Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2021-12-20
Resumo
Introdução: Historicamente o hospital é visto como um ambiente potencialmente adverso e restritivo ao desenvolvimento humano, onde, muitas vezes, os indivíduos perdem a sua identidade e passam a ser reconhecidos pela doença ou pelo nome do leito. Somado a isso, cabe destacar que neste local são apresentadas novas rotinas e se faz necessária uma adaptação à nova realidade, o que para alguns é considerado um processo árduo, estressante e desanimador. Como forma de reverter esse cenário, tem-se buscado a adoção de medidas voltadas para a maior integração do paciente ao meio hospitalar, podendo-se destacar a biblioterapia, também chamada de contação de histórias ou terapia de leitura, que consiste em fornecer textos terapêuticos e recreativos para enfermos, familiares e, até mesmo, profissionais da saúde. Nessa perspectiva, torna-se imprescindível o estudo da importância da prática de biblioterapia em hospitais como forma de aprimorar a assistência e qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Compreender a relevância da biblioterapia durante a permanência de pacientes no setor hospitalar. Método: Trata-se de uma revisão integrativa elaborada a partir das seguintes etapas: estabelecimento da hipótese e objetivos da revisão; seleção da amostra; separação das informações dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação da revisão. Para escolha dos artigos foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: biblioterapia AND cuidado. Os critérios de inclusão foram: textos completos e disponíveis nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 10 anos. Resultados: A pesquisa apontou que a execução da biblioterapia pode ajudar a superar medos, angústias e ansiedade que acompanham a doença e o processo de internação, oferecendo alívio e consolo. Observou-se que o ato de ouvir e contar histórias permite que o leitor e ouvinte exponham as suas emoções e as transformem em experiências emocionais positivas e produtivas. Sob esse viés, tem-se que tanto o indivíduo responsável por efetuar a prática de terapia, quanto o paciente, apresentam maior bem-estar psicológico e interação social, visto que há um momento de fuga da realidade de sintomas de uma doença, dosagens de medicações, realização de exames e mudança de rotina. Além disso, essa prática permite que o paciente e seu acompanhante passem a enxergar o profissional como um ser empático, uma vez que este não está meramente preocupado em executar e cumprir as funções braçais de seu trabalho, mas sim em assegurar o conforto da pessoa que está passando por um atendimento. Outrossim, cabe destacar que a biblioterapia tem sido amplamente adotada no setor pediátrico e, inclusive, auxiliando na realização de cuidados paliativos, obtendo resultados expressivos. Conclusão: Através desse estudo, notou-se que a biblioterapia é capaz de produzir e acalmar emoções que surgem em razão da permanência em hospitais, visto que esta promove interação social e mudança da monótona rotina desses locais. Portanto, faz-se necessária a adoção de planos que mobilizem funcionários e estudantes da área da saúde, de maneira a implementar essa prática em mais instituições hospitalares e, consequentemente, proporcionar maior qualidade da assistência, de vida e saúde dos pacientes.