Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Prevalência e fatores associados ao início do uso de substâncias psicoativas durante a pandemia de COVID-19
Monalisa Rocha de Campos Chaves, Marina Nolli Bittencourt, Cremildo João Baptista, Karine Wlasenko Nicolau, Patrícia Maria Fonseca Escalda

Última alteração: 2021-12-23

Resumo


Introdução –Declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em janeiro de 2020, no Brasil o primeiro caso de covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020 em São Paulo (SP), o que exigiu medidas de prevenção para evitar a disseminação do agente etiológico. Uma dessas medidas foi o distanciamento social e o funcionamento apenas dos serviços essenciais à população. No que tange à população universitária, o isolamento social teve impacto tanto na saúde mental quanto na vida social, com prejuízo no desempenho acadêmico, potencialização do uso de substâncias psicoativas e adaptação ao ensino remoto de emergência. Objetivo – Determinar a prevalência início de uso de álcool e/ou outras drogas psicotrópicas (AODP) durante a pandemia de COVID-19 e identificar os fatores associados em comunidades universitárias. Método - Trata-se de estudo observacional, transversal descritivo-exploratório, com dados obtidos entre abril e setembro de 2021 em universidades públicas do Centro-oeste Brasileiro. Os fatores associados foram identificados com uso de regressão de Poisson com variância robusta. Resultados - O estudo obteve amostra de 2.298 participantes, a maioria estudantes (79,59%). Quase um quarto (26,82%) dos participantes declararam ter começado a usar AODP durante a pandemia de COVID-19. Os fatores que contribuíram para o início do uso de AODP durante a pandemia foram:  ter sido vítima de violência doméstica (95%: 1,06 - 1,14), dificuldades financeiras (95%: 1,03 - 1,10), diagnóstico prévio de transtornos mentais (95%: 1,17 - 1,24)), problemas emocionais durante o distanciamento social (95%: 1,12 - 1,19), ser solteiro (95%, CI 1.02 - 1.08) e morar com amigos/república (95%, CI 1.003 - 1.11). Menor escolaridade, graduação (95%, CI0.88-0.98) e nível fundamental (95%, CI 0.88 - 0.99), em comparação aos graus de mestrado e doutorado, foi fator de proteção contra o início de uso de AODP durante o distanciamento social. Conclusão: O início de uso de AODP durante a pandemia foi alta entre professores, técnicos e estudantes das universidades participantes, apontando para a necessidade de estratégias de suporte psicológico e para o enfrentamento das dificuldades vivenciadas pelas comunidades  universitárias durante a pandemia.