Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-10
Resumo
A violência doméstica contra a mulher, seja física, sexual ou psicológica, tem sido considerada um grande problema social e global que afeta milhares de mulheres em todo o mundo, sendo resultado de diversos fatores que podem acarretar prejuízo significativos para as vítimas. O objetivo do presente trabalho foi analisar as publicações que tratam da violência doméstica contra às mulheres em seus diversos âmbitos. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura realizada a partir da análise de 25 artigos científicos selecionados dentre 85 trabalhos encontrados por mecanismos de buscas nas bases de dados: Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em ciências da saúde), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), incluindo os seguintes descritores “Violência doméstica” e “mulher”. Os critérios de inclusão foram: a) estar publicado nas bases de dados selecionadas em formato de artigos; b) ter sido publicado entre janeiro de 2015 a Abril de 2017. Os critérios de exclusão foram: a) não ter relevância para os objetivos do estudo; b) estudos não disponíveis na íntegra; c) publicações de caráter teórico e/ou reflexivo (não empírico); e d) artigos repetidos nas bases de dados selecionadas. Os resultados apontam que o ano de 2015 apresentou maior número de publicações, com quantidade expressiva de 20 artigos produzidos, enquanto que os últimos anos ficaram responsáveis por apenas 5 publicações. Sete artigos apresentam as principais características da Violência entre Parceiros Íntimos (VPI), na qual esse tipo de violência costuma ser mais abordada nos relacionamentos heterossexuais, tendo apenas a mulher como vítima e o homem como seu principal agressor. No entanto, os estudos mostraram que as violências físicas e emocional são as de maior proporção na VPI, resultado de um sentimento de posse e dominação masculina. Sete artigos citam a importância de redes de apoio e intervenções para mulheres que sofrem agressões dentro de casa, ressaltando que os serviços de saúde têm um papel relevante por serem, em muitos casos, o primeiro contato da vítima com as instituições públicas, devendo estes estarem prontos para o acolhimento das vítimas. Quatro artigos analisam a qualidade de vida de mulheres expostas à violência doméstica durante a gravidez e apresenta números expressivos de casos, requerendo uma ação urgente por parte das equipes de cuidados primários de saúde, pois, foi constatado que durante a gestação as agressões destas mulheres são maiores, tornando-se preocupante para a prevenção por ser uma fase vulnerável. Dois artigos afirmam que a intervenção judicial não é suficiente para inibir a violência contra a mulher e tampouco para a resolução dos conflitos existentes, ou seja, embora a lei Maria da Penha hoje se encontra instituída, percebe-se que a intervenção judicial não é suficiente para a resolução dos conflitos existentes. Conclui-se que a violência doméstica é reflexo ainda de uma sociedade machista, na qual inclui fatores como: ciúme, sentimento de posse, uso de drogas e questões socioeconômicas. Nesse sentido, os estudos apontam a necessidade de novas medidas, como a adoção de outras saídas para enfrentamento e empoderamento da mulher.