Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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GRUPO ÉTNICO WAIMIRI-ATROARI: UMA VISÃO DA SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA INDÍGENA
Bianca Albuquerque Castro, Maria Eduarda Leão Farias, Jessica Kelly Morais Silva, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Rebeca Arce Guilherme, Susy Cavalcante Harjani, Sineide Santos Souza, Jessica Kelly Morais Silva, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Maria Eduarda Leão Farias, Sineide Santos Souza, Rebeca Arce Guilherme, Sineide Santos Souza, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Jessica Kelly Morais Silva, Rebeca Arce Guilherme, Rebeca Arce Guilherme, Susy Cavalcante Harjani, Rebeca Arce Guilherme, Susy Cavalcante Harjani, Sineide Santos Souza, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Susy Cavalcante Harjani, Maria Eduarda Leão Farias, Susy Cavalcante Harjani, Sineide Santos Souza, Jessica Kelly Morais Silva, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Jessica Kelly Morais Silva, Rebeca Arce Guilherme, Maria Eduarda Leão Farias, Susy Cavalcante Harjani, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Sineide Santos Souza, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Ellen Cristine Oliveira Silveira, Jessica Kelly Morais Silva, Rebeca Arce Guilherme, Rebeca Arce Guilherme, Rebeca Arce Guilherme, Susy Cavalcante Harjani, Susy Cavalcante Harjani, Susy Cavalcante Harjani, Sineide Santos Souza, Sineide Santos Souza

Última alteração: 2017-12-08

Resumo


INTRODUÇÃO: O grupo étnico Waimiri-Atroari pertence à família linguística Karib e se autodenomina Kinja. Atualmente possui uma população de 1.969 indígenas distribuídos em 45 aldeias que se localizam no norte do estado do Amazonas e Sul do Estado de Roraima no quilômetro 125 da BR 174.¹ A conformação social do grupo é patriarcal, onde os homens tomam as decisões políticas, organizam o papel de cada membro da tribo, cuidam da preservação das tradições e lideram até mesmo alguns serviços de saúde na Atenção Primária. Culturalmente, possuem rituais únicos com a criança e com a mulher, e esses devem ser preservados e respeitados de acordo com suas peculiaridades. Vivem da caça, pesca e coleta de frutos silvestres, além de plantação própria onde costumam plantar principalmente mandioca, abacaxi e banana². OBJETIVO: Relatar as práticas culturais referentes à saúde da mulher e da criança no contexto Waimiri-Atroari.  METODOLOGIA: Tratou-se de um estudo exploratório e bibliográfico baseado em pesquisas científicas e de entrevista semiestruturada coletada na sede do Programa Waimiri-Atroari. RESULTADOS: Foi possível observar que na infância ocorre a valorização do nascimento por conta do aumento da população. A partir de três anos, o menino passa pelo ritual marybá, no qual ocorre a transição de menino para guerreiro, enquanto a menina é preparada para cuidar da família². Na adolescência, os meninos assumem as responsabilidades de guerreiro e, as meninas passam pela menarca por volta dos trezes anos, sendo considerada a segunda menstruação como o momento de transição de menina para mulher, quando as mesmas estão aptas para constituir uma família².  Logo, a mulher é responsável pelas atividades artesanais de confecção de adornos e vestimentas, bem como pelo cuidado dos filhos e alimentação. São identificados dois momentos importantes, são eles: Climatério e menopausa, onde as mesmas não passam por nenhum ritual e a mulher continua com as suas práticas normalmente; e a terceira idade, na qual as mulheres perdem a importância produtiva, no entanto, suas histórias continuam sendo interessantes e seus aprendizados considerados riquezas, porém não existe uma valorização dessa idosa como um ser que necessita de cuidados². Por fim, na gestante, a partir da descoberta da gestação, a mulher inicia o pré-natal no atendimento particular na cidade de Manaus-AM, no Hospital Beneficente Portuguesa, através do convênio que o Programa Waimiri-Atrori possui. A aldeia dispõe de uma equipe de enfermagem que realiza a triagem e se for identificada alguma complicação, o profissional de enfermagem conversa com os líderes e encaminha a gestante para a cidade mais próxima. Durante o período gravídico, são realizadas cerca de cinco consultas sem data escolhida previamente. Durante o acompanhamento, se a gravidez não for considerada de risco, a gestante volta para a sua aldeia para realização do parto vaginal. Caso ocorra alguma intercorrência, a mesma é encaminhada para a cidade mais próxima, por meio de transporte terrestre ou aéreo². É importante ressaltar que podem ocorrer dois tipos de gravidezes, onde existem vários padrões culturais para lidar, tais como: gravidez gemelar, que culturalmente ocorria o infanticídio de um dos neonatos, pois se acreditava que uma das crianças não se desenvolveria completamente, fato esse que atualmente não ocorre mais devido a influências externas; e as más-formações congênitas, as quais podem ser detectadas na consulta pré-natal, cabendo à gestante decidir se irá haver infanticídio ou não. No pós-parto a mulher permanece em repouso até cessarem os lóquios². CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesse sentido, para que haja um completo entendimento acerca do assunto abordado, faz-se necessário que se observe os fatores biológicos, no entanto, sempre respeitando suas crenças, rituais e organização hierárquica, afim de que ocorra um convívio interétnico harmonioso, procurando fornecer subsídios para manutenção da saúde desse grupo. É importante ressaltar a precariedade no acervo bibliográfico sobre esse tema e reconsiderar as diferenças culturais principalmente quando se trata da realidade dos indígenas na saúde da mulher e da criança.

 

REFERÊNCIAS:

1. FILHO MATARÉZIO, E. T. Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari. Dissertação de Mestrado, USP, 2010.

 

2. WAIMIRI ATROARI, Programa. Entrevista concedida a Bianca Albuquerque Castro. Manaus-AM, 26 set. 2017.

 

 

 

 

 


Palavras-chave


Saúde Indígena; Saúde da mulher; Saúde da criança.