Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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BALZAKIANAS FOREVER: performance, resistência e a produção de cuidado a partir do comum.
Jonathas Justino, Luana Marçon, Cathana Freitas Oliveira, Sergio Resende Carvalho, Coraci Ruiz, Julio Matos

Última alteração: 2021-12-17

Resumo


O coletivo Balzakianas Forever é um movimento social ligado à arte Drag Queen, localizado no município de Campinas/SP. Desde a década de 90, junto ao Espaço Cultural Maria Monteiro, circunscrito no território do bairro Padre Anchieta, suas participantes (em sua grande maioria inseridas no acrônimo LGBTQIA+) promovem oficinas e eventos culturais nos quais se dublam grande cantoras da música brasileira, bem como de referências internacionais - tal evento fora titulado de “Novos Talentos”. O coletivo, formando por mulheres lésbicas, homens bichas, travestis e transexuais, se construiu e se mantém pelas narrativas individuais e propaga, junto ao território específico de Campinas, a arte LGBTQIA+ em interface com processos de cuidado: direcionado ao território, à população que ali reside, bem como às suas (eus) participantes. A partir deste contexto, no segundo semestre de 2021, o Coletivo de pesquisa Conexões, inserido no Departamento de Saúde Coletiva da UNICAMP em parceria com o Laboratório CISCO Educação e Imagem, passou a entrevistar estas participantes, produzindo conteúdo audiovisual que tratasse de resgatar elementos históricos deste coletivo, das histórias singulares das pessoas que o compõe e da atuação da Arte Dissidente em geografia específica de Campinas. Desta maneira, foram realizadas 10 (dez) entrevistas filmadas e compostas por elementos que tensionam o conceito de Arte, Cuidado, Território e coloca em xeque “certezas” instituídas sobre os gêneros dissonantes, dando destaque para o contexto necropolítico instaurado no país nos termos de gênero dissidentes e da potência da arte enquanto dispositivo transformador dos envolvidos e do território de inserção. O referido projeto buscou visibilizar experiências locais, vezes consideradas distantes dos mecanismos institucionais que promovem saúde, trazendo o grupo Balzakianas à esfera da produção do comum, bem como elaborando material audiovisual, em formato reduzido, para apresentação dos trabalhos do coletivo à futuros parceiros e patrocinadores desta companhia artística. Considera-se essencial a discussão sobre os coletivos de gênero, a produção de cuidado e a relação com a Saúde Coletiva e os determinantes sociais de um território em suas multifacetadas distinções, associando a análise do contexto necro brasileiro que recaem sobre as vidas ditas não inteligíveis em interface com seus processos de resistência.