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As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina apresentam a necessidade de desenvolver habilidades de aprendizagem individual e coletiva, bem como de construir e de socializar saberes. Tendo isso em vista e considerando o compromisso das ligas acadêmicas em realizar ensino, pesquisa e extensão implicados com demandas sociais, a Liga Acadêmica de Neurociências da Universidade Federal da Bahia (NeuroLiga UFBA-IMS/CAT) adaptou suas atividades ao modelo remoto. Relata-se a experiência discente com a I Jornada de Neurociências do Sudoeste da Bahia, durante a pandemia da COVID-19, destacando a relevância dela e o potencial de sua organização para a formação médica. O evento foi idealizado e promovido pela NeuroLiga em parceria com a IFMSA Brazil com o objetivo de promover discussões e disseminar conhecimento sobre as neurociências e saúde mental a partir de uma linguagem acessível, atualizada e multiprofissional.  Nos três meses que antecederam o evento, a comissão organizadora se envolveu, remotamente, na elaboração da sua programação. Foram definidos grupos operativos que envolveram confecção de materiais para divulgação, interação em redes sociais, convite de palestrantes, organização de conteúdos abordados, apresentação durante o evento e emissão de certificados. A Jornada foi executada durante 3 dias com abrangência nacional, na modalidade virtual, respeitando as medidas de segurança perante a pandemia do COVID-19. Foram promovidas palestras cujos temas foram: relação entre microbiota intestinal e autismo, abordagem na emergência do acidente vascular cerebral, qualidade de vida e memória, depressão sob a ótica da psicanálise, a musicoterapia como estratégia terapêutica no manejo da ansiedade e os transtornos do sono durante a pandemia da Covid-19. A idealização e culminância da Jornada mostrou-se uma ferramenta potente para o desenvolvimento de habilidades como planejamento e organização, resolução de problemas e comunicação, fundamentais para a formação de um bom profissional. Elas potencializam no discente a capacidade de organização de eventos de ensino e ações de promoção de saúde, favorecendo mudanças na realidade. A ação também abordou as neurociências de forma integrada, com palestras atuais, considerando o contexto da pandemia, e com a participação de pessoas de diferentes regiões do país. Para a equipe, um dos benefícios mais evidentes foi a melhor integração entre os ligantes, bem como a busca ativa por ampliar o entendimento sobre as ferramentas de ensino-aprendizagem virtuais. Por fim, o contato com pessoas de diferentes áreas e níveis educacionais - palestrantes ou participantes - promovem a desenvoltura do networking, contribui para maior compreensão sobre a necessidade de uma equipe multiprofissional para uma assistência de qualidade e evidencia a capacidade do evento como forma de educação continuada e atualização profissional. A inserção de graduandos na realização de eventos extensionistas, sobretudo quando orientado ao fortalecimento das boas práticas baseadas em evidência e à promoção da saúde mental, é um elemento estratégico na formação médica, de forma a orientá-la para reafirmar o papel fundamental da universidade na seguridade dos direitos em saúde no Brasil, tendo em vista seu potencial de engajar a formação continuada de profissionais, o vínculo ativo com a comunidade e a participação ativa da população.