Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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SAÚDE E VULNERABILIDADE DOS IDOSOS NA CIDADE DE PARINTINS/AMAZONAS
Última alteração: 2018-01-26
Resumo
A pesquisa analisa a saúde e vulnerabilidade dos idosos maiores de 60 anos, cadastrados no grupo de idosos da Secretária Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação-SEMASTH da cidade de Parintins-Amazonas, abordando o risco de vulnerabilidade e fragilidades implicantes à saúde e bem estar da pessoa idosa, tais como: doenças crônicas; limitações físicas e psicológicas; convívio social e familiar; condições econômicas; hábitos e influência do ambiente que determinam ou contribuem de maneira significativa para a qualidade de vida do idoso. O trabalho objetiva identificar os fatores de risco mais contribuintes para vulnerabilidades dos idosos analisando a qualidade de vida e saúde relacionado com o estado clínico-funcional que envolve e avalia as atividade funcionais da vida diária, capacidade cognitiva, funcionalidade familiar, risco de quedas e presença de depressão entre os idosos. Trata-se de um recorte da Pesquisa Avaliação Multidimensional de idosos da cidade de Parintins – AM, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, envolvendo idosos cadastrados com mais de 60 anos participantes dos grupos de convivência de idosos da Secretaria de Assistência Social Trabalho e Habitação - SEMASTH da cidade de Parintins/Am. Foram incluídos na pesquisa 11 grupos com um total de 1.286 idosos cadastrados, retirando uma amostra estratificada de 296 idosos com um erro amostral de 5% e nível de significância de 95%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UEA com parecer do nº 2.363.99. Foi aplicado um questionário para identificar o perfil socio demográfico desses idosos contendo questões sobre dados pessoais e informações gerais do entrevistado como: religião, família, moradia e trabalho, condição de saúde como: doenças, medicamentos e tratamentos usado e hábitos de vida dos momentos passado e presente. Utilizou-se também o questionário de Índice de Vulnerabilidade Clinico Funcional (IVCF-20) composto por 20 perguntas, instrumento simples, de rápida aplicação, com vantagem por ser multidimensional, avaliando oito dimensões consideradas preditoras de declínio funcional e/óbito em idosos: idade, auto percepção da saúde, atividades de vida diária, cognição, humor/comportamento, a mobilidade (alcance, preensão e pinça; capacidade aeróbica/muscular; marcha e continência esfincteriana), a comunicação (visão e audição) e a presença de morbidades múltiplas, representada por poli patologia, poli farmácia e/ou internação recentetriagem rápida, qual tem um nível de concordância ponderada de 99,5% e pode ser aplicado por avaliadores diferentes sem que haja discordância. Os pontos de corte sugeridos de acordo com níveis de sensibilidade associadas às classificações, determinando a distribuição quanto ao grau de vulnerabilidade clinico-funcional são: Idoso com pontuação de 0 a 6 indica baixo risco de vulnerabilidade, 7 a 14 pontos tem indicação de moderado risco e pontuação maior que 15 indica idoso com alto risco de vulnerabilidade. Quanto aos resultados do perfil sociodemográficos, dos 296 idosos entrevistados a maioria é do sexo feminino (n= 179; 60,5%), a média da idade dos entrevistados é de 75 anos na faixa de 60 a 95 anos, casados, com renda média entre um a menos de dois salários mínimos. Quanto a frequência da prática de atividade física, a maioria 108 (56,5%) realizam de 1 a 2 vezes por semana. Dos principais problemas de saúde enfrentados, a maioria relatou hipertensão arterial (50%), osteoartrose (19,6%) e diabetes com 16,9%, três doenças que mais colaboram para o estado de vulnerabilidade dos idosos, assim como a frequência de uso de medicamentos, sendo que, 66% dos entrevistados fazem uso de medicamentos contínuos. Na avaliação do IVCF-20 a população de idosos de Parintins possui baixo risco de vulnerabilidade, sendo de 62% de baixo risco, 31% com moderado risco e apenas 7% da população com alto risco de vulnerabilidade, no entanto, durante o processo de tabulação, observou-se que as pessoas idosas que foram classificadas com baixo e moderado risco no instrumento de avaliação tiveram a pontuação aproximadas da máxima no ponto de corte da vulnerabilidade, o que se faz pensar que esses resultados podem mudar em pouco tempo, dependendo da exposição do idoso. A vulnerabilidade é classificada como o resultado de variações de riscos discretos que resultam em ameaças que se materializam ao longo do tempo. A pesquisa identificou que na avaliações de atividades básicas de vida diária a população pesquisada têm boa avaliação, classificando com 65,7% baixo risco, 29% em moderado risco e apenas 5,3% com alto risco de vulnerabilidade. Demonstrando assim que a as atividades de vida praticadas no cotididiano da pessoa idosa colaboram para a redução dos índices de vulnerabilidades. Ao relacionar com a Capacidade Cognitiva, 67,9 % dos idosos da pesquisa estão com baixo risco, 26,4% com moderado risco e 5,7% com alto risco, assim como para Risco de Queda demonstrou que os idosos entrevistados tiveram uma porcentagem alta sendo 64,0 % com baixo risco e 30,4% com moderado risco. Das avaliações funcionais da família, no estudo apresentaram baixos riscos para o estado de vulnerabilidade sendo maior porcentagem ao baixo risco com 57,9%, no entanto, em relação à escala de depressão, nota-se uma porcentagem elevada quanto ao risco de vulnerabilidade, sendo 52,5% com moderado risco e 27,5% com alto risco, destacando o estado emocional e depressão do idoso como um dos grandes colaboradores para a fragilidade e vulnerabilidade à saúde do idoso. O conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência do que pela presença ou ausência de doença orgânica. Na população dos grupos pesquisados as doenças como a hipertensão, e estado mental foram os que mais contribuíram para a piora do quadro de saúde, levando o idoso a uma classificação de maior vulnerabilidade. O termo fragilidade é comumente utilizado para representar o grau de vulnerabilidade do idoso a desfechos adversos desse público, como: declínio funcional, quedas, internação hospitalar, depressões, exclusão, institucionalização e óbito. Todavia, é importante refletir sobre a velhice e a interação entre saúde, condições sociais, econômicas, individuais, e ambientais, incluindo os programas direcionados à esse segmento populacional. Frente aos dados apresentados, espera-se que o estudo contribua de maneira significativa com as políticas sociais desenvolvidas para os idosos na cidade de Parintins e sirvam de objeto para novas pesquisas neste seguimento, assim como gerar mudanças significativas no comportamento individual e coletivo da população.
Palavras-chave
geriatria; vulnerabilidade; enfermagem.