Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA NO ESPÍRITO SANTO NO PERÍODO DE 2011 A 2018: CARACTERIZAÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES.
Luana da Silva Ferreira, Gracielle Pampolim, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2022-01-03

Resumo


Introdução: A violência psicológica de acordo com a Organização Mundial da Saúde inclui a ofensa verbal repetidas vezes, reclusão ou privação de recursos materiais, financeiros e pessoais. Esse fenômeno afeta todos os âmbitos e todos os ciclos da vida. Objetivo: Caracterizar as notificações de violência psicológica no Espírito Santo no período de 2011 a 2018 no que tange à vítima, agressor e ao evento. Metodologia: Foi realizado um estudo epidemiológico, do tipo transversal, no qual fator e efeito são observados num mesmo momento histórico e, atualmente, tem sido o mais empregado. A população em estudo serão todos os casos de violência psicológica notificados no estado do Espírito Santo, no período de 2011 a 2018, a partir dos dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). No presente estudo a variável dependente será a ocorrência de violência psicológica (sim/não). Como variáveis independentes: características da vítima (Sexo, idade, estado civil, escolaridade e cor), no que se concerne ao agressor, estão sendo consideradas as seguintes variáveis: sexo, escolaridade, estado civil, escolaridade, grau de parentesco e suspeita de abuso de álcool e/ou drogas, e, quanto ao evento: o horário da agressão, o turno do dia, se houve encaminhamento ao sistema de saúde e se houve repetição. Os dados já passaram por um processo de qualificação, conforme orientações do instrutivo de notificação de violência interpessoal e autoprovocada. Os dados estão sendo trabalhados no pacote estatístico Stata versão 14.1, e os resultados apresentados por meio de frequência absoluta e relativa, bem como, intervalos de confiança de 95%. A medida de efeito é a Razão de prevalência obtida por meio da Regressão de Poisson. Resultados: No período de 2011 a 2018 foram notificados 1990 casos de violência psicológica no Espírito Santo, que equivale a uma prevalência de 5,5% (IC 95% = 5,3-5,8). Dentre as características gerais os maiores percentuais foram do sexo feminino (92,9-95,0), de 20 a 59 anos (80,5-83,8), da cor branca (31,9-36,3), sem deficiência (89,5-92,1), na zona periurbana (93,8-95,8). À respeito do agressor, tinham 25 anos ou mais (79,9-84,1), do sexo masculino (84,7-87,8), sendo parceiro íntimo atual ou ex (73,2-77,1), sem suspeita de álcool (58,0-63,0), sendo um o número de envolvidos (90,7-93,1), ocorridas na residência (83,2-86,4), sendo violência de repetição (83,1-86,4) e tiveram encaminhamento (78,2-81,8). A análise bivariada demonstrou significativa associação estatística entre o sexo feminino (%), da faixa etária de 60 anos ou mais (%), da cor branca (%), sem deficiência ou transtornos (%), na zona periurbana (%). Mostrando também as caracteríscas do autor, sendo do sexo masculino (%), parceiro íntimo atual ou ex (%), com um envolvido na agressão (%), com histórico de violência de repetição (%), na residência (%). Considerações Finais: A violência psicológica é um agravo difícil de detectar, e consequentemente de notificar, principalmente por ocorrerem intrinsecamente ao convívio familiar, necessitando de um olhar muito atento dos serviços para que possam vir a serem identificadas e notificadas.