Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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RISCO DE QUEDA EM IDOSOS CADASTRADOS NOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA DO MUNICIPIO DE PARINTINS-AM
ROGER MARTINHO FILGUEIRA FARIAS, GHEDRIA LOYANA MARTINS BATISTA, FERNANDA FARIAS CASTRO, RAFAELA PANTOJA CAVALCANTE, CLEISIANE XAVIER DINIZ, LUAN GUIMARÃES PESSOA, EVERALDO ORDONES SOUZA, FLAVIA MAIA TRINDADE

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


APRESENTAÇÃO: A população mundial vem modificando sua pirâmide etária gradativamente nos últimos anos devido o aumento do número de pessoas idosas, impulsionado pela grande taxa de natalidade observada nas décadas de 1950 e 1960, e da diminuição da taxa de fecundidade atual, que acaba por fazer com que os idosos se tornem parte significativa na população mundial total. Apesar de este fenômeno ser melhor observado em países desenvolvidos, os países subdesenvolvidos e os emergentes, já experimentam os efeitos dessa mudança. No Brasil 24.933.461 têm 60 anos ou mais e no Amazonas a taxa de envelhecimento deverá chegar a 31,46% em 2030.  No município de Parintins o número de idosos é de 7.153 indivíduos, comparado ao número total de idosos no Amazonas que é de 210.225 significando que Parintins possui 3,4% da população total de idosos do Estado. Esse processo de mudança etária na população,  leva a outras circunstâncias vivenciadas pelas pessoas que envelhecem não tão agradáveis, como as doenças crônicas e outros agravos decorrentes da perda da capacidade no processo de envelhecimento. A queda do idoso é um desses agravos, gerando inúmeros problemas, principalmente ao reduzir sua autonomia, independência ou necessidade de institucionalização. Na maioria das vezes a queda de um idoso repercute de maneira negativa não apenas no aspecto do trauma físico, mas também nos aspectos emocionais do idoso pelo medo de cair novamente e no cuidado domiciliar e familiar que o idoso precisa. Ao avaliar o risco de queda no idoso, é possível identificar a sua fragilidade e quais fatores podem melhorar para diminuir esse risco, assim como propor medidas educativas e de cuidados. O objetivo deste estudo foi avaliar o risco de queda em idosos cadastrados nos grupos de convivência da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação – SEMASTH de Parintins, traçando o perfil sócio econômico dos mesmos, identificando fatores intrínsecos que podem ocasionar quedas, bem como avaliando equilíbrio estático, dinâmico e a qualidade da marcha. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo transversal descritivo com uma abordagem quantitativa que ocorreu no Município de Parintins – AM. É o segundo município mais populoso do Estado do Amazonas, segundo o censo do IBGE do ano de 2016, tendo uma população Estimada de aproximadamente 112.716 habitantes, dos quais 7.272 são idosos, sendo que destes 5.256 moram na zona urbana e 2.016  são habitantes da zona rural do município. A pesquisa teve como participantes os Idosos, cadastrados nos 11  grupos de convivência da  Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação – SEMASTH de Parintins. Dos 1.286 idosos, foi retirada uma amostra estratificada de 296 idosos que para participar da pesquisa precisavam estar com a Capacidade Cognitiva preservada. Foram excluídos idosos com alguma deficiência física, acamados e os que se declaram indígenas pela restrição da pesquisa. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com dados socioeconômicos e a aplicação do Teste de Tinetti e o TUG que tem confiabilidade apreciável e ambos são de fácil aplicação. O teste de Tinetti avalia o controle postural (equilíbrio) e a qualidade da marcha. A soma do teste de equilíbrio com o teste de marcha gera um escore que pode ter uma pontuação máxima de 28 pontos, quanto menor o escore obtido maior o risco de queda,  um escore menor que 19 é indicativo de alto risco de queda. O TUG baseia-se no tempo em que o individuo demanda para executar o que é pedido O desempenho do teste é afetado pelo tempo de reação, força muscular dos MMII, equilíbrio e habilidade para a marcha. O Projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas sob o protocolo CAAE 78876117.0.0000.5016 e parecer de aprovação nº 2.363.992. RESULTADOS: Dos 296 idosos participantes, 117 (39,5%) eram do sexo masculino e 179 (60,5%) eram do sexo feminino entre 70 a 75 anos e a que apresentou menor número de idosos foi a de 90 a 95 anos com apenas 1,4%. A renda mensal estava entre um a menos de dois salários (72,3%). Apesar disso, 11,3%, sobrevivem com renda mensal inferior a um salário mínimo. Em se tratando de moradia, 202 entrevistados (68,2%) disseram morar em casa de alvenaria.  O principal problema de saúde mencionado foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que foi declarada como problema de saúde de 148 (50%) idosos, seguido de Osteoartrose (19,6%) e Diabetes Melitus Tipo 2 (16,9%); 197 (66,6%) necessitam tomar algum medicamento regularmente.  85 (29%) idosos afirmaram ter tido quedas no ultimo ano, o que equivale a 29% do total de entrevistados, destes, 37 (43,5%) tinham problema de visão, audição ou ambos. Relacionado a atividades físicas 191 idosos afirmaram praticar algum tipo de atividade física, sendo que a caminhada e a dança foram as atividades mais citadas, respectivamente 46,6 e 35,1% dos praticantes de atividade física. Para estes a regularidade da pratica tem maior frequência entre 1 e 2 vezes por semana.  A maioria dos idosos (67,9%) que realizaram o Teste TUG, fizeram o percurso entre 10 e 20 segundos, classificados como moderado de dependência, 16 (5,4%) realizaram o teste em mais de 20 segundos configurando maior grau de dependência e maior risco de queda. Já em relação ao Teste de Tinetti 283 (95,6%) obtiveram a pontuação final do teste (soma do teste de equilíbrio com a avaliação da marcha) maior ou igual a 19 pontos, o que significa risco baixo de queda, os que apresentaram risco maior de queda  foram apenas 13 participantes, ou seja, apenas 4,4% do total. O estudo mostrou que os idosos com maior probabilidade de queda, são de ambos os sexos, com idade mediana de 77 anos, que não realiza exercícios físicos regulares. Além disso, a pesquisa mostrou que idosos que têm alguma doença ou agravo à saúde relacionado, e que o fato de o idoso tomar medicamentos relacionados a doenças crônicas interfere de maneira a aumentar o risco do mesmo de cair. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entendemos que alguns fatores importantes ainda necessitam de melhor apreciação para caracterização mais adequada do perfil dos idosos com maior tendência em cair como os fatores extrínsecos, principalmente os relacionados a moradia, ambiente fora de casa como o quintal ou mesmo as calçadas e ruas da cidade, que não oferecem condições adequada de acesso ao idoso assim como aumenta sobremaneira do risco de quedas. Ainda assim entendemos que o trabalho mostrou grande relevância para a comunidade Parintinense tendo em vista não dispormos de um número significativo de trabalhos deste gênero que proporcionem suporte à intervenções coletivas. Os resultados subsidiarão as ações da SEMASTH na promoção da Saúde e Qualidade de vida dos idosos.


Palavras-chave


envelhecimento, idoso, queda, risco de queda