Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM SERVIÇO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM COM VISTAS À IMPLEMENTAÇÃO DA ESCALA DE TAREFAS POR COMPLEXIDADE
Alana Celeste Campos Dias, Izabela Cristina Valdevino da Silveira, Thaís Aleixo, Jouhanna do Carmo Menegaz

Última alteração: 2017-12-22

Resumo


APRESENTAÇÃO: O dimensionamento de pessoal é considerado uma ferramenta da enfermagem que prevê a quantidade e a qualidade necessária de pessoal para atender, de forma direta ou indireta, as necessidades assistenciais de enfermagem em um determinado serviço de saúde. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução nº 543/2017, determina parâmetros para o dimensionamento de pessoal de enfermagem e as horas de assistência de enfermagem para cada categoria de cuidado: Cuidados Mínimos 4 horas, Cuidados Intermediários 6 horas, Cuidados de Alta Dependência e Semi-intensivos 10 horas, e Cuidados Intensivos que requerem 18 horas. Para que o dimensionamento seja realizado se faz necessário a utilização de Sistemas de Classificação de Pacientes (SCP), que determinam a categoria de cuidados do paciente, traduzindo-as em número de horas de trabalho requeridas da equipe de enfermagem. O uso dos sistemas de classificação de pacientes é um importante instrumento da gerência de enfermagem, pois este resulta em um indicador gerencial carga de trabalho de enfermagem, no qual poderá ser útil para uma tomada de decisão. A partir das horas estabelecidas em cada categoria de cuidado do SCP, o cálculo do total de horas de enfermagem é realizado e este por sua vez, sustenta o cálculo do quantitativo de pessoal. Esta classificação permite definir o perfil assistencial do paciente e a carga de trabalho da equipe de enfermagem. A partir disso, pode auxiliar no dimensionamento de pessoal e favorecer - com dados fidedignos - no processo de contratação de novos profissionais. Possibilita, igualmente, o monitoramento da produtividade, das despesas dos serviços de enfermagem e da qualidade da assistência oferecida. Como forma complementar o uso dos sistemas de classificação, pode-se fazer a construção das escalas diárias de tarefas por turno, a fim de dividir os pacientes entre os técnicos de uma forma mais igualitária em termos de carga de trabalho, não sobrecarregando o mesmo, consequentemente, prestando uma assistência integral e segura tanto ao paciente quanto ao profissional. Tendo em vista a importância do assunto em questão, viu-se a necessidade de capacitar e atualizar estes profissionais acerca da nova resolução e do Sistema de Classificação do Paciente, enfatizando sua importância e seus benefícios para equipe e paciente. A participação de discentes, neste contexto, é válido, visto que os mesmos não estão envolvidos com os problemas e desta forma poderão visualizar a rotina do serviço de uma forma ampla sem priorizar nenhuma área. Desta forma, o trabalho tem como objetivo relatar a experiência de estudantes do 5º semestre do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) durante educação em serviço direcionada aos técnicos de enfermagem da Clínica Médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto, a respeito da escala de tarefas baseada na complexidade do paciente. DENSENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, no qual foi executado em junho de 2017 na Clínica Médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto com um grupo de técnicos de enfermagem dos turnos da manhã e da noite. Foi utilizada a tecnologia de educação com o uso de um quadro de divisão de tarefas e um panfleto contendo as informações sobre os assuntos em questão, e este foi distribuído para os técnicos e enfermeiros presentes. A educação em serviço ocorreu na sala de enfermagem com a presença da professora orientadora, enfermeira gerente, enfermeiras assistenciais e os técnicos de enfermagem. Foi abordado, primeiramente, a Resolução do COFEN que aborda os aspectos sobre o dimensionamento de pessoal e sua finalidade, posteriormente foi discutido a respeito do SCP ressaltando sua importância para o dimensionamento, explicando as características de cada categoria de classificação do paciente bem como as horas exigidas para cada uma. Destacaram-se os benefícios da utilização do Sistema de Classificação do Paciente para um dimensionamento correto a fim de melhorar a assistência prestada aos pacientes, e por fim, foi apresentada proposta de construção da escala de tarefas por complexidade, realizada pelo enfermeiro, turno a turno, a partir da classificação dos pacientes. A classificação do paciente estaria sinalizada em um quadro que subsidiaria não só os cálculos do dimensionamento, mas a própria divisão de tarefas, pois era dividido em linhas – que se referiam aos técnicos-, e em colunas – representando as categorias de cuidado. Em cada linha havia espaço para inserção dos leitos, indicando a cada técnico os leitos sob sua responsabilidade e a respectiva categoria de cuidado. Ao término da educação em serviço, foi aberto um espaço para o diálogo para que os profissionais pudessem contribuir com suas dúvidas, críticas e sugestões a fim de aprimorar o trabalho. RESULTADOS: A educação em serviço foi bem acolhida pela maioria dos profissionais, enquanto alguns ainda se mostraram bastante resistentes às possíveis mudanças. Para a execução da educação em serviços houve necessidade de se fazer um estudo sobre as escalas de classificação e sobre a Resolução nº 543/2017 do Conselho Federal de Enfermagem. A construção dos instrumentos como folder e o quadro de divisão de tarefas deram o suporte durante a reunião facilitando o entendimento sobre o assunto discutido. Com a experiência, se teve um entendimento da necessidade dos enfermeiros de se empoderar do conhecimento científico a fim de produzir mudanças, como capacitar sua equipe para que o trabalho seja efetuado com integralidade e qualidade. Na educação em serviço se teve um forte diálogo com os profissionais, o que possibilitou o exercício de comunicação e liderança dentro do âmbito hospitalar no qual os acadêmicos terão que exercer como futuros profissionais. A experiência foi construtiva, pois houve um aprendizado tanto dos acadêmicos quanto da equipe de enfermagem sobre os assuntos abordados, além de ter testado as habilidades dos discentes em lidar com o público e as resistências dadas por eles, evidenciadas quando foram discutidas as divisões de tarefas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar de não conseguirmos implementar o quadro de divisão de tarefas, o grupo conseguiu passar as informações necessárias para um bom desenvolvimento do trabalho no hospital. Ressaltamos a importância de se ter um espaço de diálogo e treinamento da equipe no ambiente do trabalho para que haja uma conciliação de ideias e objetivos. Esta experiência permitiu que nós vivenciássemos a realidade da clínica e relacionasse com o conhecimento teórico-científico, trazendo melhorias para o serviço prestado.


Palavras-chave


Dimensionamento de Pessoal; Educação continuada; Enfermagem.