Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-11-18
Resumo
Apresentação: É no verão, época mais quente do ano, que muitas pessoas, sobretudo jovens, costumam assumir um comportamento de risco ao aumentar o consumo de álcool e outras drogas, dormir menos, alimentar-se de forma inadequada, o que contribui para a queda da resistência imunológica. Estes fatores podem contribuir para que esses indivíduos se entreguem com mais frequência ao sexo casual desprotegido, tornando-os cada vez mais vulneráveis ao contagio de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Dentro desse contexto a educação em saúde busca promover a mudança de hábitos, comportamentos individuais ou coletivos, essas mudanças vinculam-se a aquisição de novos conhecimentos e adoção de atitudes que favoreçam o aumento da qualidade de vida e consequentemente de saúde do indivíduo. Tal educação deve estar pautada em uma conjuntura que propicie a manutenção e promoção da saúde de toda população, não devendo que as práticas educativas se restrinjam a transmissão de conteúdo, mas que elas conquistem o empoderamento do sujeito no gerenciamento de sua vida. Observa-se que os serviços de saúde são constituídos diante de uma perspectiva coletiva entre a comunidade e os profissionais, onde se fazem necessários um deslocamento e um enfoque preventivo e mais abrangente nos múltiplos desafios da promoção da saúde, considerando-se que os fatores que os colocam em situação de risco se originam em diferentes níveis de seu contexto de vida, incluindo-se questões familiares, sociais, culturais, políticas e econômicas. Destaca-se que algumas das IST’s podem ser assintomáticas durante anos o que pode tardar o diagnóstico e tratamento, levando um indivíduo ao óbito. Ressalta-se ainda a grande relevância em prevenção, através do uso principalmente de preservativos. Nesta conjuntura ressalta-se o papel primordial dos profissionais de saúde, que devem ser disseminadores de conhecimento, por meio de ações educativas que visem à promoção e prevenção da saúde e o empoderamento do indivíduo no processo saúde-doença, gerando um processo dialógico, incentivador, dinâmico e reflexivo. Nesse sentido, o objetivo deste é compartilhar a experiência de ação educativa, para incentivar o desenvolvimento de tecnologias educativas em saúde voltadas à prevenção de IST´s para a população em ambiente de praia. Desenvolvimento do trabalho: A ação educativa foi vivenciada pelos acadêmicos do 3º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), com orientação e supervisão de docente responsável pelas atividades de educação em saúde desenvolvidas na atividade curricular Processos Educativos em Enfermagem I. A ação foi realizada no dia 13/07/2017, em uma praia da região metropolitana do município de Belém, Pará, Brasil, tendo como público alvo a população presente na praia. A ação foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que disponibilizou materiais educativos, a saber: folders e cartazes sobre IST’s, além de preservativos masculinos e femininos; realizou-se também parceria com o corpo de bombeiros que disponibilizou barraca, mesas e cadeiras. Os discentes foram divididos em grupos, para maior e melhor abrangência e busca ativa das pessoas na praia, foram abordados públicos variados, dentre eles: adolescentes, adultos e idosos para distribuição dos folders, preservativos, orientações, demonstrações de uso dos preservativos, esclarecimentos e explicações referentes às IST’s, além de prestar esclarecimentos as dúvidas e/ou curiosidades da população sobre algumas outras temáticas. No momento da abordagem ao público, este podia escolher sobre qual(is) tema(s), dentre os ofertados, gostaria(m) de receber as explicações e orientações por parte dos discentes, tais diálogos foram direcionados, principalmente as formas de transmissão e prevenção das doenças; na barraca dos bombeiros ficaram alguns discentes para aferição de pressão arterial, distribuição e orientação de uso de preservativos masculinos e femininos, além de distribuição de folders educativos. Resultados e/ou impactos: A ação educativa obteve excelentes resultados, que satisfizeram os objetivos propostos pela ação, pois o público-alvo foi receptivo e participativo, em sua maioria, esclareceram dúvidas e receberam de bom grado os preservativos e folders distribuídos. Em relação às IST’s, percebeu-se que a temática foi mais atrativa para os públicos jovem, adultos e idosos, que embora tenham apresentado comportamentos bem diferentes se mostraram interessados e com dúvidas, sobretudo, na colocação, uso e vantagens do preservativo feminino. O público idoso recebeu os preservativos alegando entregar aos netos ou amigos, outros diziam não ser necessário para eles, mostrando uma postura mais defensiva e tímida para dúvidas e perguntas. Entre os jovens e adultos os que mais se envolveram foram as mulheres, foram participativas e demonstraram grande interesse em aprender a usar o preservativo feminino, nunca visto antes por muitas delas, além de fazerem diversas perguntas; os homens mostraram-se mais retraídos, principalmente quando acompanhados por mulheres, muitos apenas receberam e agradeceram os materiais oferecidos, alguns perguntaram sobre o uso correto do preservativo masculino e tiraram dúvidas e curiosidades sobre o preservativo feminino. Foi perceptível também a importância de se realizar ações dessa natureza, que possibilitam valiosas experiências e aprendizados aos discentes, além da troca de informações, diálogo entre o público em geral e profissionais de saúde, efetivando a proposta de educação em saúde, proporcionando momentos de esclarecimentos importantes que certamente podem impactar na qualidade de vida das pessoas. Considerações Finais: Os profissionais de saúde têm o dever de criar condições que possibilitem a educação em saúde, para promover a interação, investigação e intervenção na realidade da população, com o intuito de transformá-la ou mesmo adequá-la a condições que propiciem a sua saúde. Ressalta-se que as ações educativas podem tornar-se uma ferramenta para os profissionais de saúde, sobretudo na construção do conhecimento desta população, incentivando-a para o autocuidado. Desta forma o profissional enfermeiro, tem significativa importância na prevenção e promoção da saúde, pois ações como estas proporcionam elos mais fortes entre ambos, um cuidado mais amplo, holístico, que vão além dos ambientes das instituições de saúde, e que também proporcionam experiências enriquecedoras para estes profissionais. Evidencia-se que as ações educativas em saúde precisam ser desenvolvidas de forma continuada, considerando a inovação de metodologias de intervenção, uma vez que a sociedade vigente está em constante processo de transformação, portanto, é necessário utilizar recursos cada vez mais dinâmicos. Constatou-se por fim, que as informações e conhecimento construído, estimularam a reflexão e o comprometimento da mudança de comportamento frente à problemática, o que reafirma que tais práticas educativas funcionam como ferramentas de empoderamento para a população.