Apresentação: O estudante de odontologia, nos últimos períodos da graduação, possui sentimentos conflitantes quanto à inserção no mercado de trabalho. Isso ocorre devido à criação de cargos públicos para dentistas e das limitações acerca das oportunidades de trabalho no ambiente privado. Por isso essa pesquisa visa traçar o perfil sócio econômico e acadêmico dos estudantes do curso de odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo, assim como delinear as expectativas em relação ao futuro profissional.

Desenvolvimento do trabalho: A pesquisa foi realizada por um pesquisador por meio de um questionário estruturado anônimo, que foi aplicado em sala durante uma aula pelos estudantes que assinarem o TCLE e também foi realizado digitalmente, através do aplicativo de gerenciamento de pesquisas, o Google Forms.

Resultados e/ou impactos: O perfil traçado quanto aos dados sóciodemográficos é majoritariamente feminina, de até 24 anos, solteira, branca, que não possui filhos, mora com os pais na região da Grande Vitória e com renda familiar de até cinco salários mínimos. Quanto aos dados acadêmicos, expressiva parte dos graduandos realizou monitoria e projeto de extensão, apresentou seus projetos em congressos, desejam realizar especialização, sendo as áreas mais cobiçadas sendo prótese e cirurgia. As expectativas dos acadêmicos mostrou que a maioria pretende trabalhar em consultório próprio, clínica e realizar concurso público, com a justificativa de que o serviço público provem uma estabilidade profissional e uma boa alternativa para iniciar a profissão. Eles esperam ter renda salarial de até cinco salários mínimos no inicio da carreira, e como dificuldades esperam encontrar saturação do mercado, falta de condições para montar o próprio consultório e falta de preparo profissional.

Considerações finais: O estudo evidenciou que o curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) tem formado profissionais com o perfil predominantemente feminino, o que demonstra uma feminização do curso. O local de residência da maioria é da grande vitória, o que indica que a maioria mora em localidades próximas a universidade. Em grande parte, os alunos realizaram monitoria, participaram de projeto de extensão e apresentaram trabalhos em congressos, o que é um diferencial no currículo deles. A maioria dos graduandos espera encontrar dificuldades como saturação do mercado, falta de condições financeiras para montar consultório e falta de preparo profissional, demonstrando a insegurança do concluinte quanto a inserção no mercado de trabalho.