Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Caracterização das vítimas de violência durante a gestação: análise das notificações no Espírito Santo
Caroline Andrade da Silva, Leidiane Faria Ramos Endlich, Nathalia Miguel Teixeira Santana, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2021-12-20

Resumo


Apresentação: A violência contra a mulher é um grave problema de saúde pública podendo abranger a vítima em todas as fases da vida. As mulheres estão expostas a violência em diferentes momentos de suas vidas, inclusive durante a gestação, que têm mostrado associação com o aumento das chances de ocorrência desse agravo.  Quando isso ocorre durante o período gestacional pode acarretar problemas não somente para a mulher como também para o concepto. O objetivo deste trabalho é caracterizar as vitimas de violência durante a gestação com base nas análises de casos notificados no Espirito Santo.

Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo utilizando todas as notificações de violência por mulheres gestantes realizadas de 2011 a 2018. Foram analisados todos os casos notificados de gestantes vítimas de violência em idade reprodutiva (10 a 49 anos). As informações foram originadas da base de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) fornecidos pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria do Estado da Saúde (SESA) do Espírito Santo. Os dados foram processados no programa estatístico Stata versão 14.1 e analisadas por meio da estatística descritiva em frequência bruta, relativa e intervalo de confiança (IC) de 95%.

Resultados: Foram encontradas 1222 (6,9%) notificações de violência durante a gestação. Os achados desse estudo foram que as mulheres em sua maioria tinham idade entre 20 e 34 anos (49%), referiram raça/cor preta ou parda (77,4%), possuíam de 5 a 8 anos de estudos (46%), não possuíam companheiro (63%) no momento do preenchimento da ficha, não eram portadoras de deficiência e/ou transtornos (88,2%) e residiam em região urbana ou periurbana (93,4%).

Considerações finais: As consequências da violência contra a mulher na gestação é um importante problema de saúde pública considerando os diversos desfechos negativos relacionados ao parto, durante o trabalho de parto e no pós-parto, evidenciando a importância de conhecer as vítimas e intervir.