Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PRÁTICAS E DESAFIOS DO PROCESSO CUIDATIVO EM DIABETES MELLITUS TIPO 2: REVISÃO INTEGRATIVA
Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Isabella Maria da Costa Buchalle, Tatiane Lima da Silva, Érika Marcilla Sousa de Couto

Última alteração: 2017-12-09

Resumo


Apresentação: O aumento na proporção de doenças cardiovasculares na população brasileira tem se associado a presença do diabetes mellitus (DM) tipo 2, principalmente quando se trata de dislipidemias e hipertensão arterial. Este fato é muito significativo, pois, até alguns anos atrás, a desnutrição foi um dos maiores problemas. Assim, os cuidados continuados no domicílio constituem uma resposta organizada à necessidade de tratar, cuidar e apoiar as pessoas com dependência por DM, procurando promover nelas a melhor qualidade de vida possível, pois a convivência com essa patologia requer uma vida inteira de comportamentos especiais de autocuidado. Logo, prestar assistência a essa pessoa está além de ajudá-la a controlar os sintomas, mas a viver com incapacidades e adaptar-se ás mudanças sociais e psicológicas decorrentes da doença e requer do enfermeiro um cuidado ampliado. O enfermeiro atua como agente transformador da consciência dos pacientes ao que se refere a questão da realização da prevenção e do tratamento, possibilitando-os dar continuidade às suas atividades de maneira a promover sua satisfação e também a sua saúde. Este estudo tem como questão norteadora “Quais as práticas e desafios do cuidado de enfermagem aos portadores de diabetes mellitus tipo 2 em domicílio? Assim, o estudo objetiva analisar as práticas e desafios do processo cuidativo do enfermeiro frente aos portadores de diabetes mellitus tipo 2 em domicílio. Desenvolvimento do trabalho: Versa um estudo de Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A coleta dos artigos na literatura, desencadeou-se com a procura na Biblioteca virtual em Saúde (BVS), nos embasamentos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Bases de Dados de Enfermagem (BDENF). Foram utilizados os descritores: assistência domiciliar, diabetes mellitus tipo 2 e enfermagem. Após passarem pelos critérios de inclusão de exclusão 10 artigos fizeram parte da amostra final. No que confere ao acondicionamento dos dados e apreensão da problemática dos estudos, utilizou-se um instrumento de coleta de dados adaptado a um validado. A análise se deu através da interpretação e síntese dos dados e envolveu a leitura do texto completo dos artigos e avaliação bibliométrica para caracterização dos estudos selecionados. Os trabalhos foram comparados e agrupados por similaridade de conteúdo, sob a forma de categorias empíricas:  Intervenção educativa da Enfermagem no cuidado de DM e Autocuidado em domicílio. Resultados e/ou impactos: Quanto aos dados dispostos em periódicos, três foram publicados na Revista de Enfermagem da UERJ, seguidos por dois cuja as publicações ocorreram na Revista Brasileira de Enfermagem e dois na Revista da Escola de Enfermagem da USP, um na Revista Mineira de Enfermagem, um na Acta Paulista de Enfermagem e um na Revista Gaúcha de Enfermagem. A distribuição foi equilibrada entre hospitais, centros de pesquisa, unidades e centros de saúde. Notou-se que a maior parte se tratava de artigos nacionais, seguidos por artigos produzidos na América Latina e México. O período de publicação mais numeroso foi do ano de 2010, seguidos pelos anos de 2011 com dois artigos e 2012, também com dois artigos. Dentro da categoria Intervenção educativa da Enfermagem no cuidado de DM foi explanado que a educação em saúde e capacitação para autocuidado são métodos utilizados como instrumento do controle metabólico, tratamento no diabetes mellitus e prevenção das complicações cutâneas através de medidas condicionais, equivalendo a aconselhamento nutricional, a promoção do exercício e manejo correto da medicação. Também a intervenção educativa sobre o cuidado com os pés é realizada, orientando sobre o uso de calçados, meias e cuidados de hidratação, de higiene e de verificação diária de anormalidades dos pés a fim de diminuir amputações das extremidades inferiores. No qual, as práticas educativas dialógica e reflexiva realizadas pela equipe de enfermagem nas visitas domiciliares, vêm com a proposta de facilitar a vivências dos clientes com a DM, abordando os fatores de risco modificáveis. Correlacionado a isso, são vistas as dificuldades de apropriação de orientações em pessoas que recebem o diagnóstico na fase adulta, pois já tem valores, crenças e hábitos conformados, podendo trazer resistências às mudanças. O diálogo como parte da assistência em saúde, permite que os encontros evoluam para além dos aspectos clínicos da condição crônica de saúde, envolvendo a subjetividade, expressa em palavras e sentimentos. Os usuários dos serviços de saúde têm um desejo profundo de ser compreendidos em suas necessidades, porém é preciso haver limites entre a atenção do profissional e as relações pessoais. É perceptível que muitos serviços possuem caráter mecânico, como se a mecanização estivesse sendo sobreposta ao verdadeiro objetivo da profissão, o cuidado humanizado, a qual nascem concepções tortuosas pelo cliente, no qual vê a prestação do cuidado (quando efetivo) como “ajuda”. Na categoria Autocuidado em domicílio se evidencia que as amputações e complicações gerais do DM podem ser evitadas somente quando há mudança de mentalidade e os indivíduos obtém informações de como praticar o autocuidado, pois é perceptível que a maioria dos pacientes tem escolaridade baixa, isso colabora para a deficiência no processo cuidativo no domicilio. Sendo a visita domiciliar de grande relevância para a orientação do autocuidado em diabetes, pois é o momento que os clientes são estimulados discutir aspectos relativos a doença, observando a necessidade de conhecer e aprender mais sobre ela e a reconhecer a deficiência de suas habilidades para o autocuidado. Foi observado que as pessoas com DM tipo 2 podem ter baixa motivação para o autocuidado ou limitações frente às incapacidades relacionadas às comorbidades e às complicações crônicas, exacerbado quando os sujeitos não participam de Grupos de Ajuda Mútua. Em circunstancias, a partir do momento em que o cliente tem capacidade de realizar tarefas cuidativas, ele opta em fazê-las devido à presença deficiências nas assistências prestadas por profissionais em instituições de saúde. Considerações finais: O enfermeiro é responsável pela intervenção educativa, esta feita a partir da colaboração e responsabilidade do paciente. Observa-se que, geralmente, há resistência à realização do autocuidado, seja por baixa motivação e limitações relacionadas às comorbidades ou, quando optam por praticá-lo podem ocorrer falhas nos serviços assistenciais ofertados por profissionais e pelas instituições de saúde. Dessa forma, o papel do enfermeiro é fundamental para a realização da prática do autocuidado visando incentivá-lo com o enfoque para prevenção das complicações gerais do diabetes mellitus.


Palavras-chave


autocuidado; diabetes mellitus tipo 2; educação em saúde