Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PERCEPÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS NO INTERIOR NORDESTINO
FLÁVIA DE JESUS GOMES, RODRIGO FERNANDES NEVES, MATHEUS MARQUES BRITO COSTA, JAQUELINE LOPES PRATES, BRUNA CARVALHO BOTELHO, DENISE LIMA MAGALHÃES, ELAINE SANTOS DA SILVA, CINOÉLIA LEAL DE SOUZA

Última alteração: 2021-12-19

Resumo


Apresentação: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um grave problema de saúde pública, uma vez que o número de indivíduos que sofrem ou sofreram com algum tipo de IST na contemporaneidade é alto. Nesse sentido, é sabido que as ISTs são desenvolvidas, em sua grande maioria, pelo contato sexual desprotegido, podendo ser causada por vírus, bactéria e outros microrganismos. Dentre as doenças ocasionadas pode-se falar do HIV, Gonorreia, Sífilis, Herpes. No Brasil, há um empecilho sobre essas infecções, pois grande parte delas não constituem como notificação compulsória, fazendo com que os dados epidemiológicos ainda não sejam bem conhecidos no território nacional. Tal fato, dificulta as ações de promoção da saúde e prevenção desses agravos, pois a inconsistência de dados colabora para que as áreas mais afetadas pelas infecções não sejam identificadas. Além desse fator, a falta de procura pelos serviços de saúde acabam sendo preponderantes para as dificuldades de atualização dessas infecções, uma vez que podem apresentar-se no indivíduo de forma assintomática ou de forma branda, cooperando assim para que não busque tratamento junto à unidade de saúde. Esse cenário é frequente no público jovem, que acaba sendo afetado por essa problemática, devido à falta de cuidado no momento do ato sexual. Dentro dessa lógica, o não uso do preservativo contribui para elevar ainda mais o número de contaminados, sendo uma das principais causas de contração de ISTs.  Com isso, é de extrema importância entender a abordagem sobre sexualidade desde o ensino básico passando pela adolescência e juventude, visto que é de grande relevância no âmbito educacional, pois infelizmente, há uma escassez nessas políticas de prevenção, na qual vêm tornando possível o grande número de ISTs que teve um aumento significativo nos últimos anos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nesse sentido, ações de educação em saúde precisam ser potencializadas entre os profissionais e equipes da área, no intuito de atingir o maior número de jovens possível, visto que há falhas na passagem do conteúdo, principalmente nos cursos do ensino superior, sejam eles da área da saúde ou não. Com isso, torna-se necessário averiguar os conhecimentos dos jovens relacionados à ISTs e à sexualidade. É sabido que a falta de informações torna os jovens mais vulneráveis, resultando na adoção de estilos de vida que podem afetar negativamente a saúde. Desse modo, considera-se que a educação é uma importante estratégia para reduzir o índice dessas infecções e para transmitir informações seguras sobre o assunto. No entanto, vários fatores podem contribuir para o aumento da ocorrência dessas infecções, os quais podem ser citados: início precoce da atividade sexual, falta de conhecimento acerca das maneiras de transmissão e prevenção, e, escassez de informações a respeito da temática. Nesse âmbito, esse estudo tem o intuito de compreender o conhecimento educacional de jovens universitários relacionado às ISTs em uma instituição privada de ensino superior localizada na região sudoeste da Bahia. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa, no qual o cálculo da amostra ocorreu através de amostragem probalística simples sem reposição, resultando em 571 participantes, com faixa etária de 18 a 29 anos em uma instituição privada do sertão nordestino, considerando possíveis perdas, no final do estudo foram incluídos 605 participantes. A coleta foi realizada através de um questionário online com 49 perguntas relacionado ao tema de estudo, de janeiro a abril do ano 2021. Antes de acessar o questionário os participantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa foi realizada de acordo à Resolução nº466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em 4 de fevereiro de 2021 sob o número de protocolo: 39183220.5.0000.8068. Resultados: Através dos dados coletados foi possível analisar que as ações de educação relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis na graduação ainda são escassas, visto que 66,4% dos entrevistados responderam no estudo que não tiveram aulas sobre a prevenção de ISTs na faculdade. Diante desse cenário, esse índice comprova que os jovens acabam sendo os mais afetados pelas infecções sexualmente transmissíveis, pois falta instrução e informação sobre medidas preventivas e de promoção da saúde, o que coopera para que o número de casos dessas infecções cresça nessa classe. Outro dado importante é a não visita nas unidades básicas de saúde, o que corresponde a 31,6%, além da baixa periodicidade com que o universitário frequenta esse local, índice de 41,2%. Essa realidade auxilia para que o universitário não tenha um conhecimento apropriado de que medidas tomar em relação aos cuidados para evitar o contágio e transmissão das ISTs, já que através das visitas os profissionais da saúde podem estabelecer orientações adequadas para diminuir a prevalência desse problema no panorama nacional. Outro fator preponderante a ser discutido é que esses dados comprovam que mesmo sabendo que o número de ISTs no Brasil é elevado, ainda não são fiéis à realidade do país, pois a maioria das infecções não são registradas, porque falta adesão do público nos centros de saúde, além de alguns distúrbios de origem sexual não serem de notificação compulsória, comprometendo assim a exatidão dos estudos sobre esse tema. Considerações finais: Logo, é perceptível dizer que as ações educativas desenvolvidas nas instituições de ensino superior, entre os universitários, sobre as infecções sexuais transmissíveis ainda são deficientes, devido principalmente falhas na formação acadêmica, a qual transmite o conteúdo de forma parcial ou não trabalha o assunto. Nessa perspectiva, observa-se que a classe juvenil, não tendo a instrução necessária, acaba sendo um dos públicos mais afetados pelas ISTs, o que nos leva a analisar esse quadro como um problema de saúde pública, o qual deve buscar ser amenizado. Para que isso seja possível, é necessário que o jovem faça mais visitas às unidades básicas, com o intuito de desenvolver melhor o intelecto de questões relacionadas à sexualidade, melhorando assim aspectos preventivos contra essas infecções, possibilitando a melhoria da qualidade de vida. Ademais, é necessário falar que as deficiências na educação básica comprometem a implantação de um ensino voltado para as questões sexuais, o que poderia culminar em um melhor desenvolvimento do cidadão para diminuir a prevalência e transmissão de uma cadeia de doenças que poderiam ser evitadas futuramente. Além disso, a classe docente deveria dar maior atenção a esse conteúdo não apenas em cursos da área da saúde, mas em todos os cursos de graduação, sendo trabalhado de forma universal, o que levaria a um melhor desenvolvimento educativo quando associado às ISTs.