Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROGRAMA SAÚDE E PREVENÇÃO NAS ESCOLAS: ARTICULAÇÃO ENTRE A ACADEMIA, SERVIÇOS DE SAÚDE E COMUNIDADE PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE DO ESCOLAR DE TUPANCIRETÃ/RS
Themis Goretti Moreira de Carvalho, Milene Almeida Ribas

Última alteração: 2017-11-29

Resumo


Introdução:

A escola é um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos à saúde e de doenças. A articulação entre escola e unidade de saúde é, portanto, uma importante demanda do Programa Saúde na Escola (BRASIL, 2011, p. 6).

É necessário compreender que a adolescência é uma etapa da vida de grandes transformações biológicas, psíquicas e sociais. Fatores que colocam adolescentes e jovens em maior risco para as IST são a idade precoce de início da atividade sexual, uso incorreto ou inconsistente de preservativos e experimentação com tabaco e outras drogas (BRASIL, 2013).

Para dar conta deste desafio foi implantado pelo Ministério da Saúde e da Educação o Programa Saúde na Escola (PSE), institucionalizado no município de Tupanciretã/RS, e no qual desenvolvemos o projeto. Tem a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. A proposta do projeto é realizar ações de promoção da saúde sexual, informar sobre tabaco e outras drogas e prevenção e proteção da Dengue, para adolescentes e jovens, articulando os setores de saúde e de educação. Com isso, espera-se contribuir para a redução das IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), consumo de tabaco e drogas na escola e diminuir o índice de Dengue (BRASIL, 2012).

O objetivo central do trabalho é a educação entre pares, ampliando e desenvolvendo estratégias de promoção da saúde, com três eixos temáticos: sexualidade, dengue e, tabaco e outras drogas. Dando ênfase para a cultura de paz por meio do desenvolvimento articulado de ações intersetoriais e transdisciplinares no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde.

Método:

A pesquisa é um estudo descritivo, analítico de levantamento epidemiológico - pesquisa participante. A população foi composta por alunos matriculados no 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Médio de 11 escolas municipais e estaduais de Tupanciretã/RS. Contou com uma coleta de dados, através de questionários, a fim de determinar o conhecimento, as atitudes e a prática dos alunos, referente à sexualidade, tabaco e outras drogas e prevenção da Dengue.

Os alunos das escolas públicas de Tupanciretã têm como referência uma tríade de acompanhamento, envolvendo o Grupo Gestor Municipal – GGM/SPE, a escola, a Estratégia Saúde da Família e Unidade de Saúde de referência.

Após a análise e discussão dos resultados, foi elaborado um plano de educação e saúde, visando informações e conhecimentos capazes de melhorar as atitudes e práticas com relação à temática pesquisada, através de oficinas pedagógicas e peças teatrais.

 

Resultados:

A amostra constou de 1370 alunos, sendo que destes 47% (n=648) são do gênero masculino; 51% (n=692) são do gênero feminino, com idade média de 12 a 16 anos, representando 72% (n=985). Perguntas que constava no questionário de sexualidade: se conversava com os pais sobre sexualidade: 50% (n=690) afirmou que sim; “Achas útil ter apoio técnico (médico ou outro profissional da saúde) na tua escola para ajudar a esclarecer as tuas dúvidas?”, 81% (n=1106) afirmou que sim; “Você já contraiu alguma IST?”, 1% (n=14) afirmou que já contraiu; “Fez o uso do preservativo na 1ª relação sexual, 30% (n=410) afirmaram que usaram; 12% (n=159) afirmou que não usou; 57% (n=784) afirmou não ter relação sexual.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (2007) sinalizam que cerca de 50% das novas infecções pelo HIV estão ocorrendo na adolescência. Em todo o mundo há mais de 40 milhões de pessoas vivendo com AIDS. Entre esse total, aproximadamente, 30% se encontram na faixa etária de 15 a 24 anos. Isso representa cerca de 12 milhões de pessoas infectadas.

Sobre a Dengue: “Você sabe como se pega dengue?” 83% (n=1135) relataram que sabem que a dengue se dá através da picada do mosquito Aedes aegypti, entretanto somente 56% (n=760) sabem que é a fêmea que pica a pessoa; 59% (n=806) sabem reconhecer o Aedes aegypti; O mosquito deve estar infectado para transmitir a dengue, 49% (n=673), responderam que sim.

Dengue é atualmente a arbovirose com maior repercussão em saúde pública no mundo. Está doença tem reemergido em grande magnitude nos países, onde dois ou mais sorotipos do vírus da dengue circulam (RESENDE, SILVA e EIRAS, 2010, p. 330).

Algumas perguntas do questionário sobre tabaco e outras drogas: “ já fez uso de tabaco”, 13% (n=174) afirmou que já fez uso; “já fez uso de drogas na vida”, 7% (n=99) disse que sim;             Uso de tabaco pelos amigos, 59% (n=812) não fez uso; Uso de drogas pelos amigos, 71% (n=979) afirmou que não fez o uso.

O abuso de drogas lícitas e ilícitas é uma preocupação mundial. O álcool e o tabaco são as drogas que mais matam em todo o mundo. Seu uso frequente causa prejuízos sociais , psíquicos e biológicos, além de implicações para a vida futura dos usuários (ELICKER, PALAZZO, et al., 2015). A adolescência é a faixa etária de maior vulnerabilidade para experimentação e uso abusivo de drogas, e os motivos que levam ao aumento do uso dessas substâncias são diversos e complexos. Alguns fatores podem estar relacionados a essa fase da vida, como a sensação juvenil de onipotência, o desafio à estrutura familiar e social, e a busca de novas experiências.

 

Considerações finais:

As informações obtidas por esse estudo são relevantes e evidenciam que a falta de informação e conscientização é a porta de entrada para que adolescentes caiam na tentação de fazer o uso de drogas lícitas ou ilícitas.

É nítida a necessidade de ações continuadas em educação e saúde com jovens, uma vez que a “vida” dos adolescentes está iniciando cada vez mais precocemente e o adolescente não dispõe de informações suficientes. A escola é um eixo de formação de hábitos, um local apropriado para a implantação de políticas preventivas e educativas relacionadas à saúde sexual dos jovens. É um ambiente capaz de proporcionar um diálogo entre alunos, professores e demais profissionais da área da educação e saúde, com o propósito de orientar, educar e informar sobre os riscos que o jovem está inserido.

A participação dos alunos em relação às medidas preventivas é essencial para reduzir danos à saúde.

 


Palavras-chave


Saúde do escolar. Prevenção. HIV/aids/IST. Dengue.