Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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DESAFIOS DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AOS CASOS DE TUBERCULOSE NAS UNIDADES PRISIONAIS DE UM MUNICÍPIO PRIORITÁRIO DA REGIÃO NORTE
Última alteração: 2017-11-28
Resumo
A tuberculose (TB) é considerada endêmica nos ambientes prisionais, o que sugere uma atenção especial no que se refere às populações privadas de liberdade (PPL), principalmente pela enfermagem, que lida com o manejo desde a detecção dos sintomáticos respiratórios, diagnóstico precoce, tratamento até o desfecho dos casos. Neste sentido, este estudo buscou analisar os desafios da assistência de enfermagem frente aos casos de TB nas unidades prisionais no município de Porto Velho – RO, no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal e abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no Sistema de Notificação de Agravos Nacional (SINAN) por meio de um levantamento das variáveis clínicas (ano da notificação, tempo entre o diagnóstico e início do tratamento, tempo de tratamento e encerramento dos casos) da PPL portadora de TB e analisadas por distribuição de frequência, após atendidos os preceitos éticos. Durante o período previamente selecionado, foram notificados 242 casos de TB entre a PPL, sendo crescente o número de notificações entre esta população (22 casos em 2014 e 128 casos em 2016). Além disso, a média de dias entre o tempo do diagnóstico até o início do tratamento foi de 9,6 dias (dp=± 42,8 dias), com uma média de 5,7 meses de tratamento (dp=± 2,9 meses). Quanto ao desfecho dos casos, foram encerrados como cura (71,5%), abandono (11%), transferência (6,2%) e óbito por não TB (0,1%). Tais achados demonstram desafios da assistência de enfermagem frente ao alto índice de casos notificados de TB entre a PPL no município, o que sugere a afirmação das causas que propiciam o atraso no diagnóstico da TB e início do tratamento, deficiência na busca ativa de sintomáticos respiratórios, tempo de tratamento menor que o preconizado de 6 meses pelo Ministério da Saúde e, consequentemente, os insucessos do desfecho. Estas fragilidades refletem no aumento da propagação da doença nestes ambientes, uma vez que o manejo do problema acaba não sendo efetivo.
Palavras-chave
Tuberculose; Prisões; Cuidados de Enfermagem; Assistência à Saúde