Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Tamanho da fonte:
A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES EDUCATIVAS COMO UMA FERRAMENTA DE APOIO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE COGNITIVA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Última alteração: 2017-12-07
Resumo
Apresentação: Os avanços científicos da área médica possibilitaram o aumento da expectativa de vida populacional, em paralelo a história da humanidade. E hoje a população mundial encontra-se em um processo acelerado de envelhecimento, embora esta situação seja familiar para os países desenvolvidos, atualmente encontram-se também em nações ainda desenvolvimento, a exemplo do Brasil, e isto acarreta consequências tanto sociais quanto econômicas às quais serão necessárias novas adaptações à essa realidade populacional. E o processo de envelhecimento provoca principalmente o comprometimento do Sistema Nervoso Central (SNC) no qual é afetado por fatores intrínsecos e extrínsecos do indivíduo e estas alterações reduzem progressivamente a sua capacidade intelectual como o Alzheimer, Parkinson e outras doenças. O Declínio da Capacidade Cognitiva (DCC) manifesta-se decorrente dos processos fisiológicos esperados pelo envelhecimento do próprio organismo, resultante das alterações de células e tecidos, aumentando então o risco do estágio de transição para as demências. E este transtorno de memória é uma síndrome clínica na qual se relaciona com às perdas neuronais e danos à estrutura cerebral, tendo natureza crônica e gradativa que aumenta exponencialmente com o avançar da idade, levando o indivíduo afetado a apresentar alterações tanto cognitivas quanto funcionais as quais interferem nas suas atividades cotidianas, como a atenção, pensamento, orientação, compreensão, linguagem, julgamento entre outros. Pela perda da autonomia e independência, por vezes associada à falta de amparo social e de saúde pública, ocasiona como um medida solutiva a internação em Instituições de Longa permanência para Idosos (ILPI), ou seja a motivação dos familiares ou cuidadores tem precedentes multifatoriais. E com essa mudança de ambiente juntamente com o isolamento familiar, provocado pela institucionalização e isolamento social, correlaciona-se com a alta prevalência de transtornos de múltiplas funções cognitivas nesse âmbito. Por isso, evitar os fatores de risco ou mudar os comportamentos prejudiciais ainda nas fases iniciais pode fazer com que o avanço das doenças neurodegenerativas possa ser reduzido e assim oferecer uma maior qualidade para essa faixa etária. Nesse sentido é importante desenvolver ações educativas para instigar a cognição da pessoa idosa institucionalizada e assim evitar ou retardar os distúrbios, como um método de combate e prevenção de agravos, por isso é imprescindível proporcionar estimulo neuronal por meio de ferramentas que auxiliem a saúde da população em vulnerabilidade, como os jogos. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante o desenvolvimento de uma ação educativa m saúde para idosos em uma Instituição de Longa Permanência. Descrição da experiência: trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva que visa afirmar a importância das ações educativas como um ferramenta de apoio para a prevenção de agravos e para a promoção da saúde mental em idosos institucionalizados. O estudo foi vivenciado pelos acadêmicos do 3º semestre do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), durante o mês de Agosto de 2017 no ILPI Cidadela João de Deus em Marituba, região metropolitana de Belém, durante as aulas teóricas e práticas da disciplina de Atenção Integral a Saúde do Adulto e Idoso, supervisionada pela docente que permaneceu no apoio durante a dinâmica. E para darmos início a ação educativa, foi solicitado que o público alvo se dividissem em 4 grupos, sendo que cada time recebeu um estudante responsável por guiar e estimular a participação ativa dos idosos durante a dinâmica do jogo. Posteriormente, foi distribuído o modelo do quadro todo preenchido com as ordens das cores das peças para que as equipes pudessem se guiar durante a confecção de um novo quadro pertencente a cada time. Sendo assim, estas equipes deverão copiar rigorosamente a exata posição referentes as cores dessas peças de acordo com o quadro modelo disponibilizados a cada grupo. Em seguida, houve a entrega dezesseis peças mescladas quadradas compostas por tons contrastantes (rosa, amarelo, verde e azul) a esses grupo, juntamente com um quadro branco apenas demarcado com os espaços para colocarem as peças referentes aquela cor no seu devido local de acordo com o molde apresentado e a equipe vencedora será aquela que completar a montagem em menos tempo. Resultados e/ou impactos: A ação educativa obteve-se excelentes repercussões nas quais satisfizeram os objetivos propostos pela dinâmica, pois foi um momento singular de incentivo da cognição para a pessoa idosa com o intuito de evitar ou retardar os distúrbios mentais, como um modelo que se mostrou eficaz no combate e na prevenção de agravos. Além disto, os idosos se mostraram bastantes ativos e participativos durante todo o jogo, conseguindo aproximar e ou/ desenvolver uma integralização entre os membros do time. Tal como, isto demonstrou que é fundamental fomentar instrumentos diferenciadas os quais proporcionam muito além de estímulos neurais, mas também incentivam a socialização entre esse público em vulnerabilidade. E foi percebido que por essa mudança de ambiente provocada pela institucionalização, uma das situações mais corriqueiras que podem vim a desencadear agravos é pela depressão e tendência a ansiedade provocadas por isolamento social na qual podem ser apontadas como um fator de alto risco para o déficit cognitivo e demências. E notamos que o declínio intelectual desses idosos em ILPI é elevado, se comparado a outros idosos da comunidade, sugerindo que a institucionalização é um fator relevante ao déficit mental. Considerações finais: Por isso, observamos que é necessário o desenvolvimento permanente de ações educativas direcionadas aos idosos, com enfoque nos institucionalizados, como um instrumento eficiente de auxílio na prevenção de agravos e a promoção da saúde cognitiva. Assim como, é fundamental desenvolver estratégias de acolhimento que visem elaborar abordagens mais adequadas ao público, levando em consideração suas singularidades com o intuito de criar um forte elo de confiança e segurança entre o profissional da saúde juntamente com o idoso, afim de melhor a assistência prestada. Além disso, é imprescindível disponibilizar uma escuta mais sensível oferecida pela equipe de enfermagem, com o objetivo de permitir que o idoso expresse as suas angustias e preocupações, para ajudá-los a superar a condição de institucionalização da melhor maneira possível para preservar a sua saúde mental durante o seu processo de aceitação e adaptação. Logo é papel da enfermagem, planejar, organizar, construir e fomentar ações educativas em saúde tanto individualizadas quanto no âmbito coletivo, levando em consideração as limitações físicas, ambientais e mentais dos indivíduos em questão. Assim sendo, o enfermeiro precisa atualizar e reciclar os seus conhecimentos referente a pessoa idosa, principalmente os institucionalizados e sujeitos ao déficit cognitivo, sendo que este cuidado exige interdisciplinaridade dos saberes com o intuito de diminuir o impacto que a problemática pode acarretar tanto ao idoso quanto para a sociedade como um todo.
Palavras-chave
Educação em Saúde, Saúde do Idoso Institucionalizado, Promoção da Saúde