Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Relato de Experiência do estágio de Atenção Farmacêutica na embarcação Abaré I
Eluane Katriny Silva de Sousa, Bárbara Luanna Alves Lira, Cristina dos Santos Carmo, Lélce Diana Cardoso dos Santos, Lícia de Oliveira Castro, Wilson Sabino

Última alteração: 2021-12-16

Resumo


O estágio no Navio Hospital Escola Abaré I é essencial para a formação do acadêmico de farmácia, visto ser um processo de aprendizagem que prepara o futuro profissional a enfrentar os desafios da realidade sociocultural da população e do equipamento de saúde. O estágio em Assistência Farmacêutica (AF) ocorreu no setor da vacinação e no acolhimento/triagem. O Abaré I, nome em nhegatú significa “amigo, cuidador”, realiza atendimentos na Reserva extrativista Tapajós/Arapiuns às populações que vivem nas margens do rio Tapajós, este segue em direção aos locais de mais difícil acesso dessa região. Esta embarcação é a primeira do Brasil qualificada pelo Ministério da Saúde como Unidade Básica de Saúde Fluvial - UBSF, está funcionando desde 2006, atendendo em torno de 40 comunidades a cada expedição, dentre as quais estão os indígenas. Este trabalho tem como objetivo relatar a incorporação do acadêmico a atividade prática do farmacêutico, proporcionando a interação com os pacientes/usuários do SUS e criando ferramentas e autonomia para a realização do cuidado Farmacêutico. O setor do acolhimento/triagem permitiu que o estagiário tivesse contato direto com o paciente/usuário, assim como entender o funcionamento da porta de entrada e organização desse setor. Assim, entende-se que o futuro farmacêutico deva expandir seus conhecimentos e sua área de atuação, pois ele está mais próximo da população, sendo necessário que atue mais ativamente, transpassando do dispensar de medicamentos prescritos, ou seja, independentemente do setor que estiver, ele pode desenvolver atividades de AF sempre que se relacionar com o usuário de medicamentos. Quanto ao setor da vacinação, a presença do farmacêutico juntamente com a equipe de saúde, é previsto na resolução nº 704 de 2021. Pois as vacinas são medicamentos, ou seja, é necessário a presença do farmacêutico nas imunizações, por tanto, é sua competência esclarecer ao paciente sobre qualquer dúvida referente a vacina. Assim, é importante que os acadêmicos de farmácia tenham o contato com os imunobiológicos e participem das equipes de saúde que realizam as vacinações. No atual cenário de Covid, nada mais importante que a atuação do profissional farmacêutico nas comunidades tradicionais da Amazônia promovendo a vacinação, orientando sobre seus benefícios ou efeitos colaterais, esclarecendo dúvidas e desmistificando as informações inverídicas, assim diminuindo a não adesão à vacinação dessas populações. O Abaré é de suma importância para a população ribeirinha, pois atende aos princípios do SUS, visto que leva saúde a áreas de difícil acesso, atendendo a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo. Essa experiência foi desafiadora e enriquecedora para cada participante, houve muito aprendizado, tanto no âmbito profissional como pessoal, compartilhamos conhecimentos e aprendemos muito com a população que vive na região ribeirinha, no que diz respeito aos seus costumes, vivências e suas reais demandas na área da saúde. Por fim, ter a oportunidade de participar dessa expedição durante a graduação é enriquecedor, pois permite aos acadêmicos uma visão holística do cuidado ao paciente/usuário, de forma a entender qual o verdadeiro público atendido pelo SUS, bem como suas particularidades.