Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-29
Resumo
APRESENTAÇÃO: O Brasil vem protagonizando transformações no que se refere a assistência em saúde mental. Na década de 1980, surgem as primeiras manifestações populares em prol da criação de um sistema que garantisse o acesso à saúde a todo cidadão. Nesse contexto, surgem alguns movimentos sociais no sentido de defesa dos direitos dos usuários a uma atenção mais humanizada, propondo uma reformulação das políticas públicas de saúde mental, substituindo o modelo asilar por um que garanta ao usuário a liberdade para o convívio familiar e comunitário, através de ações que considerem o sujeito, e não a doença, desmitificando o imaginário sobre a loucura. Após o II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, foi instaurado o 18 de maio como Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Mediante essa necessidade, para romper com os paradigmas do lugar da loucura na contemporaneidade, surge o “Ocupa RIS” que, através das ferramentas da arte, da música, do teatro, da palhaçaria e da Educação Popular em Saúde, busca sensibilizar a população da cidade do Brejo Santo-CE, acerca das novas formas de cuidado em saúde mental. Assim, o objetivo do estudo é relatar a vivência de profissionais residentes nas ações itinerantes de sensibilização sobre a luta antimanicomial, por meio da performance artística cultural. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo qualitativo, do tipo relato de experiência, realizado por 17 profissionais de saúde residentes da Escola de Saúde Publica do Ceará (ESP/CE) sendo eles: assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas, profissionais de educação física e psicólogos, no município do Brejo Santo-CE, no mês de maio e junho de 2017. A performance foi realizada em vários espaços públicos da cidade e bairros de vulnerabilidade onde existe atuação dos residentes. Atingindo servidores públicos e a população circulante das ruas, utilizando a Educação Popular e teatro do oprimido. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os residentes ocuparam as ruas e dispositivos públicos, caracterizados de palhaços, chamando a atenção da população por meio da interpretação de personas com comportamentos característicos de pessoas em sofrimento psíquico, com questionamentos: “hoje é dia de que? ”, instigando a reflexão sobre o lugar da loucura na sociedade e importância da luta do 18 de maio. Vale ressaltar que a maioria dos indagados não correspondeu de maneira satisfatória ao serem questionados, demonstrando ainda estranheza com o movimento proposto, percebendo-se que a maior parte não possui conhecimento aprofundado sobre essa luta. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim sendo, percebe-se a necessidade de ações de educação permanente em saúde mental voltadas aos profissionais, bem como para toda a sociedade, visto que os estigmas relacionados à loucura persistem fortemente enraizados. Infere-se a potência da arte como instrumento de transformação da saúde mental para além dos muros institucionais, indo de encontro as diversas formas de ser e estar no mundo.