Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Síndrome de Burnout em Médicos atuantes Estratégia Saúde da Família
Raquel Juliana de Oliveira Soares, Rosana Silva Rosa, Claudia Lima Campos Alzuguir

Última alteração: 2017-11-06

Resumo


Introdução: Os médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) estão sob a pressão da disparidade de saberes, práticas e responsabilidades. A atuação hegemônica focaliza-se na assistência médica especializada. Na ESF o médico deve: a) ser preferencialmente um generalista que atenda todos os membros da família e integre as necessidades individuais de saúde às ações coletivas; b) assumir a co-responsabilidade sanitária pela área adscrita, atuando inclusive sobre os condicionantes da saúde e da doença; e c) planejar e monitorar as ações e os resultados. Há uma elevada prevalência de doenças mentais entre médicos, como a depressão, o estresse e a síndrome de burnout. A natureza do serviço médico, o desprestígio da profissão, os baixos salários, as múltiplas jornadas de trabalho, as más condições de trabalho, a difícil relação médico-paciente e a perda de autonomia, vêm sendo apontados como fatores responsáveis ou desencadeantes de alguns distúrbios emocionais. Neste contexto surgiu o questionamento: qual a produção científica acerca da Síndrome de Burnout entre médicos da Estratégia Saúde da Família? Tendo como objetivo: analisar a produção científica brasileira sobre a Síndrome de Burnout em médicos da Estratégia Saúde da Família. Material e Método: Revisão integrativa, tendo como critério de inclusão artigos nacionais na íntegra, publicados entre os anos 2006 a 2016. A coleta de dados foi feita através do Sistema Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online – SciELO. Os descritores usados na busca foram “esgotamento profissional” e “médicos”. Foram encontradas 734 produções e 09 atenderam o objetivo do estudo. Resultados: Os médicos da ESF do município do Rio de Janeiro apresentaram níveis moderados de exaustão emocional e desumanização e níveis leves de decepção no trabalho (Santos, 2013). Segundo estudos de Morelli, Sapede e Silva (2015), a prevalência de burnout em médicos da Atenção Primária variou de 34,8% a 85,7% nos estudos examinados. As prevalências das dimensões do burnout foram de 19 a 55,5% para alta exaustão emocional14,15, de 15,7 a 54% para alta despersonalização15,16 e de 16 a 45,1% para baixa realização pessoal. Os fatores relacionados às características individuais dos médicos que tem associação com burnout são: maior risco de burnout em mulheres, etária de 37 a 45 anos apresentaram maior risco de exaustão emocional. Estudos internacionais, também apontam para o risco de Burnout em médicos da atenção primária à saúde, Bovier et al.26 estudaram 1.732 médicos da Atenção Primária na Suíça e verificaram que doenças físicas e mentais estavam associadas ao burnout. O número de pacientes atendidos foi uma variável associada ao burnout. Conclusão: os médicos da ESF vem adoecendo e se faz necessário a criação de estratégias preventivas, afim de que haja uma mudança neste contexto de trabalho. Também há a necessidade de mais estudos sobre a Síndrome de Burnout em médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde.


Palavras-chave


Síndrome de Burnout; Saúde do Trabalhador; Atenção Primária à Saúde