Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Atuação e os cuidados prestados pela enfermagem no Parto Humanizado: uma revisão integrativa
Nathalya das Candeias Pastore Cunha, Italla Maria Pinheiro Bezerra

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


ATUAÇÃO E OS CUIDADOS PRESTADOS PELA ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

Nathalya das Candeias Pastore Cunha1

Italla Maria Pinheiro Bezerra2

1Autor Correspondente. Acadêmica de Enfermagem – Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória/EMESCAM – Vitória, Espírito Santo / Brasil. Email: nathalya.candeias.pastore@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2046-4094

 

2Docente na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória/EMESCAM. Vitória, Espírito Santo / Brasil. Laboratório de Escrita Científica da EMESCAM. Email: italla.bezerra@emescam.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8604-587X

 

RESUMO

Introdução: Antigamente o parto era muito diferente dos dias atuais, as mulheres recebiam auxílio de parteiras, geralmente em suas próprias casas, e os médicos só eram solicitados em casos de intercorrências. Ao longo do tempo, foram introduzidas novas práticas que eram realizadas durante o parto, como a inserção de medicamentos e a utilização de meios tecnológicos e cirúrgicos. Essas novas práticas deram início a uma medicalização excessiva, além de submeter as mulheres a procedimentos desnecessários, onde sua autonomia era totalmente desrespeitada. Nos dias atuais, mudanças tem sido propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), enfatizando o cuidado que é prestado as mulheres, além do resgate do parto natural. Com isso, em junho de 2020, foi criado o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, instituído pelo Ministério da Saúde (MS), através da portaria de nº569. Esse programa possui como prioridades: a concentração de esforços no sentido de reduzir as elevadas taxas de morbimortalidade materna, peri e neonatal que são registradas no país; adoção de medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal; além de ampliar as ações que já são adotadas pelo Ministério da Saúde na área de atenção à gestante. Objetivo: Compreender a atuação e os cuidados prestados pela enfermagem no Parto Humanizado. Método: Trata-se de uma revisão integrativa elaborada a partir das seguintes etapas: definição da hipótese e objetivo da revisão; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; avaliação dos resultados; discussão e apresentação dos resultados e conclusão. Para nortear a revisão, formulou-se o seguinte questionamento: “qual é a atuação e os cuidados prestados pela enfermagem no parto humanizado?” Para seleção dos artigos foi realizada uma busca na base de dados do Portal Regional de BVS. Para a busca utilizou-se os descritores baseados no DeCS, e assim foi montada a estratégia de busca: Parto Humanizado AND Parto AND Humanização da Assistência AND Enfermagem, respectivamente. Os critérios de inclusão utilizados para a seguinte revisão foram: artigos completos, disponíveis no idioma português, publicados nos últimos cinco (05) anos. Foram encontrados 438 artigos no portal abordando a temática, no entanto, após a aplicação dos critérios de inclusão, restaram 163 artigos, após a leitura de títulos e resumos, reduziu a 17 artigos, e após leitura completa e criteriosa foram selecionados um total de 09 artigos para compor a revisão. Resultados: Ainda nos dias atuais, muitas mulheres não conhecem ou não sabem o conceito de parto humanizado. Entretanto, muitas possuem um conhecimento empírico, onde indicam que este tipo de procedimento acontece durante um parto normal a ser realizado com qualidade em um serviço público liderado por enfermeiras obstetras. A humanização do parto procura a superação do medo e do isolamento, que as mulheres sofrem no modelo assistencial hegemônico, medicalizado e intervencionista. Alguns autores apontam, que embora o parto normal humanizado cause temor em muitas mulheres pelo fato de ser doloroso, a satisfação e emoção é identificado como maior do que qualquer sofrimento, quando acompanhadas e auxiliadas por um enfermeiro ou doula. Dentre as práticas demonstradas úteis e que devem ser encorajadas, estão os Métodos não farmacológicos (MNF) para alívio da dor. Dentre os principais MNF utilizados, estão o banho de chuveiro ou imersão, musicoterapia, bola suíça, cavalinho, aromaterapia, exercícios respiratórios e relaxamento. Além disso a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a parturiente pode ter um acompanhante se sua escolha, não necessariamente sendo o pai do bebê, sendo que o importante é que nesse momento a paciente se sinta acolhida e com seu bem-estar preservado. O enfermeiro possui educação em saúde como uma das responsabilidades apropriadas para sua profissão. É de extrema necessidade desmistificar a cultura da cesárea e ressaltar para as gestantes os benefícios de um parto normal e sem interferências, quando for possível, para que esta possa decidir com mais consciência sobre o método a ser selecionado. O enfermeiro é um dos principais operadores no processo de humanização e qualificação, no que tange a atenção em saúde, no processo de aprender a compartilhar saberes e reconhecer direitos. Nesse sentido, humanizar o parto deve se tornar uma prática do cotidiano a ser seguida não só pelos enfermeiros, mas sim por todos os profissionais de saúde que atuam na assistência direta ao parto.  Considerações Finais: Torna-se evidente que a assistência da enfermagem no parto humanizado reforça a importante contribuição desse profissional no que se refere à prática assistencial, em acordo com o recomendado pela assistência humanizada ao parto e nascimento. Além de que os gestores de saúde, precisam proporcionar condições para a execução do modelo de assistência que incluam a enfermeira obstetra na assistência ao parto, apresentando inúmeras vantagens em relação a redução de intervenções e para proporcionar maior satisfação e qualidade no atendimento prestado as mulheres. É possível constatar que diversas políticas de humanização da assistência obstétrica vem sendo desenvolvidos ao longo dos anos, sendo também por solicitação da própria sociedade. A enfermagem surge nesse contexto, possuindo em sua essência um dom ligado ao cuidado. Assim sendo, tendo o propósito de fortalecer a humanização da assistência ao parto, seja ele por via vaginal ou não, torna-se necessário a inclusão da mulher como centro do processo de parto, respeitando e incentivando sua independência e liberdade de escolha em momentos de decisão. Portanto, é notório a grande relevância da atuação da enfermeira nesse cenário, pois ela traz em sua essência uma assistência que ultrapassa o uso de procedimentos técnicos e envolve sensibilidade.

 

Palavras-chave: Parto Humanizado; Parto; Humanização da Assistência; Enfermagem.