Apresentação: Devido a tendência de mudanças no processo de formação em saúde, cada vez mais os profissionais vêem-se diante de alguns desafios, como a reestruturação do modelo de ensino uniprofissional para a formação interprofissional, que tem ganhado cada vez mais espaço no cenário profissional. Portanto o trabalho teve como principal objetivo analisar o conhecimento dos docentes do curso de graduação em Ciências Biológicas, de uma Universidade Federal do estado do ES, sobre o tema da interprofissionalidade no contexto da formação em saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva de natureza qualitativa, realizada no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES), da Universidade Federal do Espírito Santo, no município de São Mateus, ES. Participaram 8 docentes do curso de Ciências Biológicas, que compõem o Colegiado do Curso e o Núcleo Docente Estruturante. As entrevistas foram realizadas no ano de 2021, de forma individual por chamada telefônica. O estudo foi executado conforme os princípios éticos que constam na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resultados: Ao serem questionados, muitos docentes relataram ainda utilizar metodologias de ensino voltadas para o modelo de formação uniprofissional, com aulas expositivas e provas tradicionais, isso se deve ao fato de suas formações primárias terem sido realizadas dessa maneira, e ao Projeto Pedagógico do Curso (PPC), não ter em sua grade, disciplinas que abordem e trabalhe o tema da interprofissionalidade. Somado a isso, os docentes não se reconhecem como profissionais da saúde, conduzindo o curso com enfoque majoritariamente voltado para a ecologia. Por outro lado, referem pequenas mudanças nesses métodos em consequência à privação dos encontros presenciais, devido a pandemia do COVID-19, tendo assim que reformular a forma de ensino e avaliação do desempenho dos alunos, o que promoveu uma ampliação na interação com o discente. Apesar do pouco contato com a interprofissionalidade, muitos docentes conseguiram defini-la como a junção de vários profissionais que agregam conhecimento para atender a um determinado tema. Considerações finais: É possível perceber ainda o enraizamento do modelo de formação tradicional entre os docentes, mesmo que saibam a importância da formação interprofissional, justificado pela falta de interação entre os colegas de trabalho e entre os departamentos, além da falta de disciplinas dentro do PPC do curso que possam inserir e facilitar esse modelo de trabalho. Com isso, para que seja melhor trabalhado esse tema dentro do curso, faz-se necessário o investimento na formação dos docentes para que seja transformada sua forma de trabalho, e que sejam incentivados a elaboração de propostas e projetos que possibilitem aos discentes conhecerem as diferentes áreas de atuação dos serviços em saúde.