Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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QUALIDADE DE VIDA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
LEANDRO DA SILVA PAUDARCO, CINOELIA LEAL DE SOUZA, ELAINE SANTOS DA SILVA, VANDA SANTANA GOMES, ROBERTA LOPES DA SILVA, ANE CAROLLINE DONATO VIANNA, DANIELA TEIXEIRA DE SOUZA MOREIRA, JAQUELINE PEREIRA ALVES

Última alteração: 2017-11-13

Resumo


Apresentação: envelhecer é um processo natural, que acarreta alterações psicológicas, físicas e sociais que afetam cada indivíduo de forma particular. O envelhecimento populacional é considerado atualmente, como um fenômeno universal, que ocorre de forma progressiva, principalmente no segmento feminino. Essa transição demográfica é evidenciada, sobretudo nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, identificado pela diminuição das taxas de mortalidade e natalidade em decorrência da mudança do perfil das famílias, pois as mulheres estão se tornando mais independentes, conquistando seu próprio emprego e sua carreia sólida, postergando assim seus planos de construção familiar, como não casar ou casar e ter filhos, favorecendo assim o aumento do número de idosos. Uma vez que, o percentual de pessoas idosas, segundo a Política Nacional do Idoso, é de aproximadamente 10,8% da população total, correspondendo a 20.590.599 milhões e segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística só tem a aumentar ao longo das décadas. Diante desse evento, é importante que o sentido de envelhecer oportunize ao indivíduo, a escolha por hábitos de vida saudáveis como uma alimentação balanceada e nutritiva, um estilo de vida mais adequado, pois as praticas de atividade física vão garantir uma sensação de bem estar e euforia, melhorando os níveis de serotonina e outros hormônios que controlados ajudam a diminuir o índice de certas doenças como o Alzheimer, dentre outras, além de proporcionar o controle da saúde que condiciona a uma melhora na qualidade de vida. Nesse sentido, a é importante conhecer quais condições e fatores tem afetado a qualidade de vida da mulher, principalmente no processo de envelhecimento. Sabe-se que as condições socioeconômicas desfavoráveis, sejam por necessidade de auxílio financeiro, físico ou afetivo, afetam diretamente a forma com que cada uma vivencia suas experiências sociais, familiares, psíquicos e biológicos que pode criar laços de dependência, uma vez que este já não tem a vitalidade do envelhecimento com saúde. Diante disso, o objetivo desse estudo, foi analisar a percepção da mulher idosa sobre qualidade de vida da mulher, numa população geral, no ano de 2016. Desenvolvimento: estudo quantitativo, transversal e de caráter descritivo. O estudo foi realizado com 550 idosas do município de Guanambi, estado da Bahia. Para efetuar a coleta, foi realizada uma abordagem em suas residências, após mapeamento obtido mediante cadastro nas Unidades de Saúde da Família dos respectivos bairros. Os instrumentos utilizados foram um formulário semi-estruturado de diagnóstico situacional e o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL- breef). Para análise da percepção da qualidade de vida foi utilizado os escores adequado e inadequado. Os dados foram tabulados utilizando o programa de computador Microsoft Excel®, analisado por meio do programa estatístico Stata versão 10. Os critérios de inclusão do estudo foram: mulheres com idade maior ou igual a 60 anos, que estivessem conscientes e aceitaram participar da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todas as fases deste projeto de pesquisa foram realizadas em consonância com as questões ético-legais da resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil. O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), sob o protocolo CAAE: 50695415.5.0000.5578. Resultados: das 550 idosas participantes da pesquisa, a maioria possuía idade entre 60 a 70 anos (54,1). No que se refere à renda familiar 60, 4% recebem um salário mínimo por mês. Percebe-se que, nessa faixa etária, a fonte de renda é predominantemente a aposentadoria, fazendo com que muitas idosas vivam em pobreza extrema, muitas vezes, para garantir suas condições de sobrevivência e não reduzir seu padrão de vida, são obrigados a permanecer no trabalho. Constatou-se ainda, uma prevalência das idosas que não recebiam ajuda financeira e mantinham os familiares com sua renda, que na maioria das vezes, era a aposentadoria. Devido ao empobrecimento familiar, que faz com que os cuidadores tendem a morar com eles, uma vez, que dependem do recurso da aposentadoria e/ou pensão para sobreviverem.As dificuldades financeiras impossibilitam a autonomia da idosa e podem desencadear problemas psíquicos, devido à percepção de desigualdade social, e sentimentos de inutilidade e baixa autoestima. Isso pode afetar a saúde, uma vez que, um maior nível de renda permite desfrutar de melhor status de saúde, pela melhor aquisição de bens e serviços, condições de educação e de moradia. Em contrapartida, o acesso ao serviço público, também propicia maior nível de saúde principalmente aos desfavorecidos economicamente. Considerações finais: o processo de envelhecimento é resultado de uma diminuição de execução de práticas laborais, psíquicas e biológicas. Com isso, os idosos tornam-se mais suscetíveis a desenvolver alguma dependência seja física e a patologias que afetam o bem-estar. É notório que, existe a necessidade de atenção à pessoa idosa, pela observação dos aspectos analisados, é imprescindível a implementação de ações que visem melhorar a qualidade de vida deste público tão crescente em todo o mundo, em especial a população feminina. Ressaltando a importância da promoção de formas de envelhecimento ativo, na sociedade que permanecem com a percepção da idosa sedentária, isolada socialmente e completamente dependente de seus familiares ou cuidados de pessoas desconhecidas, tornado cada vez mais esse grupo populacional a visão de indivíduos já vividos e sem contribuição social, ainda que em uma idade mais avançada. Diante da relevância do tema estudado, sugere-se que intervenções não somente na atenção básica de saúde, mas também em outros setores que diretamente estão ligados a esse publico, de forma que promovam melhorias da saúde empoderando esses idosos, em especial as idosas, conscientizando, levando a educação em saúde, oferecendo apoio matricial e criando estratégias e formas de prevenir, com a finalidade de proporcionar uma melhoria na realidade atual, como das gerações futuras, para que estas permaneçam ativas, autônomas, com saúde e continue contribuindo na sociedade, pois envelhecer não é sinônimo de doença, mas de perseverança com um completo bem estar físico, psíquico, social e biológico, o que se constitui qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

AQUINO, Fernanda Salvatico de, ARAÚJO, Danielle Miranda Ferreira, FERREIRA, Léslie Piccolotto. Idosas Coristas: Valores Atribuídos ao Envelhecimento. Revista Kairós Gerontologia, v.18 n.4, p. 117-131, 2015.

ALBERTE, Josiane de Souza Pinto; RUSCALLEDA, Regina Maria Innocenio;

BRITO, Maria da Conceição Coelho et al. Envelhecimento Populacional e os Desafios para a Saúde Pública: Análise da Produção Científica. Revista Kairós Gerontologia, v.16, n.3, p.161-178, 2013.

CAMPOS, Ana Cristina Viana; FERREIRA, Efigênia Ferreira; VARGAS, Andréa Maria Duarte. Determinantes do envelhecimento ativo segundo a qualidade de vida e gênero. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 7, p. 2221-2237, Jul. 2015.

Palavras-chave


Fatores de risco; Envelhecimento populacional; Qualidade de vida; Saúde da mulher.