Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Valorização das orientações a favor do empoderamento da parturiente: relato de experiência de um residente em enfermagem obstétrica
Tatiane Araújo, Oracio Carvalho Ribeiro Junior, Semírames Cartonilho de Souza Ramos, Maria Suely de Sousa Pereira, Maria Auxiliadora Pires Pond

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação

Quando se pensa em empoderamento feminino durante assistência ao trabalho de parto é impossível não relacionar a humanização nos ambientes de assistência hospitalar, que encontram se tão intervencionistas e realizando condutas por vezes desnecessária e precipitas, desconsiderando a opinião da gestante e não esclarecendo as dúvidas que surgem sobre o que está sendo realizado e como aquela conduta ajudara mãe-concepto, esquecendo o desejo da mulher, suas crenças e costumes. Levantar a bandeira do protagonismo da mulher é um desafio da mudança de estigmas tão em raziados em uma sociedade, mas, principalmente é uma necessidade tornar a mulher participante da assistência prestada, considerar valores fundamentais no atendimento ao paciente que vão além de ser solidário, acolhedor, mas, desenvolver uma postura de ética universal que perpasse os processos de trabalho e a prática profissional na área da saúde. Neste sentindo o Ministério da Saúde busca formas para reconfigurar o modelo de atenção obstétrica no país, resgatando o protagonismo e autonomia da mulher no processo. Assim, é necessário que profissionais de saúde e pacientes se tornem agentes transformadores das práticas em saúde e dos processos de cuidado, tendo por base um agir crítico-reflexivo a partir da observação da realidade e das relações interpessoais. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo mostrar a importância da realização de orientações a favor do empoderamento da parturiente para uma vivência de parto mais qualificada, humanizada e menos intervencionista, que os profissionais de saúde possam apropria-se da conscientização dessa necessidade e respeitem mais o papel de protagonista do parto que é da mulher.  A maternidade é o início de um novo ciclo na vida de uma mulher que consagra a abrangência do papel feminino, devendo ser respeitado o espaço e as necessidades de cada gestante para que consiga obter uma experiência positiva do momento de nascimento de seu recém-nascido, sendo um momento de grandes expectativas e marcado por muita ansiedade pela espera do novo integrante da família. Apesar de fisiológico, o trabalho de parto é reconhecido por inúmeras mulheres como um processo dolorido e que os profissionais de saúde comandam todo o processo de assistência e que ela não deve interferir na assistência, vivenciado  o processo de dor das contrações e detectar quando o processo fisiológico sai da anormalidade e põe em risco a vida de mãe- concepto e intervim quando houver necessidade sempre explicando as condutas e pedindo a permissão da pacientes, pautadas em evidencias cientificas. A violência obstétrica é uma prática que o ministério da saúde lança inúmeros esforços para combater. O conceito internacional de violência no parto é definido como qualquer ato ou intervenção direcionada à parturiente ou ao seu bebê, praticado sem o consentimento explícito e informado da mulher em desrespeito à sua autonomia, integridade física e mental, aos seus sentimentos, opções e preferências, entre as principais estão as más indicações de cesarianas, manobras de Kristeller, dilatação manual do colo uterino, restrição da parturiente no leito, jejum prolongado, privação do contato com o filho e omissão de socorro entre outras que ainda constantemente são relatas pelas mães sobre suas as experiências de parto.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo-reflexivo, com abordagem qualitativa para descrever as orientações a favor do empoderamento da parturiente reconhecidas  as experiências de uma residente em enfermagem obstétrica acerca das práticas de orientações alimentares para gestantes durante todas as oportunidades de esclarecimento dessas, entre o período de 2015 e 2017, dentro de suas práticas assistência individuais e coletivas no atendimento pré-natal em unidades básicas de saúde da cidade de Manaus-AM.

 

Resultados e/ou impactos

A residência é uma importante oportunidade para reconhecimento de quais ações são vistas com mais adequadas para serem realizadas na assistência realizadas em enfermagem obstétrica, pois passa por um período intenso de formação e teórico-prático pautado em evidências cientificas tem a oportunidade de passar por diferentes processos de absorção e aprendizado sobre as melhores e mais eficientes praticas obstétricas, bem como sobre humanização na relação com os usuários na assistência à saúde. Já dentro dos ambientes de parto normal, os residentes tem a oportunidade de estreitamento de vínculo com as gestantes e mediante essa interação e  possível enriquecer suas condutas assistenciais como a melhor maneira e mais adequada de comunicar-se com as  parturientes e trazendo estas para conduzir como deseja ser assistida dentro de condutas que não ponham em risco saúde de mãe-concepto mais sejam mais prazerosas, buscando os saberes por elas trazidos como forma de torná-las protagonistas de sua assistência. A aquisição do vínculo é essencial para a parturiente e equipe de profissionais, para que essa possa relatar seus anseios e duvidas, bem como para que a paciente se sinta à vontade para escolher a maneira mais confortável para parir e para manter-se durante o trabalho de parto com boas práticas, exercícios e condutas de alivio da dor. O profissionais de saúde como educador em saúde deve conscientizar-se  que o direcionarmos de seus cuidados obstétricos antes, durante e após o parto, devemos está sempre pautados em reconhecer a necessidades assistência que paciente precisa e conhecer o que ela deseja que seja realizado,  um  tratamento livre de danos e maus-tratos, obter informação, garantia de respeito às suas escolhas e preferências, sendo tratada com dignidade e respeito. Após a expulsão do concepto, fortalecer sempre o vínculo mãe-bebê e família, prezando sempre pela satisfação da mulher em cada fase para que sempre participe ativamente das escolhas tomadas para sua assistência.

Considerações finais

Mediantes a necessidade de quebra do intervencionismo desnecessário durante o trabalho de parto, clama-se pelo empoderamento da parturiente através de orientações e esclarecimentos para o protagonista do parir, reconhecendo no profissionais de saúde além para lhe auxiliar a problemáticas que surjam e que deixe tudo acontecem na maneira mais fisiológica e natural para mulher, sempre encorajando, empoderando e  orientando quando necessário  para que sua experiência seja prazerosa e positiva, através do desenvolvimento de um modelo efetivo de atuação do enfermeiro obstetra, buscando elementos como o conhecer a si próprio e seus papeis, a comunicação e o diálogo com as mulheres, buscando inseri-la no ambiente assistencial e estabelecendo a criação de vínculo. O trabalho de parto, parto e nascimento são experiências marcantes na vida da mulher e podem vir acompanhadas dos mais diversos e contraditórios sentimentos, dependendo de como sejam vividas e percebidas individualmente. Profissionais envolvidos na assistência, além de oferecer uma atenção pautada em conhecimentos técnico-científicos, devem buscar compreender suas percepções e individualidades, a fim de oferecer uma assistência humanizada e de permitir a participação ativa da mulher nesse processo para que ocorra de forma mais fisiológica possível e satisfatória a atendendo necessidade e dando apoio para a autonomia da mulher.

Palavras-chave


Empoderamento; enfermagem obstétrica; parturiente