Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DESENHANDO A TEIA: O PAPEL DO PSICÓLOGO DA ATENÇÃO BÁSICA NA ASSISTÊNCIA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Djuliane Maria Gil Schaeken Rosseti, Munique Therense Costa de Morais Pontes, Alessandro Sampaio Ribeiro, Socorro de Fátima Moraes Nina

Última alteração: 2017-11-29

Resumo


Pouco se discute ainda a atuação da psicologia no âmbito das políticas públicas em saúde no Amazonas. Diante da perceptível lacuna sobre o tema na grade curricular das instituições de ensino superior do estado, o profissional da saúde mental não se sente preparado para atuar na esfera pública, em especial na atenção básica. Construído a partir da experiência da primeira turma de psicologia da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da Universidade do Estado do Amazonas, este estudo visou discutir o papel do psicólogo inserido na atenção básica, bem como as suas possibilidades de atuação junto à crianças e adolescentes assistidos pela Rede de Atenção à Saúde do Amazonas.

Para tal, optou-se por uma pesquisa de cunho qualitativo, sob a ótica do método etnográfico, que abriu espaço para a elaboração de um diário de campo, entrevista com as famílias e com os psicólogos inseridos no NASF e no CAPS e realização de grupo focal com a equipe multiprofissional de cada instituição. A articulação desses instrumentos favoreceu uma reflexão continuada acerca das múltiplas dimensões da prática em saúde e a abertura de um espaço para o questionamento sistemático acerca da atuação do psicólogo na atenção básica.

A análise dos dados coletados permitiu a elaboração de cinco argumentos: 1) a atuação do psicólogo na Atenção Básica do Amazonas está direcionado ao público adulto, assumindo um viés adultocêntrico; 2) a reduzida articulação entre a ESF-NASF pode estar facilitando a consolidação desse viés, em detrimento a uma abordagem direcionada para a família; 3) a articulação entre NASF-CAPSi pode ser pensada como uma atribuição dos psicólogos que compõem as equipes técnicas, haja vista o desejo expresso de fortalecimento da rede de contato interinstitucional; 4) a ausência do mapeamento das demandas infanto-juvenis pode estar contribuindo para a invisibilidade delas; 5) existe uma necessidade de ampliar a compreensão do que constitui a saúde mental infanto-juvenil.

Ao longo de toda a pesquisa, foi possível perceber que a articulação para o trabalho em rede ainda está em processo de construção. Ainda há de se contextualizar e problematizar as ações do psicólogo de modo que sua atuação favoreça o acesso do usuário aos serviços disponibilizados pela rede, como também possibilite maior responsabilização por parte dos profissionais e a superação da fragmentação do cuidado. Desta forma, há uma urgência de se construir espaços para que seja beneficiado o diálogo e troca de saberes entre todos os profissionais inseridos na Rede de Atenção à Saúde do Amazonas.


Palavras-chave


Saúde Coletiva; Saúde Mental; Intersetorialidade