Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM NEONATO PREMATURO
Isabela Maria da Costa Buchalle, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

Última alteração: 2017-12-12

Resumo


Apresentação: Os neonatos convivem com diversas transformações no momento que nascem, dentre esses os recém-nascidos (RN) de alto risco são os que necessitam de cuidados complexos ao qual a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é responsável por oferecê-los, tendo por finalidade a estabilização destes para que seu crescimento e desenvolvimento se façam adequadamente, demandando o uso técnicas de oxigenoterapia, alimentação, aquecimento, higienização, administração de medicamentos, exame físico e o uso de relações afetivas. A partir disso, o estudo objetiva avaliar o caso de um neonato internado em uma unidade de terapia intensiva, no município de Santarém-PA, embasado na sistematização da assistência de enfermagem (SAE). Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. A coleta foi realizada em uma instituição hospitalar de média e alta complexidade no município de Santarém-PA, no setor de UTI neonatal, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em UTI neonatal e pediátrica com os acadêmicos de bacharelado de enfermagem do 7º período, correspondendo ao período de junho de 2017. A análise ocorreu a partir da observação direta ao cliente e implementação da sistematização da assistência de enfermagem, seguindo a taxonomia North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), após prévia autorização de acesso ao prontuário. Foram obedecidos os aspectos éticos da pesquisa, de acordo com a resolução 466/12. Resultados e/ou impactos: V. M. M., 2 meses de idade, procedente de um hospital público do município de Santarém - Pará, apresentava as queixas principais de prematuridade, sepse, crise convulsiva, hemorragia pulmonar e hemorragia digestiva alta. Conforme a História do parto: nasceu no dia 27 de março de 2017, de parto via vaginal, pré-termo, muito baixo peso, Apgar 04 e 09, sexo feminino, líquido amniótico com fisiometria, estatura: 36 cm, peso: 980g, perímetro cefálico: 27 cm, perímetro torácico: 23cm, tipo sanguíneo A positivo, mãe de 20 anos, solteira, tipo sanguíneo O positivo, sorologias para sífilis e HIV negativas, fez somente uma consulta no pré-natal e vacinação atualizada. Possuía Data da Última Menstruação (DUM): 12-11-16, Data Provável do Parto (DPP) a partir da DUM: 20-08-17 e DPP por meio da Ultrassonografia Obstétrica: 19-06-17. A realização ineficiente do programa de pré-natal é um predisponente que pode estar associado à causa do agravo, pois o Ministério da Saúde (MS) preconiza no mínimo 6 consultas para gestantes sem fatores de risco, acompanhada principalmente pelos profissionais médico e enfermeiro. Houve também, o relato da mãe sobre infecção do trato urinária não tratada no período do parto, bolsa rota, líquido amniótico de coloração amarelada e odor fétido. Pode-se apontar a infecção urinária como a patologia mais comum durante a gestação, classificando-a como de risco, no qual quadro clínico varia de bacteriúria assintomática à pielonefrite que quando não tratadas podem desenvolver complicações como a hemólise, a anemia, o choque séptico, a ruptura prévia das membranas e o trabalho de parto prematuro. Segundo o Histórico da doença atual, o neonato ficou em ar ambiente, evoluiu com disfunção respiratória, sendo colocado em dispositivo de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP), depois capacete Oxi Hood e intubação orotraqueal (IOT), no qual foi relatada hemorragia digestiva e pulmonar, bem como crise convulsiva e uso de cateter umbilical desde o nascimento. Utilizou dos fármacos Gentamicina, oxaciclina, ceftazidima, cefepime, meropenem e vancomicina. O diagnóstico não foi concluído, porém se tinham por hipóteses diagnósticas: prematuridade, muito baixo peso (MPB), anóxia neonatal, risco infeccioso, sepse precoce, insuficiência respiratória, hemorragia pulmonar e hemorragia digestiva alta (HDA). A prematuridade está entre as principais causas de mortalidade infantil com maior incidência em mães jovens, que tiveram infecções maternas e se encontram na primeira gestação. Sabe-se que a imaturidade desencadeia aglomeradas disfunções em órgãos ou sistemas, que demanda a oferta de cuidados de elevado nível de complexidade. A equipe propôs as metas terapêuticas referentes à vigilância infecciosa, controle de função renal, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e acido-básico, suporte ventilatório e nutricional.  