Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Grupo Terapêutico de Mulheres na Atenção Primária à Saúde: relato de experiência.
Iluska Quaresma Gastaldelle, Amanda Morais Polati, Rafaela Loubaca, Nayara Callegari de Andrade, Lilian Bertanda Soares, Ana Paula Rafino dos Santos

Última alteração: 2021-12-21

Resumo


Apresentação: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) de 2004  retrata a necessidade de ampliar o olhar para o cuidado à saúde da mulher para além das ações já tradicionalmente existentes, herdadas de um modelo biomédico e voltadas para o sistema reprodutor feminino. É nesse sentido que a política visa ampliar o acesso e melhorar a qualidade das ações ofertadas por meio de estratégias entrelaçadas à complexidade do gênero mulher na sociedade brasileira. O cuidado à saúde mental, voltada às necessidades desse público, no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), se torna uma importante ferramenta de promoção à saúde e prevenção de agravos. Assim, o Grupo Terapêutico de Mulheres (GTM) foi instituído em conformidade com a necessidade de atendimento à população feminina do território de uma Unidade Básica  de Saúde (UBS) no município de Vitória, no estado do Espírito Santo. O grupo foi idealizado através das atividades da turma do primeiro ano do programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi) em conjunto com os preceptores do campo de prática.

Desenvolvimento do trabalho: O presente estudo trata-se de um relato de experiência. As ações do GTM tiveram início em outubro de 2021, totalizando 6 encontros até o mês de dezembro de 2021. A cada encontro foram propostas intervenções em saúde pensadas a partir de temas disparadores trazidos pelas próprias participantes. O grupo teve como público alvo mulheres de 40 a 60 anos de idade que demandam da UBS questões em saúde mental, porém sem indicações clínicas para acompanhamento terapêutico individual e que poderiam se beneficiar de uma estratégia grupal. As participantes eram convidadas através das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) que levavam para discussão em equipe os casos dessas mulheres. Durante esse período de realização, o grupo se manteve aberto para novas participantes, com frequência quinzenal e duração de aproximadamente duas horas e meia.

Resultados e/ou impactos: Foi observado que desde a criação do grupo, o número de participantes se manteve constante, sendo observado o início do processo de vinculação das mesmas com a proposta do GTM. Houve também um movimento de menor procura das participantes por outros serviços relacionados à saúde mental dentro da UBS. Bem como, as participantes tiveram a oportunidade - e através de seu próprio interesse - de entrar em contato com temas de educação em saúde que muitas vezes encontrariam dificuldade de acesso em um setting clínico tradicional pautado no modelo biomédico.

Considerações finais: O trabalho em grupo é uma excepcional ferramenta de promoção do cuidado, uma vez que expande a rede de apoio das participantes, encontrando no meio social diferentes formas de se relacionarem e exercerem o papel de mulher em sua mais diversa complexidade.