Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PARA O SUS: UM RELATO VINCULADO AO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS
Beatriz Côco, Juliana da Silva Oliveira, Gracielle Pampolim

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Introdução: A educação brasileira atualmente está inserida em um contexto cheio de novos desafios, o grande acesso a informações, a busca por novos conhecimentos vem fazendo que que os profissionais de educação tenham que se reinventar para acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Esta crescente demanda abre caminho a novos tipos de metodologia que possibilitam, especialmente, que esses alunos sejam atores ativos do próprio aprendizado. O Problem Basead Learning ou Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL é um modelo de metodologia que vem inovando a forma como o conhecimento é passado, suas bases teóricas são fundamentadas nos construtivismos, opondo-se a uma metodologia tradicional de ensino unidirecional onde ocorre a transmissão de conhecimento do professor ao aluno. Este novo tipo de Metodologia Ativa apresenta como principal objetivo o auto aprendizado, onde o aluno é responsável pela sua própria formação de conhecimento, sendo possível estimular os alunos à reflexões e críticas de acordo com o tema proposto pelo professor, tendo como grande proposta o aperfeiçoamento da autonomia de cada aluno. Esse método de ensino vem sendo implantado no Brasil desde 1997, e desde então contribui para a formação de profissionais críticos reflexivos e que se sintam estimulados no seu aprendizado. Além da necessidade de formação de profissionais mais críticos, reflexivos e estimulados na busca de novos conhecimentos, a formação de profissionais de saúde ainda representa um desafio na construção de profissionais que tenham a atenção voltada para o Sistema Único de Saúde - SUS, uma vez que muitas Instituições de Ensino Superior – IES, ainda adotam o modelo hegemônico de formação, nem sempre priorizando, por exemplo, o princípio da integralidade, e muito menos elucidando os futuros profissionais quanto ao itinerário terapêutico do paciente dentro deste nosso completo sistema de saúde. Essa nova formação deve ser baseada em estratégias de assistência, fazendo uma reorientação do modelo de saúde, nesse contexto temos a chamada Política Nacional de Educação Permanente, que visa a transformação e a qualificação das práticas de saúde, onde se realiza um trabalho intersetorial unindo a instituição, as ações, os serviços, a gestão e controle social ao indivíduo, fazendo com que a prática em equipe seja fundamental. Portanto as Metodologias Ativas, além de proporcionarem um momento de troca de conhecimentos, são capazes de possibilitar que esses futuros profissionais tenham autonomia de buscar seu próprio conhecimento e, dessa forma, sintam-se aptos a saber responder às novas demandas e responsabilidades exigidas pelo mercado de trabalho e pelo sistema de saúde brasileiro. Objetivo: Descrever a experiência das alunas do curso de fisioterapia em uma disciplina de metodologia ativa com foco no estudo das políticas do SUS. Descrição da experiência: O PBL é formado por um tutor e 8 a 10 alunos, onde um desses será o coordenador e o outro será o redator, fazendo rodizio desses membros em cada encontro, para que, dessa forma, todos possam desempenhar as referidas funções. Na disciplina de Saúde do Adulto, quinzenalmente nos eram apresentados problemas que sempre abordavam fatores relacionados a saúde pública e aos determinantes sociais do processo saúde-doença. A dinâmica da disciplina exigia sua divisão em momentos: inicialmente era feita a leitura dos casos, selecionando as palavras ou termos desconhecidos, em seguida, eram elencadas as palavras chaves, que direcionariam a elaboração dos objetivos e perguntas de pesquisa, além das hipóteses pertinentes ao caso da semana. Após este momento, os alunos ficavam responsáveis pela pesquisa e estudo individual para responder às perguntas e hipóteses elaboradas. Os professores direcionavam a pesquisa apenas o suficiente para que esta fosse feita em artigos, diretrizes, sites oficiais dos órgãos governamentais e políticas ou cadernos de saúde pública que se relacionassem com o caso em discussão (sempre atualizando as informações contidas neste último). No último momento dessa dinâmica, retornávamos ao grupo para discussão, mediada pelo tutor. Neste momento o intuito era expor os resultados dos estudos individuais, refletindo, na grande maioria das vezes, não apenas na doença ou agravo de saúde abordado, mas principalmente em como seria o itinerário terapêutico desde individuo no sistema, quais são seus direitos e deveres, quais determinantes podem influenciar no caso em discussão, e como possibilitar uma atenção integral e humanizada a este. Sempre que possível, também eram abordados nas discussões as experiências pessoais de cada um dos alunos do grupo, ao final, o tutor finalizada a sessão e recolhia a lista de referências utilizadas, como forma de garantir que a discussão foi baseada em evidências contidas na literatura. Impactos: Este tipo de aprendizagem, onde nós éramos os responsáveis por buscar o nosso próprio conhecimento, associado a casos que sempre nos estimulavam a estudar os programas, políticas e contextos do nosso sistema de saúde, nos possibilitou uma ampliação dos conhecimentos adquiridos ao longo da faculdade, e nos deixou mais preparados para a vivência dos estágios supervisionados, que se iniciaram no semestre seguinte ao que tivemos a disciplina descrita neste resumo. Em nossa concepção, essa metodologia nos proporcionou um aprendizado mais ativo e construtivo, além de nos possibilitar o alcance de um entendimento mais amplo do contexto das políticas e programas do governo, e a sempre observar o contexto em que nossos pacientes estão inseridos e o quanto este pode influenciar no seu processo de adoecimento e/ou cura. Tendo posto, entendemos que essa abordagem metodológica nos possibilita e/ou facilita um conhecimento mais duradouro, em relação ao ensino tradicional que, em alguns casos, possui disciplinas fragmentadas e sem continuidade, além de propiciar um maior conhecimento do nosso sistema de saúde. Considerações Finais: Entendemos que a partir da metodologia de ensino proposta, o fisioterapeuta terá uma formação ampla, crítica, reflexiva e humanizada, sempre visando os 3 níveis de atenção e o atendimento integral do paciente, e abordando também  as políticas e programas oferecidos pelo governo para ser prestada uma melhor assistência a população pois muitos dos profissionais desconhecem as leis, direitos e  os programas que são ofertados pelo SUS, e não conseguem orientar o usuário de os benefícios da saúde publica brasileira. Além do fato de que os profissionais adquirem maior habilidade de raciocínio clinico, tomada de decisões, se sentindo mais confiante no auto aprendizado e até mesmo para passar adiante o conhecimento.

Palavras-chave


Fisioterapia; metodologias ativas de ensino; sistema de saúde