De acordo com o NANDA, os Diagnósticos de Enfermagem (DE) aplicados ao caso são: 1. Risco para pele prejudicada relacionada à incapacidade da mobilidade no leito, oximetria de pulso e procedimentos invasivos, aplicando-se a observação das áreas avermelhadas e irritadas, ainda, reduzir o tamanho das fraldas convencionais, evitar ou diminuir o uso de fitas adesivas, removendo-as com óleo mineral ou agua, observar a numeração ideal das prongas para CPAP nasal, umidificar o ambiente da incubadora, evitar banhos rotineiros e frequentes, trocar o local do sensor de monitorização transcutânea de oxigênio com frequência, fazer higiene oral com gaze umedecida em agua destilada. 2. Padrão de sono prejudicado relacionado ao barulho evidenciado pelo nível de ruídos, no qual foi registrado e monitorado o padrão do sono e quantidade de horas dormidas; proporcionado um ambiente calmo e seguro, incluindo diminuição da luminosidade e ruídos; auxiliando nas situações estressantes antes do horário de dormir e a observar as circunstâncias físicas como via aérea obstruída, dor/desconforto. 3. Risco para queda relacionado à manipulação e movimentação do RN no leito, o qual as intervenções constaram em educar acompanhante para cuidados pós-alta da UTI neonatal sobre o risco de queda; manter elevadas as grades de proteção do berço e manter o berço em altura adequada para prevenção de quedas. 4. O Risco para broncoaspiração relacionado à idade, como cuidado promoveu-se o plano de monitorar o nível de consciência, reflexo de tosse, náusea e capacidade de deglutir; manter a cabeça do paciente lateralizada, quando recomendado e manter aspirador disponível. 5. O Risco para infecção relacionado exposição à microorganismos em relação ao grande número de porta de entrada, os cuidados constaram em observar sinais de infecção, hipotonia e hipertemia, letargia, taquipnéia, apnéia, cianose, petéquias, distensão abdominal, resíduo alimentar, diminuição do ganho ponderal; utilizar antissepsia com álcool à 70% ao realizar procedimentos invasivos; empregar técnica asséptica e materiais estéreis e descartáveis; substituir material utilizado para oxigenoterapia a cada 48 horas; realizar limpeza diária de incubadora e berços e adotar medidas de controle de infecção universal. 6. O Risco para padrão ineficiente da respiração relacionado à imaturidade pulmonar, seguiu as prescrições de observar sintomas de respiração com dificuldade como, taquipnéia (fr>60 rpm), gemência, retrações intercostais e ruídos adventícios; cianose, utilizar oxímetro de pulso, realizar aspiração das Vias Aéreas Superiores (VAS) e orofaringe quando necessário, verificar os valores dos gases arteriais; manter o bom funcionamento da ventilação mecânica, CPAP e Oxi- Hood; monitorizar a temperatura; providenciar coxim subescapular; providenciar estímulo tátil, quando ocorrer apneia; umidificar e aquecer os gases. Considerações finais: É de conhecimento que os cuidados desenvolvidos no neonato requerem maior compromisso de toda a equipe, pois o cliente nessa fase é totalmente dependente dos profissionais para que suas necessidades orgânicas sejam supridas e, ainda se acentua quando se refere a RN prematuros. Desse modo, a prática de enfermagem guiada pela SAE proporciona a realização de uma assistência mais organizada e singular, observando o cliente em sua integralidade de acordo com as características definidoras do quadro.


Palavras-chave


unidade de terapia intensiva; diagnóstico de enfermagem; recém-nascido prematuro