Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ABORDAGEM SOBRE A TEMÁTICA DEPRESSÃO EM UMA ESCOLA PÚBLICA LOCALIZADA EM UM MUNICÍPIO NO BAIXO AMAZONAS – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Dirce Ferreira de Jesus, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoíse Gisela Gato Lopes

Última alteração: 2017-12-18

Resumo


Apresentação: A depressão é um transtorno que pode ser ocasionado por múltiplos fatores. Esta doença é um problema de saúde pública que se faz presente em todas as faixas etárias, da crianças ao idoso. As suas principais características clínicas são: tristeza profunda, não sentir mais vontade de viver, insatisfação, melancolia, culpa, entre outros. Todos esses sintomas podem resultar em suicídio, causando impactos tanto sociais quanto econômicos, ou seja, a depressão esta inclusa no contexto de doenças mentais. O tratamento da depressão não se resume a psicoterapia e medicamentos, mas também necessita do apoio de familiares e amigos. Esse grupo é fundamental para a melhora no prognóstico do seu familiar, amigo, colega ou conhecido. Visto que, a extensão do cliente, ajudará desde a tomada de decisão ao tratamento, até o desenvolvimento de melhora da terapêutica. Desenvolvimento do trabalho: Trata – se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência. No dia 4 de abril de 2017, ocorreu na Escola Rodrigues dos Santos em Santarém – Pará uma palestra com o tema “Depressão” para duas turmas do 1º ano do ensino médio, turno matutino, totalizando uma estimativa de 80 alunos. As acadêmicas começaram falando sobre a temática da palestra, que seria sobre depressão. De início uma acadêmica “chamou” os alunos para uma conversa, a qual foi perguntado: “Quem poderia nos dizer sobre o que é a depressão?” Quanto a essa pergunta, as falas dos participantes foram: “É uma doença que deixa a pessoa pra baixo, não tem vontade pra nada, não tem vontade de viver, a pessoa se afasta dos amigos...”. Logo depois, perguntou – se: “Quem aqui já foi diagnosticado com depressão? Quem aqui acha que tem depressão? Quem aqui conhece alguém que acha que têm depressão ou foi diagnosticado com depressão?” “Quem aqui conhece alguém que se suicidou por depressão?”. Em todas as perguntas houveram pessoas que levantaram as mãos. O intuito das perguntas eram que eles pudessem falar e manter um diálogo sobre a vivências ocorridas. Posteriormente, falou-se sobre os sintomas, as relações das drogas licitas e ilícitas com a doença depressão. Mencionou – se também os tratamentos (psicoterapêuticos e medicamentosos, este somente com prescrição médica) e os locais que pudessem ligar, conversar, se informar e pedir ajuda sobre o assunto. Por fim, fez-se uma dinâmica, na qual os alunos foram organizados em uma roda e passou-se uma caixa. As acadêmicas não disseram qual era o conteúdo que havia dentro, apenas falaram que com quem tivesse a caixa quando a música parasse essa pessoa teria a opção de abrir ou repassar. Uma acadêmica colocou a música, enquanto outra visualizava se a dinâmica percorria normalmente. Quando a música parou na primeira turma, o aluno quis abrir e descobriu que haviam chocolates dentro. Porém, na segunda turma a aluna tinha que escolher duas pessoas na qual foi feito uma pergunta: “De acordo com o exposto, o que é a depressão pra você?”. Essa pergunta era hipoteticamente sobre o que as acadêmicas tinham demonstrado anterior, mas a aluna sentiu-se à vontade e expos momentos que para ela haviam e estavam sendo difíceis, de momentos na escola, da família, do fim de um relacionamento, do pai que havia se suicidado um ano antes. Ela relatou o quanto era difícil sentir vastos sentimentos, o quanto as pessoas não se importam umas com as outras, o quanto ela achava ter pessoas do lado dela, mas que nos momentos mais difíceis sumiram. O momento de reflexão da aluna gerou uma meditação da turma como um todo. O objetivo da dinâmica era demonstrar que as vezes as situações parecem difíceis, mas elas podem ser na verdade um chocolate dentro de uma caixa fechada. Logo após a dinâmica, foi entregue aos alunos folders sobre o assunto discutido e um marca página escrito “Quando tudo parecer impossível, pegue um livro, use esse marcador, e se sinta no infinito”. Resultados e/ou Impactos: A palestra foi de grande valia tanto para as acadêmicas, alunos e professoras. Através desta pode-se levantar conversas sobre essa doença que afeta milhares de pessoas no mundo, e ainda é considerada tabu. Por meio da atividade efetuada na escola, foi possível observar as opiniões e os pontos de vista dos estudantes. Também foi possível abrir uma conversa entre os alunos, para que eles pudessem ajudar uns aos outros de acordo com os problemas que estavam enfrentando dentro da sala de aula ou fora dela em um âmbito relacional de aluno para aluno. Contribuindo assim, para a ampliação do conhecimento sobre o respectivo assunto, quebrando paradigmas impostos pela sociedade em que estão inseridos. A escola na qual foi realizada a atividade é localizada no centro da cidade. Ainda é tabu achar que esses assuntos só devem ser tratados em escolas que ficam a margem da sociedade. A depressão não é uma doença que ocorre apenas em pobres. Não é questão de escolha, de insalubridade. Vale ressaltar, que os alunos se sentiram muito à vontade para falar, se mostraram muito interessados e tinham muitas perguntas interessantes sobre a temática abordada. As acadêmicas se sentiram muito satisfeitas em poder responde-las e assim, tirar tantas dúvidas pertinentes dos adolescentes. Além disso, a escola é um bom lugar para se trabalhar com adolescentes e jovens, por ser um espaço em que os alunos passam mais tempo, e a prática do bullying ou o surgimento de desavenças podem ocorrer com mais frequência. Logo, as escolas necessitam conhecer seus alunos, seja através de um ambiente de diálogos e/ou de vivências. Considerações Finais: Diante da experiência vivenciada, é notável a necessidade de se conversar sobre esse assunto, seja em escolas ou ambientes de trabalho, pois todos estão suscetíveis a ter depressão. A utilização de um método mais dinâmico (diálogo e atividades complementares) auxiliou as acadêmicas a trabalharem com os adolescentes, mantendo a atenção deles e sustentando a conversa com a turma. A correria do dia-a-dia dificulta o diálogo entre as pessoas, o estresse e a frustação, contribuem para o adoecimento da mente. Os adolescentes que estão em fase dita “rebeldes sem causa”, tentam procurar um caminho, que seja a verdadeira causa de sua existência, e muitos se perdem nessa trajetória. É nesse momento portanto, que todos os envolvidos com esse jovem precisam notar o que está acontecendo e oferecer ajuda. É fundamental que as pessoas estejam inteiradas sobre esse assunto, tanto para ajudar quem precisa como também para ser ajudado. Além disso, através da palestra foi possível abordar outros assuntos como o uso de álcool e outras drogas, sendo também este um problema que afeta em grande parte adolescentes e jovens causando grandes impactos tanto na saúde como na educação.

 

 

 

 


Palavras-chave


depressão; educação em saúde; escolares