Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DA BIBLIOTERAPIA NO CUIDADO HOSPITALAR
Kênia Ferreira Laporte, Rafael Mariano de Souza, Maria Fernanda Garcia Corrêa Faria, Claudia de Souza Dourado, José Lucas Souza Ramos, Rubens José Loureiro

Última alteração: 2021-12-20

Resumo


Introdução: Historicamente o hospital é visto como um ambiente potencialmente adverso e restritivo ao desenvolvimento humano, onde, muitas vezes, os indivíduos perdem a sua identidade e passam a ser reconhecidos pela doença ou pelo nome do leito. Somado a isso, cabe destacar que neste local  são apresentadas novas rotinas e se faz necessária uma adaptação à nova realidade, o que para alguns é considerado um processo árduo, estressante e desanimador. Como forma de reverter esse cenário, tem-se buscado a adoção de medidas voltadas para a maior integração do paciente ao meio hospitalar, podendo-se destacar a biblioterapia, também chamada de contação de histórias ou terapia de leitura, que consiste em fornecer textos terapêuticos e recreativos para enfermos, familiares e, até mesmo, profissionais da saúde. Nessa perspectiva, torna-se imprescindível o estudo da importância da prática de biblioterapia em hospitais como forma de aprimorar a assistência e qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Compreender a relevância da biblioterapia durante a permanência de pacientes no setor hospitalar. Método: Trata-se de uma revisão integrativa elaborada a partir das seguintes etapas: estabelecimento da hipótese e objetivos da revisão; seleção da amostra; separação das informações dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação da revisão. Para escolha dos artigos foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: biblioterapia AND cuidado. Os critérios de inclusão foram: textos completos e disponíveis nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 10 anos. Resultados: A pesquisa apontou que a execução da biblioterapia pode ajudar a superar medos, angústias e ansiedade que acompanham a doença e o processo de internação, oferecendo alívio e consolo. Observou-se que o ato de ouvir e contar histórias permite que o leitor e ouvinte exponham as suas emoções e as transformem em experiências emocionais positivas e produtivas. Sob esse viés, tem-se que tanto o indivíduo responsável por efetuar a prática de terapia, quanto o paciente, apresentam maior bem-estar psicológico e interação social, visto que há um momento de fuga da realidade de sintomas de uma doença, dosagens de medicações, realização de exames e mudança de rotina. Além disso, essa prática permite que o paciente e seu acompanhante passem a enxergar o profissional como um ser empático, uma vez que este não está meramente preocupado em executar e cumprir as funções braçais de seu trabalho, mas sim em assegurar o conforto da pessoa que está passando por um atendimento. Outrossim, cabe destacar que a biblioterapia tem sido amplamente adotada no setor pediátrico e, inclusive, auxiliando na realização de cuidados paliativos, obtendo resultados expressivos. Conclusão: Através desse estudo, notou-se que a biblioterapia é capaz de produzir e acalmar emoções que surgem em razão da permanência em hospitais, visto que esta promove interação social e mudança da monótona rotina desses locais. Portanto, faz-se necessária a adoção de planos que mobilizem funcionários e estudantes da área da saúde, de maneira a implementar essa prática em mais instituições hospitalares e, consequentemente, proporcionar maior qualidade da assistência, de vida e saúde dos pacientes.