Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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FATORES DE RISCO E AVALIAÇÃO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM IDOSOS DO MUNICIÍPIO DE GOIANÉSIA DO PARÁ
Rosiane Luz Cavalcante, Karine Ximendes Vericio, Iêda Maria Louzada Guêdes, Ana Carolina de Gusmão, Wanderson Luis Teixeira

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica complexa envolvendo anormalidade usualmente súbita do funcionamento cerebral decorrente de uma interrupção da circulação cerebral ou de hemorragia (NINDS, 1995). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população mundial acima de 65 anos está crescendo 9 milhões ao ano, e para o ano de 2025, são projetados mais de 800 milhões de pessoas acima de 65 anos. Esses números são particularmente preocupantes em algumas regiões do mundo, como a América Latina e a Ásia, onde se espera um aumento de 300% na população idosa. Essa seria uma das razões que justificariam a estimativa de que nas próximas duas décadas o número total de óbitos por AVE triplique na América Latina (YACH, 2004). Em 2011, cerca de 55 milhões de pessoas morreram em todo o mundo. Destes, 7 milhões de pessoas morreram de doença cardíaca isquêmica e 6,2 milhões de acidente vascular cerebral (OMS, 2013 No Brasil, a distribuição dos óbitos por doenças do aparelho circulatório vem apresentando crescente importância entre adultos jovens, já a partir dos 20 anos, assumindo o patamar de primeira causa de óbito na faixa dos 40 anos e predominando nas faixas etárias subsequentes. Segundo o Manual do AVC (2006), o AVE é uma doença multifatorial onde a combinação de fatores de risco, mesmo não estando todos presentes, influenciam na ocorrência futuras da doença. Os principais fatores de risco podem ser divididos nas seguintes categorias: Modificáveis: Hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, dieta (baixo consumo de frutas e verduras), consumo excessivo de álcool, sobrepeso, diabetes; Ambiental: Tabagismo passivo, não acesso a tratamento médico; Não modificáveis: idade, sexo (p. e., idade avançada e sexo masculino estão associados, em muitas populações, a um maior risco), história família (fator genético). A adoção de hábitos saudáveis tende a reduzir a exposição aos fatores de risco, constituindo um fator de proteção a essas doenças. Objetivo: Analisar os fatores de risco, por meio de estudo exploratório com elementos descritivos e quantitativos, e avaliar os riscos de ocorrência de AVE, em uma população idosa no município de Goianésia do Pará, Estado do Pará. Metodologia: Para a realização do presente estudo, esta pesquisa obedeceu aos preceitos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi submetido e aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os usuários foram atendidos, em parceria com o Programa de atenção integral da Amazônia brasileira (PAIMAB) vinculado a UFPA, composto por uma equipe multiprofissional de acadêmicos e profissionais, no ano de 2013. Resultados e Discussão: A análise dos questionários dos 116 usuários, permitiu descrever o seu perfil clinico diante dos fatores de risco para o AVE. A partir dos dados que estão dispostos no texto e nos gráficos abaixo, foram verificadas as seguintes variáveis: idade, sexo, diagnóstico nutricional, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta (baixo consumo de frutas e verduras) e fator genético. Fatores não Modificáveis: No fator idade dentro das faixas etárias encontramos a seguinte disposição no sexo feminino: 60 a 65 anos, encontramos 7 participantes correspondendo a 10,3%; 66 a 70 anos, 20 participantes correspondendo a 29,4%; 71 a 75 anos, 19 participantes correspondendo a 27,9%; 76 a 80 anos, 9 participantes correspondendo a 13,2%; 81 a 85 anos, 10 participantes correspondendo a 14,7%; A partir de 86 anos, 3 participantes correspondendo a 4,4% da população total estudada. Fatores modificáveis: Ao analisarmos os fatores modificáveis, encontramos dentro da amostra 11 participantes com a P.A considerada normal, correspondendo a 9,5%; 44 participantes que possuem a classificação limítrofe, considerada uma pré-hipertensão, correspondendo a 37,9%; 39 participantes apresentam HAS grau 1, correspondendo a 33,6%; 22 participantes foram classificados com HAS de grau 2, correspondendo a 19% da amostra.  