Introdução: A Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase em Vigilância, do Instituto Capixaba de Educação, Pesquisa e Inovação (ICEPi) utiliza, como uma das ferramentas pedagógicas, um projeto de intervenção aplicado em um território que deva compor sua região de atuação. O Projeto Aplicativo busca o prosseguimento de habilidades para intervenção e transformação da realidade, elaborando projetos reais, os quais buscam ser eficientes, possíveis e realizáveis. Esta dinâmica possibilita a explicação de um problema a partir da visão do ator que o declara, a identificação das possíveis causas e a busca por diferentes modos de abordar e propor soluções. Objetivos: Elaborar e implantar um projeto de intervenção no território da Região Central de Saúde, de acordo com o Plano Diretor de 2011, utilizando a metodologia ativa como ferramenta de mudança da realidade, com o intuito de diminuir a incidência de Leishmaniose Visceral de casos humanos e caninos no município de Baixo Guandu/ES. Metodologia: Utilizando a metodologia ativa de Carlos Matus para a realização do planejamento estratégico situacional e análise dos contextos que envolvem as práticas de saúde, elaborou-se um diagnóstico situacional da região, possibilitando elencar os problemas. Através das ações do cenário de prática da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase em Vigilância, observou-se uma alta transmissibilidade de Leishmaniose Visceral, mensurado através do indicador Índice Composto, no triênio 2018 a 2020, ranqueado como o município de maior transmissão no Estado do Espírito Santo e configurando a 49ª posição a nível nacional. Deste modo, justificou-se a realização do inquérito sorológico canino onde pode evidenciar uma alta positividade entre os cães, definindo, assim, a problemática Alta Taxa de Incidência de Leishmaniose Visceral (LV) no Município de Baixo Guandu/ES. Mapeou-se os atores sociais envolvidos e elaborou-se a Árvore Explicativa, com as causas, descritores e consequências, até a definição dos nós críticos e criação de um Plano de Ação. Resultados: Dentro das metas propostas pelo Plano de Ação, as ações de educação permanente vêm sendo cumpridas. Capacitações em diagnosticar casos humanos e caninos suspeitos, bem como de se notificar em tempo hábil foram realizadas, trazendo como consequência uma vigilância mais ativa. A elaboração de um fluxo de atendimento, envolvendo vigilância e atenção primária, pôde nortear o encaminhamento dos casos suspeitos a locais de referência. O envolvimento da população diante do problema pode ser observado quanto ao manejo ambiental, desfavorecendo o desenvolvimento do vetor, bem como a utilização de líderes comunitários e ambientes escolares para a disseminação do conhecimento através da educação popular. A integração intersetorial e o diálogo com as outras secretarias permitiu a elaboração de políticas públicas voltadas ao controle do agravo, agindo na tríade ambiente-vetor-reservatório. A análise de monitoramento e avaliação permitiu identificar vieses dos fatores contextuais, baseados nos modelos da Racionalidade, Desenvolvimento Organizacional, Psicológico, Estrutural e Políticos-Burocráticos. Conclusão:  Conclui-se que muitas das metas propostas ainda se encontram em andamento, com muitos avanços, principalmente na educação popular, elaboração do fluxo, identificação precoce dos casos e integração dos funcionários das diferentes secretarias diante ao agravo.