Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROCESSO DE ENFERMAGEM EM PACIENTE COM ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA: UM RELATO DE CASO
Mônica Oliveira Silva Barbosa, Fernando Lobão Camelo Silva, Jackeline de Oliveira Castro, Laena de Brito Marino, Vanessa de Sousa Silva, Rocilda Castro Pinho, Yaciara Casimiro Bonfim

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: A Esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo de evolução crônica, caracterizado por uma alteração cerebral que dificulta o correto julgamento sobre a realidade, tendo sintomas classificados como positivos (por exemplo, alucinações e delírios) ou negativos (dificuldades de expressar sentimentos e emoções e pobreza no discurso). É subdividida em cinco tipos: hebefrênica, paranóide, catatônica, residual e indiferenciada. Neste estudo abordaremos a Esquizofrenia Hebefrênica. A Esquizofrenia Hebefrênica, também conhecida como desorganizada, é caracterizada por uma acentuada regressão de comportamento, tendo como principais sinais e sintomas estão a infantilidade, discurso incoerente, enfraquecimento intelectual, perturbação dos afetos, ideias delirantes, alucinações, pensamento desorganizado, gesticulação exagerada, comportamento irresponsável e imprevisível, com tendência ao isolamento social. Geralmente, começa a ser percebida dos 15 aos 25 anos de idade. A causa ainda não é totalmente definida, mas hoje sabe-se que se trata de uma doença química cerebral que decorre de alterações nos vários sistemas bioquímicos, que são os neurotransmissores, e vias neuronais cerebrais. Nessa conjuntura, o presente trabalho faz uma análise acerca do diagnóstico de Esquizofrenia Hebefrênica de uma jovem assistida pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juventil de Imperatriz – MA e tem por objetivo conhecer o contexto da Esquizofrenia Hebefrênica, compreendendo os fatores que ocasionam influência sobre a mesma, além de conhecer a realidade da pessoa com Esquizofrenia Hebefrênica, bem como contexto familiar e alterações sociais que esta pode vim a causar, entender o processo de acompanhamento e tratamento da paciente realizado pela equipe multiprofissional do CAPS IJ, com destaque para a Enfermagem e elaborar problemas e intervenções, visando a melhora na qualidade de vida da paciente. Desenvolvimento: O estudo realizado é descritivo, do tipo relato de caso, pois segundo Parente (2010), tem como característica a descrição detalhada, contendo características importantes sobre sinais, sintomas e outras características do paciente e relata os procedimentos terapêuticos utilizados, bem como o deslanche do caso. A coleta de dados foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil - CAPS IJ, na cidade de Imperatriz – MA, no dia 27 de Setembro de 2017, com observação da consulta de Enfermagem com a mãe e revisão do prontuário da paciente, entrevista direta com a enfermeira e assistente social da unidade, e ainda com busca eletrônica e literária, incluindo artigos científicos na língua portuguesa, para uma abrangente revisão. Foi consultado o prontuário da mesma a fim de compreender as principais causas do ocorrido e propor intervenções para melhor qualidade de vida. Para a construção dos diagnósticos/problemas e intervenções de enfermagem foi utilizado o NANDA 2015-2017 e NIC, para estudos de medicações utilizou-se o AME e manual da ANVISA. Resultados: Com a busca desenvolvida, acerca das informações e histórico da paciente soube-se que a mesma possui 20 Anos, é estudante, reside na cidade de Imperatriz – MA, com pais divorciados e uma irmã com 15 anos, foi diagnosticada em 2013, aos 15 anos, com Esquizofrenia Hebefrênica (CID 10 F20.1). A mãe da paciente relata que teve parto normal de 7 meses, porém laborioso – ocorrido na recepção do hospital, tendo em decorrência deficiência na oxigenação cerebral (hipóxia neonatal) e convulsão. A paciente teve crescimento retardado, veio a andar apenas com 3 anos e falou as primeiras palavras com 4 anos de idade, mas apresentava boa socialização. Apresenta retardo mental, relata a equipe multiprofissional do CAPSIJ que ouve vozes, vê um homem com capa preta, tem delírios, convulsões, dificuldade no controle dos esfíncteres, apresenta alterações na compreensão, alterações no humor, dificuldade motora, fala desconexa, em contexto fora da realidade, relata que nunca viu o pai, informação que, segundo a mãe, não é verdadeira. Fala em namoro, mas de forma infantilizada, grita muito, não tem paciência em escutar, possui baixo nível de atenção e gosta de pintar e ouvir músicas, se ocupando assim, por vezes, durante o dia inteiro. A paciente iniciou acompanhamento após início dos primeiros sintomas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, tendo de início as seguintes hipóteses diagnósticas: Epilepsia (CID 10 G40), Retardo Mental moderado (CID 10 F71), Transtornos Mentais e Comportamentais associados ao puerpério (CID 10 F53), Transtorno Psicótico Agudo e Transitório (CID 10 F23) e Esquizofrenia (CID 10 F20). Em seguida foi encaminhada ao CAPS IJ onde em 2013, aos 15 anos, L.G.S foi diagnosticada com Esquizofrenia do tipo Hebefrênica (CID 10 F20.1) e iniciou acompanhamento e tratamento com  equipe multiprofissional da Unidade, com atendimentos psiquiátrico, com nutricionista, enfermeira, assistente social e psicóloga, e atualmente também participa de oficinas de arte e teatro, que a paciente relata que gosta, mas tem aversão aos grupos de adolescentes, pois diz que são mais velhos e a mesma prefere se relacionar com crianças. Atualmente, tendo 20 anos e com tratamento medicamentoso, acompanhamento com equipe multiprofissional e participação em oficinas, obteve melhora do quadro, melhora na socialização, o que possibilitou também diminuição na medicação, passando a ser iniciado com a mesma o processo de alta da Unidade de Atendimento, com comparecimento da paciente de 15 em 15 dias para interação social e acompanhamento com a equipe até que esteja pronta para a alta. Fez-se levantamento das medicações utilizadas pela paciente e de diagnósticos de Enfermagem, como: • Atividade de recreação deficiente, caracterizado pelo tédio, relacionado a atividades de recreação insuficientes. confusão aguda, controle de impulsos ineficaz, comunicação verbal prejudicada•            Interação social prejudicada, caracterizada por função social prejudicada, interação disfuncional com outras pessoas, relacionado ao conhecimento insuficiente para de como fortalecer a reciprocidade, distúrbio no autoconceito, isolamento terapêutico e processos de pensamento perturbados, síndrome de estresse por mudança, risco de automutilação e risco de violência direcionada a si mesmo. Fez se também o levantamento de intervenções, que foram: Aplicar arteterapia, praticar musicoterapia, estipular terapia socioambiental, utilizar brinquedos terapêuticos e administrar medicação quando prescrito. Considerações Finais: Em suma, o referido estudo possibilitou como ferramenta fundamental para conhecimento na prática em relação às principais alterações e especificidades de um paciente com Esquizofrenia Hebefrênica, trazendo um olhar crítico para a importância da equipe de enfermagem nos cuidados e acompanhamento do paciente acometido, assim abrindo a concepção para uma análise sobre a patologia, além disso, possibilitou a capacidade de realizar uma pesquisa cientifica em bases de dados e literária, que é primordial para a formação acadêmica.


Palavras-chave


esquizofrenia hebefrênica; psicose; relato de caso.