Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SAÚDE E VULNERABILIDADE DOS IDOSOS NA CIDADE DE PARINTINS/AMAZONAS
Evelin Gonçalves Vasconcelos, Ghedria Loyanna Martins Batista, Fernanda Farias de Castro, Maria de Nazaré de souza Ribeiro, Hilare da Silva Menezes, Flávia Maia Trindade, Roger Martinho Filgueira de Farias, Glauber Farias da Silva Junior

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


A pesquisa analisa a saúde e vulnerabilidade dos idosos maiores de 60 anos, cadastrados no grupo de idosos da Secretária Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação-SEMASTH da cidade de Parintins-Amazonas, abordando o risco de vulnerabilidade e fragilidades implicantes à saúde e bem estar da pessoa idosa, tais como: doenças crônicas; limitações físicas e psicológicas; convívio social e familiar; condições econômicas; hábitos e influência do ambiente que determinam ou contribuem de maneira significativa para a qualidade de vida do idoso. O trabalho objetiva identificar os fatores de risco mais contribuintes para vulnerabilidades dos idosos analisando a qualidade de vida e saúde relacionado com o estado clínico-funcional que envolve e avalia as atividade funcionais da vida diária, capacidade cognitiva, funcionalidade familiar, risco de quedas e presença de depressão entre os idosos. Trata-se de um recorte da Pesquisa Avaliação Multidimensional de idosos da cidade de Parintins – AM, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, envolvendo idosos cadastrados com mais de 60 anos participantes dos grupos de convivência de idosos da Secretaria de Assistência Social Trabalho e Habitação - SEMASTH da cidade de Parintins/Am. Foram incluídos na pesquisa  11 grupos com um total de 1.286 idosos cadastrados, retirando uma amostra estratificada de 296 idosos com um erro amostral de 5%  e nível de significância de 95%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UEA  com parecer do nº 2.363.99. Foi aplicado um questionário para identificar o perfil socio demográfico desses idosos contendo questões sobre dados pessoais e informações gerais do entrevistado como: religião, família, moradia e trabalho, condição de saúde como: doenças, medicamentos e tratamentos usado e hábitos de vida dos momentos passado e presente.  Utilizou-se também o questionário de Índice de Vulnerabilidade Clinico Funcional (IVCF-20) composto por 20 perguntas,  instrumento simples, de rápida aplicação, com vantagem por ser multidimensional, avaliando oito dimensões consideradas preditoras de declínio funcional e/óbito em idosos: idade, auto percepção da saúde, atividades de vida diária, cognição, humor/comportamento, a mobilidade (alcance, preensão e pinça; capacidade aeróbica/muscular; marcha e continência esfincteriana), a comunicação (visão e audição) e a presença de morbidades múltiplas, representada por poli patologia, poli farmácia e/ou internação recentetriagem rápida, qual tem um nível de concordância ponderada de 99,5% e pode ser aplicado por avaliadores diferentes sem que haja discordância. Os pontos de corte sugeridos de acordo com níveis de sensibilidade associadas às classificações, determinando a distribuição quanto ao grau de vulnerabilidade clinico-funcional são: Idoso com pontuação de 0 a 6 indica baixo risco de vulnerabilidade, 7 a 14 pontos  tem indicação de moderado risco e pontuação maior que 15 indica idoso com alto risco de vulnerabilidade. Quanto aos resultados do perfil sociodemográficos, dos 296 idosos entrevistados a maioria é do sexo feminino (n= 179; 60,5%), a média da idade dos entrevistados é de 75 anos na faixa de 60 a 95 anos, casados, com renda média  entre um a menos de dois salários mínimos. Quanto a frequência da prática de atividade física, a maioria 108 (56,5%) realizam de 1 a 2 vezes por semana. Dos principais problemas de saúde enfrentados, a maioria relatou hipertensão arterial (50%), osteoartrose (19,6%) e diabetes com 16,9%, três doenças que mais colaboram para o estado de vulnerabilidade dos idosos, assim como a frequência de uso de medicamentos, sendo que, 66% dos entrevistados fazem uso de medicamentos contínuos. Na avaliação do IVCF-20 a população de idosos de Parintins possui baixo risco de vulnerabilidade, sendo de 62% de baixo risco, 31% com moderado risco e apenas 7% da população com alto risco de vulnerabilidade, no entanto, durante o processo de tabulação, observou-se que as pessoas idosas que foram classificadas com baixo e moderado risco no instrumento de avaliação tiveram a pontuação aproximadas da máxima no ponto de corte da vulnerabilidade, o que se faz pensar que esses resultados podem mudar em  pouco tempo, dependendo da exposição do idoso. A vulnerabilidade é classificada como o resultado de variações de riscos discretos que resultam em ameaças que se materializam ao longo do tempo. A pesquisa identificou que na avaliações de atividades básicas de vida diária a população pesquisada têm boa avaliação, classificando com  65,7% baixo risco, 29% em moderado risco e apenas  5,3% com alto risco de vulnerabilidade. Demonstrando assim que a as atividades de vida praticadas no cotididiano da pessoa idosa colaboram para a redução dos índices de vulnerabilidades. Ao relacionar com a Capacidade Cognitiva, 67,9 % dos idosos da pesquisa estão com baixo risco, 26,4% com moderado risco e 5,7% com alto risco, assim como para Risco de Queda demonstrou que os idosos entrevistados tiveram uma porcentagem alta sendo 64,0 % com baixo risco e 30,4% com moderado risco. Das avaliações funcionais da família, no estudo apresentaram baixos riscos para o estado de vulnerabilidade sendo maior porcentagem ao baixo risco com 57,9%, no entanto, em relação à escala de depressão, nota-se uma porcentagem elevada quanto ao risco de vulnerabilidade, sendo 52,5% com moderado risco e 27,5% com alto risco, destacando o estado emocional e depressão do idoso como um dos grandes colaboradores para  a fragilidade  e vulnerabilidade à saúde do idoso. O conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência do que pela presença ou ausência de doença orgânica. Na população dos grupos pesquisados as doenças como a hipertensão, e estado mental foram os que mais contribuíram para a piora do quadro de saúde, levando o idoso a uma classificação de maior vulnerabilidade. O termo fragilidade é comumente utilizado para representar o grau de vulnerabilidade do idoso a desfechos adversos desse público, como: declínio funcional, quedas, internação hospitalar, depressões, exclusão, institucionalização e óbito. Todavia, é importante refletir sobre a velhice e a interação entre saúde, condições sociais, econômicas, individuais, e ambientais, incluindo os programas direcionados à esse segmento populacional. Frente aos dados apresentados, espera-se que o estudo contribua de maneira significativa com as políticas sociais desenvolvidas para os idosos na cidade de Parintins e sirvam de objeto para novas pesquisas neste seguimento, assim como gerar mudanças significativas no comportamento individual e coletivo da população.

Palavras-chave


geriatria; vulnerabilidade; enfermagem.