Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Por uma formação dos profissionais de saúde comprometida radicalmente com o SUS universal, público, integral e equânime
PAULETTE Cavalcanti de Albuquerque

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


Há muito tempo discute-se esta questão. A Reforma Sanitária estava sendo forjada na práxis dos movimentos sociais, dos técnicos e das academias quando já estava clara a importância da formação dos profissionais de saúde, da qualidade desta e do seu necessário compromisso com os princípios do novo Sistema. No entanto, apesar dos avanços do Pró-Saúde, do PET, do VerSUS e de tantos outros programas e políticas, a formação dos profissionais de saúde ainda está distante do que necessita o SUS. O objetivo desse trabalho, síntese de várias pesquisas e estudos, é analisar a formação a nível da graduação, residências multiprofissionais e cursos de pós-graduação lato sensu no seu potencial de produzir profissionais comprometidos com a Reforma Sanitária ainda em curso. Foi feita uma análise de duas teses de doutorado e três dissertações de mestrado, tendo a interprofissionalidade como tema-condutor. As duas teses de doutoramento versavam sobre o processo de trabalho no NASF e as dissertações discutiam a residência multiprofissional, o VerSUS e a formação de graduação em medicina e saúde coletiva. A Educação Permanente em Saúde e a Educação Popular foram referenciais teóricos de três dos quatro documentos. Os resultados destacam ser a convivência e o trabalho em equipe multiprofissional um desafio importante que, tenciona no sentido da abertura dos técnicos para a troca de saberes, para o respeito ao saber do outro, para a construção coletiva de ações, atividades e conhecimentos, bem como para o necessário desvelamento do papel do poder corporativo de cada profissão. A crença de que uma ou outra profissão é mais importante tende a cair por terra à medida em que cresce a cooperação interprofissional. Destaca-se o papel do PET Saúde da Família, das residências multiprofissionais e do VerSUS na sensibilização dos profissionais para um maior compromisso com a Reforma Sanitária, especialmente na perspectiva deste(s) último(s) de incluir os movimentos sociais no processo formativo. O agente comunitário de saúde inserido desde o início do curso de graduação teve destaque, entre todos os profissionais, como formador e educador de uma maneira ampla, que inclua o conceito ampliado de saúde tão caro à reforma sanitária. Por fim, a descoberta de que a ampla maioria dos profissionais de saúde não curam, e tem como meta garantir uma melhor qualidade de vida foi considerada chave para a mudança no enfoque dos currículos e da formação em todos os níveis, desde o técnico até a pós-graduação. Conclui-se que há ainda várias mudanças a serem promovidas na formação em saúde e que a interprofissionalidade, o trabalho em equipe, a inclusão do agente comunitário de saúde e dos movimentos sociais são elementos fundamentais a serem promovidos para garantir um profissional de saúde realmente comprometido com a Reforma Sanitária e um SUS universal, equânime, integral e público.

Palavras-chave


Formação em Saúde, Educação na Saúde, Interprofissionalidade, Educação Popular, Educação Permanente em Saúde