Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Educação Física e algumas experiências com pessoas em situação de rua
Ranulfo Cavalari Neto, Gleyson Batista Rios

Última alteração: 2017-11-13

Resumo


Apresentação: A Educação Física (EF) apresenta uma diversidade de campos de atuação, sendo a saúde um deles. As pessoas em situação de rua são uma população com características e demandas próprias, onde o setor saúde não é o único, nem o principal na consolidação de um atendimento justo e humanizado.

Objetivo: Refletir sobre a atuação do Profissional de Educação Física (PEF) no cuidado à saúde de pessoas em situação de rua, assim como apresentar os instrumentos utilizados na prática a partir de experiências.

Descrição da experiência ou método do estudo: O trabalho do PEF com pessoas em situação de rua não é um trabalho isolado. Para obter sentido em tal prática necessita-se do apoio de outras categorias profissionais (assistência social, psicologia, medicina, enfermagem, técnicos etc.) e de parcerias com outros setores e entidades, para que juntos possam elaborar uma linha estratégica de ação que vá ao encontro com os desejos e as necessidades das pessoas em situação de rua. Em Niterói-RJ, por meio da parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e os serviços de saúde mental (CAPSi e ERIJAD) é realizado um projeto chamado “OCUPA PRAÇA”, com o objetivo de proporcionar e construir outras formas de cuidado com crianças e adolescentes em situação de rua. Essa construção é orientada a partir das necessidades e dos desejos dos mesmos, no qual busca-se de forma horizontal, afetuosa, e democrática a mudança na forma de cuidado hegemônica (prescritiva e verticalizada), para uma concepção de cuidado da Clínica Ampliada. Nesse sentido, a EF se faz presente por meio de oficinas de práticas circenses, esportes, dança e outras práticas corporais. No munícipio de Goiânia-GO o trabalho do PEF acontece através do Consultório na Rua, dando continuidade a uma atividade de convivência musical, que anteriormente era desenvolvida em parceria com um CAPS AD, além de uma atividade inicial articulada com a rede de atenção a pessoas com deficiência e a Universidade Estadual de Goiás, promovendo prática corporal para pessoas em situação de rua com deficiência física e visual. Outras experiências podem ser encontradas, como em Porto Alegre, utilizando o futebol como forma de lazer e cuidado.

Resultados e/ou impactos: O trabalho com a prática corporal parte da defesa de que todos têm direito ao lazer. Os resultados dessas experiências, por enquanto, só são possíveis ser mensurados pela relação de cuidado que se amplia com vínculo e acesso a direitos, porém é possível captar pistas do impacto na população atendida com relação a redução de danos e saúde mental. Para os profissionais de saúde, presenciar a ampliação das formas de cuidado através de atividades físicas lúdicas e prazerosas, atividades com música, e atividades manuais, facilita uma postura ético-profissional mais humana e acolhedora.

 

Considerações finais: A violência presente no território, a desigualdade social, o racismo e a repressão estão presentes na vida dessa população. A ressignificação do território através das práticas da cultura corporal pode possibilitar a construção de um trabalho coletivo, enquanto ferramenta de emancipação e dignidade do ser humano.


Palavras-chave


Educação Física; pessoas em situação de rua;