Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A ARTETERAPIA COMO PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL
Nayara Cristina da Silva Bento, Soraya Maria de Medeiros, Bianca Calheiros Cardoso, Fillipi André dos Santos Silva, Marília Souto de Araújo, Raissa Lima Coura Vasconcelos, Márcia Laélia de Oliveira Silva

Última alteração: 2018-05-27

Resumo


Conhecida mundialmente como a psiquiátrica que revolucionou o tratamento da loucura no Brasil através da terapêutica ocupacional Nise da Silveira fortaleceu essa metodologia e a transformou em um campo de pesquisa, com práticas como a arteterapia e o museu do inconsciente, caracterizando-se por ser uma prática embasada por referências metodológicas antigas e fundamentos teóricos e científicos, nos quais define estratégias que incorporam a utilização de materiais abstratos, do corpo e da mente, por meio de artes plásticas e dramatizações para alcançar o seu objetivo. Concretiza-se como um processo arte terapêutico que explora o inconsciente do indivíduo desenvolvendo sensações de paz, alegria, tranquilidade e auto-conhecimento. Trata-se de um relato de experiência em uma perspectiva crítico- reflexiva a partir de observações da aplicabilidade da arteterapia junto a um grupo de usuários no Centro de Convivência das Rocas, Distrito Sanitário Leste no município de Natal/RN durante estágios supervisionados da disciplina de Saúde Mental. A arteterapia foi desenvolvida como prática transdisciplinar para reinserção social e promoção da saúde a partir de processos do autoconhecimento e transformações sociais. Objetivou-se fazer a articulação e reflexão acerca dos resultados obtidos das práticas vivenciadas no estágio à luz do pensamento Nise da Silveira. O Centro de Convivência é desenvolvido para promover a inclusão de pessoas com transtornos mentais na sociedade através de terapias ocupacionais e complementares. O mesmo trabalha com a política de porta aberta e oferece atividades para o público da saúde mental e para a comunidade, o que desencadeia maior interação social e sensibilização diante das experiências. Durante os estágios, participamos de oficinas de danças, meditação, produção de mandalas e observamos a produção de artesanatos e quadros de pinturas produzidas pelos usuários. Todos esses trabalhos são expostos pelos corredores do espaço, possibilitando aos visitantes o contato com as artes, criando um ambiente alegre e aconchegante. Aos olhos de quem negligencia o potencial de uma pessoa com transtorno mental todos os paradigmas são quebrados ante a beleza e qualidade da arte produzida. Remetendo-se ao museu do inconsciente desenvolvido pela psiquiatra Nise da Silveira pode-se constatar a semelhança com o espaço de convivência da Ribeira e articular com todos os resultados positivos que ela obteve e que são claramente desenvolvidos no referido centro, de certa maneira é impossível não se sentir bem acolhido. A experiência vivenciada mostra como a arterapia consegue obter resultados positivos articulando com uma abordagem transdisciplinar capaz de gerar a potencialização e valorização de aspectos singulares no qual se fomenta na livre criação da arte pelos usuários. Possibilita a elevação da auto-estima, a melhora no equilíbrio emocional e diminuição dos efeitos negativos associados à doença mental. Foi altamente perceptível que o grupo vem a cada dia mais se apropriando do conceito de arte, das suas linguagens, produzindo a livre expressão artística a partir de oficinas de pinturas, artesanato, esculturas e decoração. Nesse sentido, a arteterapia promove a adesão e o envolvimento dos usuários implicados no processo, fomentando mudanças no campo afetivo, relacional e interpessoal.


Palavras-chave


Terapias Complementares; Enfermagem; Saúde Mental