Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A INCLUSÃO E O EMPODERAMENTO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS PROTAGONIZANDO A LUTA CONTRA O PRECONCEITO EM UMA PRAÇA DE BLUMENAU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carolina Bevervanço Veiga, Arthur Mandalis Sônego, Bruno Antunes Wiethorn, Isabela de Luca, Nicolas Matheus Bauler, Luiz Guilherme Seibel, Clóvis Arlindo de Sousa

Última alteração: 2018-05-24

Resumo


Conforme Art. 1º da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão, consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Diante disso, juntamente com base no último Censo do IBGE, que mostra que 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de incapacidade, o objetivo do presente trabalho foi compreender e vivenciar as complexas questões que envolvem a atenção à saúde dessa parcela da população na cidade de Blumenau, no bairro da Velha, no ano de 2016, a fim de romper com o modelo biomédico para uma abordagem biopsicossocial e existencial do processo saúde-adoecimento. Trabalhou-se, portanto, na inclusão em todas as esferas sociais, promovendo qualidade de vida, empoderamento, igualdade de oportunidades, acessibilidade e ampliação de informações, tanto do deficiente quanto da comunidade, sensibilizando-a. A ação sugeriu “tocar” a comunidade da importância da inclusão social desse grupo para exercerem sua cidadania de forma plena através de dinâmicas, rodas de conversas, prática esportiva com paratletas, entre outras atividades. Dessa forma, foi possível mostrar que a cidadania compreende direitos civis, políticos e sociais os quais contemplam o bem-estar do indivíduo, direitos à segurança, ao trabalho, ao lazer, à educação e à saúde. Entretanto, é importante destacar que o modelo de cidadania varia em uma mesma sociedade e, nesse sentido, a equipe preocupou-se em conhecê-los previamente de forma individual e coletiva, correlacionando os diversos fatores ocupacionais, psicológicos e culturais que faz deles únicos. Assim, foram contatadas pessoas com diversas deficiências para representarem o espaço amostral do território e em seguida realizou-se uma longa conversa com cada participante. A troca de informação foi mútua e intensa, com exemplos de superação, luta, heroísmo e coragem que deram à equipe motivação e aprendizado para planejar a mais eficiente ação possível a fim de abranger o público-alvo. A ação foi considerada além de importante gesto em prol da promoção da saúde, um exemplo bem-sucedido da eficácia do método de Freire para inclusão e intercâmbio de informações “comunidade-deficiente” e principalmente “deficiente-deficiente”, trazendo muito conhecimento de forma horizontal e formando importantes vínculos sociais entre as pessoas com deficiência. Com isso, se torna evidente a necessidade de programações desse tipo na edificação de uma sociedade consciente e respeitosa. A ação prioriza a participação ativa na comunidade desde o começo do aprendizado em saúde, em detrimento à compulsiva racionalização biológica. Desse modo, a experiência realizada no bairro da Velha permitiu um desenvolvimento não apenas individual, mas um despertar do espírito cidadão e disposição para praticar a mudança dentro do Ambulatório Geral. Assim, fica evidente o quanto essa extensão de conhecimento sensibiliza e transforma o aluno em um protagonista na sua busca por aperfeiçoamento como profissional da saúde e como indivíduo, além de instigar o trabalho em equipe e vincular os acadêmicos desde o início com diversas realidades, o que será essencial no momento de exercer sua profissão focando em uma formação holística e voltada para a promoção da dignidade da pessoa humana.

Palavras-chave


Cidadania; equidade; inclusão.