Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE ASSISTENCIAL
Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Victória Karolina Santos Santana, Victória Karolina Santos Santana, Carla Costa da Silva, Carla Costa da Silva, Ruth Carolina Leão Costa, Ruth Carolina Leão Costa, Mônica de Cássia Pinheiro Costa, Mônica de Cássia Pinheiro Costa, Evelym Cristina da Silva Coelho, Evelym Cristina da Silva Coelho, Suelem Gaia Epifane, Suelem Gaia Epifane, Larissa Lima Figueira Freire, Larissa Lima Figueira Freire

Última alteração: 2017-12-09

Resumo


INTRODUÇÃO: Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil é possível evidenciar profundas mudanças no acesso e no atendimento em saúde, mas ainda não é o suficiente. Para que novas mudanças ocorram, também são necessárias alterações importantes na formação e no desenvolvimento dos profissionais dessa área, pois um dos pilares que sustenta o SUS é a formação dos profissionais que trabalham no sistema. Continuamente esses trabalhadores, se deparam com desafios presentes no campo da saúde, e desse modo, carecem de uma formação integral, o que demanda a articulação das instituições formadoras e dos serviços, de modo a possibilitar a construção de processos educativos no trabalho. Instituída pelo Ministério da Saúde e da Educação, em 2005, por meio de ações articuladas entre o ensino e o serviço na área, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) prevê estratégias para a formação e o desenvolvimento dos profissionais atuantes no SUS. Nessa proposta política, os cursos e as novas tecnologias apresentadas aos profissionais devem levar em conta as dificuldades enfrentadas no cotidiano, com vistas à maior qualidade dos serviços prestados à população e ao fortalecimento do sistema, propondo processos educativos que se deem de modo descentralizado, ascendente e transdisciplinar. O conhecimento e a implementação da Educação Permanente em Saúde (EPS) nos serviços de saúde são de extrema importância por permitir diagnosticar a situação da educação no cotidiano de trabalho dos profissionais que buscam experiências e potencialidades no contexto do trabalho, além disso, torna inquestionável a necessidade de mantê-los capacitados e atualizados, objetivando a prestação de uma assistência qualificada e para suprir déficits deixados na sua formação. OBJETIVO: Sensibilizar os profissionais de enfermagem quanto a importância da educação permanente como instrumento para a melhoria da qualidade da assistência. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativo, do tipo relato de experiência, vivenciados por acadêmicos do 3° ano do Curso de Bacharel em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), referente as Atividades Integradas em Saúde (AIS), no período de 6 a 24 de março de 2017. O local foi no setor da pediatria de um hospital de ensino público de alta complexidade no município de Belém do Pará. Os participantes foram a equipe de enfermagem, constituída pela enfermeira responsável pelas enfermarias da pediatria e três técnicas de enfermagem. Para a realização do trabalho utilizou-se como base a metodologia da problematização, como o método do Arco de Maguerez, o qual é composto por cinco etapas: inicia-se pela observação da realidade, sob diversos ângulos, permitindo assim a identificação dos problemas existentes. Nessa etapa, podem-se coletar informações identificar os principais eixos a serem explorados à cerca dos problemas. Depois de definido o eixo da problematização, inicia-se um processo de reflexão sobre os fatores mais determinantes que contribuem para a existência do problema. Tal reflexão demarcará os principais pontos-chaves, os quais possibilitarão uma maior criatividade e flexibilidade na compreensão do problema. A terceira fase, a teorização, busca-se as respostas do problema, dando um sentido para os dados, informações e registros obtidos em campo. A quarta etapa, a hipótese de soluções, culmina nas alternativas de soluções e, é nesta etapa que a criatividade e originalidade serão aguçadas pelos estudantes/observadores. Por fim, a aplicação à realidade é o assistir com ações práticas, com a finalidade de sensibilizar os participantes em relação as soluções formuladas, o que de alguma maneira poderá transformar gradativamente a realidade.   Seguindo tais etapas, as atividades no hospital foram desenvolvidas nos seguintes momentos: inicialmente, foi realizada uma observação da realidade, na qual foi evidenciado a necessidade de sensibilizar a respeito da educação permanente, devido a algumas práticas da equipe sem evidências científicas e realizadas de maneira tecnicistas e para o levantamento de pontos-chaves, partindo-se para a terceira fase, a teorização, realizou-se pesquisas em manuais do Ministério da Saúde, artigos na base Lilacs e Bireme sobre educação permanente na melhoria da assistência de enfermagem e sua importância no contexto hospitalar, com o propósito de obter maiores conhecimentos do problema encontrado. Seguindo o arco, partiu-se para a etapa de hipótese de solução, na qual foi elaborado o plano de ação com recursos didáticos e com o desenvolvimento de uma tecnologia educativa objetiva e ilustrativa, a fim de facilitar a compreensão sobre a importância manter-se atualizado e capacitado frente as demandas do mundo atual. Na última etapa, concluiu-se a aplicação à realidade, por meio da explanação em forma de roda de conversa com a tecnologia educativa como apoio de acompanhamento da socialização com o grupo. RESULTADOS: Verificou-se inicialmente que os profissionais de enfermagem reconhecem a educação permanente como um direito, inserido na politica de educação permanente em saúde. Observou-se também, a partir da troca de conhecimento com a equipe, que os mesmos validam a educação permanente como importante para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e para sua capacitação profissional. No entanto, a equipe ressalta as dificuldades enfrentadas pelos profissionais em participar de atividades de educação permanente extra e intramuros, ocasionados pela falta de tempo dentro da carga horária programada pela chefia da instituição, o que dificulta o acesso às oportunidades de aperfeiçoamento e atualizações disponíveis, por vezes, dentro da própria instituição. Além disso, ressaltaram que sentem-se desmotivados a participar de capacitações por não receberem incentivos e o reconhecimento no trabalho, alegam falta de um plano de cargos, a longa duração, dias “inadequados”, necessidade de custear o transporte, a ocorrência de cursos fora do horário expediente, que envolve a falta de organização da instituição. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O relato vem contribuir de forma significativa, visto que a EPS é uma educação voltada para o trabalho na saúde que pode somar para a melhora da assistência do cuidado, fazendo o profissional refletir criticamente a respeito de sua prática. A partir da realização desse estudo, evidenciou-se a importância de debates e socializações a respeito da educação permanente, pois dessa forma é possível avaliar as percepções dos trabalhadores quanto à temática abordada e os desafios inerentes para sua efetividade. Evidencia-se que há a necessidade de se desenvolver meios que esclareçam os propósitos da EPS e sensibilize os profissionais e as chefias para o estabelecimento de programas e reorganização no processo de trabalho das equipes de enfermagem de modo continuo durante todo o período de atuação no serviço, propiciando assim, o pleno desenvolvimento da formação para o trabalho. Por fim, espera-se contribuir no campo da EPS incentivando as equipes de saúde a participarem de maneira concisa em programas de educação permanente e busquem outros meios de capacitação que os mantenham atualizados sobre as novas demandas no campo da saúde. Ademais, espera-se contribuir com a produção científica da área, fornecendo assim mais estudos e subsídios para produções futuras sobre a temática em questão.


Palavras-chave


Educação permanente; capacitação em servico; Prática profissional