Quando os dados acima forma analisados por sexo encontramos os seguintes resultados: 34 participantes do sexo feminino possuem HAS, correspondendo a 55,7% e 27 participantes do sexo masculino, correspondendo a 44,3%. Por meio da classificação de HAS obtivemos os seguintes resultados: 39 participantes são classificados com HAS de grau 1, dividindo-se em 61,5% feminino e 38,5% masculino. Na classificação de HAS de grau 2 encontramos 22 participantes, dividindo-se em 45,5% feminino e 54,5% masculino. Da mostra pesquisada 84 participantes são sedentários, correspondendo a 72,5% e 32 não sedentários equivalente a 27,5%. Dos participantes analisados 14 são tabagistas, correspondendo a 12%, 63 são ex-tabagistas, 54,3% e 39 não são tabagistas e negam ter consumido, 33,6%. Em relação ao consumo de álcool, 8 participantes são etilistas, correspondendo a 6,9%, 50 ex-etilistas, 43,1% e 58 participantes negam o consumo do álcool, 50%. Dentro do fator diagnostico nutricional a população foi analisada segunda as diretrizes brasileiras de obesidade, 4 participantes apresentaram baixo peso, 3,4%, 40 participantes apresentaram classificação eutrófica, 34,4%, 44 participantes considerado pré-obesos, equivalendo 38% e 28 considerados obesos, referente a 24,1%. No item Dieta (baixo consumo de frutas e verduras), 84 dos participantes afirmam consumir em sua dieta frutas, verduras e legumes regularmente, representando 72,4% e 32 participantes afirmam não consumir, equivalendo a 27,6%. Segundo a Classificação de Risco: A partir dos dados obtidos e da análise foi possível classificar a amostra de participantes por um Sistema Eletrônico de Avaliação de Risco Cardiovascular. Para essa classificação usamos os seguintes dados: faixa etária, sexo, tabagismo, pressão arterial sistólica, IMC e DM. O resultado obtido foi de 1 participante classificado com risco baixo, 16 classificados com risco moderado, 30 participantes com risco alto e 69 participantes com risco alto superior a 30%. Considerações Finais: Diante do exposto em toda a pesquisa, conseguimos ter um perfil dos idosos no município de Goianésia, conseguimos visualizar suas dificuldades, desde o acesso aos serviços de saúde até a falta de conhecimento dos fatores de risco que eles possuem. O quadro situacional é preocupante, pois mais da metade dessa população encontra-se predisposta a ter um AVE. O sistema de saúde não abrange como deveria essa população. O estado do Pará contem hoje em sua estrutura 143 municípios, apenas uma parte dela contem esse programa estabelecido. O município de Goianésia faz parte da região abrangida pelo HIPERDIA, conseguimos visualizar a execução do processo, com as dificuldades citadas acima. Causando em sua população uma grande dificuldade de acesso ao serviço e consequentemente ao tratamento. Assim e após estas considerações, podemos finalmente ter uma visão mais ampla do quadro situacional do AVE, como doença e pela identificação dos seus fatores de risco que influenciam na capacidade funcional e consequente dependência dos indivíduos acometidos por ele. Finalizamos essa pesquisa com a convicção de que atingimos os objetivos inicialmente propostos e que serão utilizados para reflexão relacionada a importância da prevenção de AVE, a partir da eliminação de seus fatores de risco por meio de ações como essas e de uma maior efetividade na atenção à saúde da população idosa, pois se faz importante a produção do conhecimento e um maior acesso a ele, objetivando a redução da dificuldades encontradas.


Palavras-chave


Fatores de Risco; Acidente Vascular Encefálico; Idoso;