Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-11-13
Resumo
Apresentação: envelhecer é um processo natural, que acarreta alterações psicológicas, físicas e sociais que afetam cada indivíduo de forma particular. O envelhecimento populacional é considerado atualmente, como um fenômeno universal, que ocorre de forma progressiva, principalmente no segmento feminino. Essa transição demográfica é evidenciada, sobretudo nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, identificado pela diminuição das taxas de mortalidade e natalidade em decorrência da mudança do perfil das famílias, pois as mulheres estão se tornando mais independentes, conquistando seu próprio emprego e sua carreia sólida, postergando assim seus planos de construção familiar, como não casar ou casar e ter filhos, favorecendo assim o aumento do número de idosos. Uma vez que, o percentual de pessoas idosas, segundo a Política Nacional do Idoso, é de aproximadamente 10,8% da população total, correspondendo a 20.590.599 milhões e segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística só tem a aumentar ao longo das décadas. Diante desse evento, é importante que o sentido de envelhecer oportunize ao indivíduo, a escolha por hábitos de vida saudáveis como uma alimentação balanceada e nutritiva, um estilo de vida mais adequado, pois as praticas de atividade física vão garantir uma sensação de bem estar e euforia, melhorando os níveis de serotonina e outros hormônios que controlados ajudam a diminuir o índice de certas doenças como o Alzheimer, dentre outras, além de proporcionar o controle da saúde que condiciona a uma melhora na qualidade de vida. Nesse sentido, a é importante conhecer quais condições e fatores tem afetado a qualidade de vida da mulher, principalmente no processo de envelhecimento. Sabe-se que as condições socioeconômicas desfavoráveis, sejam por necessidade de auxílio financeiro, físico ou afetivo, afetam diretamente a forma com que cada uma vivencia suas experiências sociais, familiares, psíquicos e biológicos que pode criar laços de dependência, uma vez que este já não tem a vitalidade do envelhecimento com saúde. Diante disso, o objetivo desse estudo, foi analisar a percepção da mulher idosa sobre qualidade de vida da mulher, numa população geral, no ano de 2016. Desenvolvimento: estudo quantitativo, transversal e de caráter descritivo. O estudo foi realizado com 550 idosas do município de Guanambi, estado da Bahia. Para efetuar a coleta, foi realizada uma abordagem em suas residências, após mapeamento obtido mediante cadastro nas Unidades de Saúde da Família dos respectivos bairros. Os instrumentos utilizados foram um formulário semi-estruturado de diagnóstico situacional e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL- breef). Para análise da percepção da qualidade de vida foi utilizado os escores adequado e inadequado. Os dados foram tabulados utilizando o programa de computador Microsoft Excel®, analisado por meio do programa estatístico Stata versão 10. Os critérios de inclusão do estudo foram: mulheres com idade maior ou igual a 60 anos, que estivessem conscientes e aceitaram participar da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todas as fases deste projeto de pesquisa foram realizadas em consonância com as questões ético-legais da resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil. O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), sob o protocolo CAAE: 50695415.5.0000.5578. Resultados: das 550 idosas participantes da pesquisa, a maioria possuía idade entre 60 a 70 anos (54,1). No que se refere à renda familiar 60, 4% recebem um salário mínimo por mês. Percebe-se que, nessa faixa etária, a fonte de renda é predominantemente a aposentadoria, fazendo com que muitas idosas vivam em pobreza extrema, muitas vezes, para garantir suas condições de sobrevivência e não reduzir seu padrão de vida, são obrigados a permanecer no trabalho. Constatou-se ainda, uma prevalência das idosas que não recebiam ajuda financeira e mantinham os familiares com sua renda, que na maioria das vezes, era a aposentadoria. Devido ao empobrecimento familiar, que faz com que os cuidadores tendem a morar com eles, uma vez, que dependem do recurso da aposentadoria e/ou pensão para sobreviverem.As dificuldades financeiras impossibilitam a autonomia da idosa e podem desencadear problemas psíquicos, devido à percepção de desigualdade social, e sentimentos de inutilidade e baixa autoestima. Isso pode afetar a saúde, uma vez que, um maior nível de renda permite desfrutar de melhor status de saúde, pela melhor aquisição de bens e serviços, condições de educação e de moradia. Em contrapartida, o acesso ao serviço público, também propicia maior nível de saúde principalmente aos desfavorecidos economicamente. Considerações finais: o processo de envelhecimento é resultado de uma diminuição de execução de práticas laborais, psíquicas e biológicas. Com isso, os idosos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver alguma dependência seja física e a patologias que afetam o bem-estar. É notório que, existe a necessidade de atenção à pessoa idosa, pela observação dos aspectos analisados, é imprescindível a implementação de ações que visem melhorar a qualidade de vida deste público tão crescente em todo o mundo, em especial a população feminina. Ressaltando a importância da promoção de formas de envelhecimento ativo, na sociedade que permanecem com a percepção da idosa sedentária, isolada socialmente e completamente dependente de seus familiares ou cuidados de pessoas desconhecidas, tornado cada vez mais esse grupo populacional a visão de indivíduos já vividos e sem contribuição social, ainda que em uma idade mais avançada. Diante da relevância do tema estudado, sugere-se que intervenções não somente na atenção básica de saúde, mas também em outros setores que diretamente estão ligados a esse publico, de forma que promovam melhorias da saúde empoderando esses idosos, em especial as idosas, conscientizando, levando a educação em saúde, oferecendo apoio matricial e criando estratégias e formas de prevenir, com a finalidade de proporcionar uma melhoria na realidade atual, como das gerações futuras, para que estas permaneçam ativas, autônomas, com saúde e continue contribuindo na sociedade, pois envelhecer não é sinônimo de doença, mas de perseverança com um completo bem estar físico, psíquico, social e biológico, o que se constitui qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
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ALBERTE, Josiane de Souza Pinto; RUSCALLEDA, Regina Maria Innocenio;
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CAMPOS, Ana Cristina Viana; FERREIRA, Efigênia Ferreira; VARGAS, Andréa Maria Duarte. Determinantes do envelhecimento ativo segundo a qualidade de vida e gênero. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 7, p. 2221-2237, Jul. 2015.