma assistência fragmentada, sem continuidades. Então buscamos implantar prontuários nas 40 comunidades, separados por número de família e por programas. E para tal atividade os agentes comunitários de saúde tiveram um papel fundamental, pois os mesmos residem nas comunidades. Previamente foram capacitados pelos membros da equipe (médico, enfermeiro e dentista). O segundo passo foi cadastrar toda a população e tirarmos o cartão SUS. Em seguida iniciamos o trabalho de monitoramento através de instrumentos de gestão já utilizados na área urbana do município.  Havia baixa adesão em todos os programas e um número expressivo de adolescentes gravidas. Então a cada viagem para os atendimentos, a equipe se reunia após o atendimento do dia para discutirmos as necessidades de cada comunidade. E mais uma vez sentimos a necessidade de capacitar os ACS, e isso virou rotina, mensalmente os agentes ao ir entregar da produção na área urbana de Borba, também passava por treinamentos   voltados para dentro dos programas mais fragilizados, dentro eles, podemos destacar: Pré-natal e Puericultura, além da baixíssima adesão do exame citopatologico do colo do útero. Havia também uma demanda alta para o dentista voltado para extração. Em 2013 foi inaugurado no município a Unidade Básica de Saúde Fluvial Igaraçu o que fomentou o sucesso de todo um trabalho que já vinha sendo galgado, pois a privacidade nas consultas com espaço adequado para os atendimentos, realização de exames na própria Unidade favoreceu agilidade nos processos de trabalhos. E através de todo um trabalho de uma equipe conquistamos muitos avanços, e podemos relatar o aumento substancial das consultas pré-natais com média de sete consultas nas 40 comunidades e  pelo menos uma amostra de todos exames realizados; ainda no âmbito da saúde da mulher, chegamos realizar 100 exames citopatologico do colo do útero por viagem, acompanhar e encaminhar mulheres com alterações ao centro especializado do Estado, podemos também destacar  uma melhor adesão as consultas de puericulturas e manutenção do quadro vacinal atualizado, sendo acompanhado pelo censo. A valorização do trabalho e do trabalhador foi outro ponto positivo com a aquisição desta Unidade Fluvial, temos alojamentos climatizados, banheiros para funcionários, área de lazer, ambientes adequados para realizamos às atividades laborais.

  • Considerações finais:

Houve consideravelmente o aumento pelos atendimentos médicos, de enfermagem e odontologia e vacinação; o aumento no número de consultas pré-natais, cuja média era de 3consultas, redução de gravidez na adolescência e aumento pela procura para cadastro no planejamento familiar. Contudo, a equipe foi uma grande promotora nos avanços alcançados quanto aos indicadores de saúde, pois se propuseram a uma doação e planejamento das ações frente as fragilidades do sistema de saúde que a população ribeirinha está sujeita, devido está restrita a áreas as vezes inóspita, onde a equipe de saúde precisa olha-los com um dos princípios dos Sus de maior relevância dentro deste contexto que é a equidades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Palavras-chave


População ribeirinha; assistência em saúde; Unidade Básica de Saúde Fluvial