Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Fatores associados à violência de repetição na população adulta no estado do Espírito Santo.
Karina Fardin Fiorotti, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2022-01-10

Resumo


Introdução: a violência é considerada um grave problema de saúde pública e seu caráter de repetição aponta para a cronicidade do fenômeno, inserida sorrateiramente no cotidiano das vítimas, podendo se agravar a cada episódio.

Objetivo: identificar a frequência de violência com caráter de repetição notificada em adultos no estão do Espírito Santo entre os anos de 2011 e 2018 e sua associação com as caraterísticas da vítima, do agressor e da agressão. Método: trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, realizado por meio das notificações de violência sexual registradas no SINAN no estado do Espírito Santo no período de 2011 a 2018. Os dados foram analisados pelo Stata versão 14.1 e os resultados expressos por meio de Razão de Prevalência (RP), com intervalos de confiança de 95%. Resultados: a frequência de violência com caráter de repetição foi de 56,7% (IC 95%: 56,0-57,5). Esteve associada a vítimas do sexo feminino (RP: 1,73), a faixas etárias acima dos 40 anos (RP: 1,12), de cor preta e parda (RP: 1,04) e com companheiro (RP: 1,09). Vítimas com deficiências ou transtornos sofreram 34% mais com esse tipo de violência e residiam em zona urbana ou periurbana. Quanto aos agressores, tinham menos de 25 anos (RP: 1,06), eram de ambos os sexos (RP: 1,32) e tinham vínculo afetivo de parceiro íntimo com a vítima (RP: 3,91). As agressões tiveram a participação de apenas um perpetrador (RP: 1,17) e ocorreram na residência (RP: 1,33). Considerações finais: a violência de repetição esteve associada a diversas características da vítima como sexo, idade, raça/cor, situação conjugal, presença de deficiência/transtornos e local de residência; características do agressor como sexo, idade e vínculo com a vítima; e característica do evento como número de envolvidos e local de ocorrência. As altas prevalências deste tipo de violência nos advertem para a magnitude do problema frente as consequências da cronificação da violência na vida de suas vítimas.