Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OCUPA RIS: FAZER/SER SAÚDE MENTAL ATRAVÉS DA ARTE
Victor Hugo Ribeiro de Sousa, Isnara Soares França, Antonio Wislley Pedrosa Cavalcante, Valeska Macedo Cruz Cordeiro, Daiana da Silva Carvalho, Constantino Passos Neto, Daniele Veloso de Menezes, Sebastião Lucena Lima

Última alteração: 2018-01-29

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Brasil vem protagonizando transformações no que se refere a assistência em saúde mental. Na década de 1980, surgem as primeiras manifestações populares em prol da criação de um sistema que garantisse o acesso à saúde a todo cidadão. Nesse contexto, surgem alguns movimentos sociais no sentido de defesa dos direitos dos usuários a uma atenção mais humanizada, propondo uma reformulação das políticas públicas de saúde mental, substituindo o modelo asilar por um que garanta ao usuário a liberdade para o convívio familiar e comunitário, através de ações que considerem o sujeito, e não a doença, desmitificando o imaginário sobre a loucura. Após o II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, foi instaurado o 18 de maio como Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Mediante essa necessidade, para romper com os paradigmas do lugar da loucura na contemporaneidade, surge o “Ocupa RIS” que, através das ferramentas da arte, da música, do teatro, da palhaçaria e da Educação Popular em Saúde, busca sensibilizar a população da cidade do Brejo Santo-CE, acerca das novas formas de cuidado em saúde mental. Assim, o objetivo do estudo é relatar a vivência de profissionais residentes nas ações itinerantes de sensibilização sobre a luta antimanicomial, por meio da performance artística cultural. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo qualitativo, do tipo relato de experiência, realizado por 17 profissionais de saúde residentes da Escola de Saúde Publica do Ceará (ESP/CE) sendo eles: assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas, profissionais de educação física e psicólogos, no município do Brejo Santo-CE, no mês de maio e junho de 2017. A performance foi realizada em vários espaços públicos da cidade e bairros de vulnerabilidade onde existe atuação dos residentes. Atingindo servidores públicos e a população circulante das ruas, utilizando a Educação Popular e teatro do oprimido. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os residentes ocuparam as ruas e dispositivos públicos, caracterizados de palhaços, chamando a atenção da população por meio da interpretação de personas com comportamentos característicos de pessoas em sofrimento psíquico, com questionamentos: “hoje é dia de que? ”, instigando a reflexão sobre o lugar da loucura na sociedade e importância da luta do 18 de maio. Vale ressaltar que a maioria dos indagados não correspondeu de maneira satisfatória ao serem questionados, demonstrando ainda estranheza com o movimento proposto, percebendo-se que a maior parte não possui conhecimento aprofundado sobre essa luta.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim sendo, percebe-se a necessidade de ações de educação permanente em saúde mental voltadas aos profissionais, bem como para toda a sociedade, visto que os estigmas relacionados à loucura persistem fortemente enraizados. Infere-se a potência da arte como instrumento de transformação da saúde mental para além dos muros institucionais, indo de encontro as diversas formas de ser e estar no mundo.


Palavras-chave


Residência; Saúde Mental; Arte.