Apresentação: A Política Nacional de Promoção da Saúde representa um dos principais marcos para as práticas corporais e atividades física (PCAF) no SUS e consequentemente para a inserção de Profissionais de Educação Física (PEF). Além disso, as Residências Multiprofissionais de Saúde (RMS), instituídas em 2005, constituem uma das formas de inserção de profissionais no SUS e uma importante estratégia formativa com vistas a superar a formação inicial em Educação Física, considerada limitada e insuficiente para atuação no SUS. Objetivo: Analisar a inserção e distribuição de PEFs residentes no SUS, ao longo dos últimos 15 anos (2007 a 2021) com vistas a traçar um panorama da inserção desta categoria profissional nesta modalidade formativa de acordo com as diferentes regiões e unidades da federação. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo de abordagem quantitativa, sobre a evolução da inserção e distribuição de residentes de EF com atuação no SUS, de acordo com os estados e regiões do país no período entre 2007 e 2021, por meio de pesquisa no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A consulta no CNES foi realizada nos meses de agosto a setembro de 2021. Resultados: A inserção de PEFs residentes inicia-se em 2009 nas regiões sul (Paraná) e sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro). No âmbito nacional e na análise por região foi revelado um aumento progressivo do número de PEFs residentes entre 2009 e 2021, correspondendo ao total de 1.813 PEFs residentes cadastrados, sendo 399 em 2021. O quantitativo de PEFs residentes cadastrados em estabelecimentos de saúde foi maior na região sul (740 - 40,82%), seguida pelas regiões nordeste (561 - 30,94%), sudeste (411 - 22,67%), norte (63 - 3,47%) e centro-oeste (38 - 2,10%). A ampliação de PEFs residentes pode ser relacionada às ações e estratégias de promoção das PCAF no SUS, tais como o Núcleo de Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e ao Programa Academia da Saúde, aos resultados alcançados com a formação em serviço por meio das RMS e os marcos legais e normativos relacionados. Considerações finais: As diferenças regionais de PEFs residentes possivelmente podem ser atribuídas ao histórico de investimento em programas e ações de PCAF na região nordeste, e também à maior influência da formação e de grupos de pesquisas relacionados ao SUS nos cursos de graduação e pós-graduação em EF na região sul e nordeste do Brasil. Em conclusão, embora tenha ocorrido um aumento de PEF residentes no SUS entre 2009 e 2021, a inserção da EF nesta modalidade formativa ainda pode ser considerada incipiente considerando o baixo de número de residentes na atualidade quando comparado a outras categoriais profissionais. Além disso, as desigualdades regionais na distribuição de PEFs residentes demandam políticas públicas para maior homogeneidade na distribuição desta modalidade formativa no âmbito do SUS.